Dormindo com o pet

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Por Ailim Cabral, da Revista do Correio

O hábito de dividir a cama com cães e gatos é comum a muitas famílias. Especialistas explicam que, com o devido cuidado, a prática não oferece nenhum perigo aos donos

Dona de nove gatos, Ana Teresa compartilha a cama com eles: “São como meus filhos”   Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Hora de dormir. Banho tomado, pijama vestido, dentes escovados, cobertores, edredons e animais na cama. Animais? Isso mesmo. Para alguns apaixonados por seus bichos de estimação, eles também são companheiros de quarto. A prática, adotada por cerca de 23% das famílias brasileiras, segundo pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), é cada vez mais comum. As pessoas criam laços fortes com os pets, passam a enxergá-los como membros da família e é normal que os “pais” queiram dormir com seus “filhos”. É assim que a professora Ana Teresa França, 44 anos, pensa. Com nove gatos em casa, afirma que eles têm a liberdade de subir na cama e dormir com ela. “Todos têm uma noite agitada, cada um tem seu horário de dormir. Eu me deito e eles vão se revezando, se acomodando na cama”, conta. Ana foi dona de um cachorro por muitos anos e o cão não recebia tratamento diferente do dado hoje aos bichanos: ele também dividia a cama com a professora. “Os meus animais são como meus filhos, meus bebês, e gosto de estar próxima deles em todos os momentos. É um carinho poder dormir com todos.” Ana Teresa sempre conviveu com bichos de estimação e acredita que permitir que eles durmam na cama é uma questão muito pessoal. Para ela, as preferências do dono e a do animal precisam ser levadas em consideração. Na opinião da professora, animais que têm mais espaço para correr e vivem soltos em quintais vão querer um espaço quentinho para dormir, mas podem não se sentir confortáveis dentro do quarto, privados da liberdade que têm durante o dia. “Nesses casos, o pet pode preferir a própria cama, fora do ambiente onde o dono dorme”, acredita. Já os animais que vivem dentro de apartamentos ou espaços mais limitados, como os gatos, estão habituados a ficar nos ambientes domésticos na companhia constante do tutor e gostam de estar próximos deles na hora do descanso. Quanto à questão da higiene, muito abordada por pessoas que não gostam de dividir o sono com os pets, Ana afirma não ter dificuldades. “Os meus animais são limpos. Se você cuida da saúde e da higiene do animal, não precisa ter preocupações com eles em cima da cama”, completa. As mascotes da professora tomam banhos semanais e nunca saem de casa. A veterinária Heloísa da Costa Menezes corrobora as impressões de Ana Teresa. A profissional explica que, no caso de animais bem tratados, com a vermifugação e vacinação em dia e com a higiene adequada, não existe contraindicação. “Tudo depende da saúde e da limpeza do bicho e, se isso está ok, não há problema em compartilhar a cama com o dono”, afirma.

Por questão de higiene, Luciana não

deixa os cachorros subirem na cama:

“Cada um no seu espaço”foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Heloísa acrescenta que o fato de não permitir ao pet subir na cama não previne as zoonoses — doença transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa — de contaminarem o tutor. “O animal que está doente corre o risco de transmitir o problema mesmo que não tenha acesso à cama ou ao quarto do dono. O foco é cuidar da saúde deles, independentemente do espaço que o bicho ocupa na casa”. O cuidado deve ser tomado também no caminho inverso. O dono que estiver doente, com alguma enfermidade que possa contaminar os pets, deve evitar contato direto enquanto durar a indisposição. O infectologista Alexandre Cunha é categórico e sucinto ao afirmar que não existem riscos para os humanos. “É simples, se o animal for bem cuidado e a pessoa não tiver alergias, não existe nenhum problema. No caso da pessoa que tem alergia, o indicado é que ela não tenha animais”, acrescenta. O veterinário Josélio Moura afirma que não existe regra geral sobre o tema, mas explica que o ideal é o animal ter o próprio espaço. Isso porque, até mesmo pela questão da disciplina, o pet precisa saber que não é o chefe da família. “É necessário avaliar a saúde do humano e do animal, não havendo riscos de dano à saúde de nenhum dos dois, não há problema”,afirma. Para os proprietários que não abrem mão de dormir com os pets, Josélio recomenda mais atenção aos cuidados de higiene. “É importante fazer a escovação dos pelos e dar banhos constantes, além de sempre checar a saúde do animal”, destaca. Apesar de não existir uma contraindicação por parte dos profissionais de saúde, a estudante Luciana Cesário Braga, 24 anos, não permite que seus cachorros durmam na cama com ela. Atualmente, a jovem vive com o vira-lata Rodolfo, que dorme em sua própria caminha enquanto aguarda um lar definitivo. Luciana está cuidando do pet enquanto ele não encontra uma família que possa adotá-lo. Ela sempre teve cães, desde criança, e adotou o hábito da mãe, de não permitir que o animal suba em sua cama. “Ela não deixava porque achava anti-higiênico e creio que internalizei isso. Pode ser um risco para a gente e para o animal, por causa das doenças”, afirma. A estudante acrescenta que não tem nojo dos bichos, brinca e os abraça sem problemas, mas acredita que os passeios podem acumular muita sujeira nas patinhas e no pelo deles. “Não acho bacana ficar todos os dias lavando as patas do cachorro, pode não secar direito e causar algum problema de saúde, como fungos. O ideal é deixar cada um no seu espaço”, diz. Privilegiados Cerca de 55% dos animais de famílias brasileiras têm o privilégio de dormir dentro de casa. Entre eles, a divisão fica assim: 23% ficam com os donos na cama 12% têm o próprio quarto 11% ficam na sala 9% dormem em lavanderias ou banheiros Fonte: Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal

Fique ligado

Cuidados que devemos ter para dividir a cama com os pets Nos dias em que o animal passear, é preciso fazer a higienização das patas Escove os animais mais peludos semanalmente Dê banhos semanais no pet Troque o jogo de cama frequentemente Verifique a higiene do animal depois que ele fizer as necessidades e, somente depois, deixe que eles subam na cama Mantenha a vermifugação e a vacinação do bichinho em dia Leve o animal ao veterinário para checapes periódicos ou sempre que notar comportamentos estranhos Caso alguma das pessoas com as quais o animal dorme apresente doenças que a mascote pode pegar, evite a proximidade.

Dupla dinâmica

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da Revista do Correio

Dizem que ter dois pets é melhor do que um, porque eles se fazem companhia e dão menos trabalho. Será mesmo?

Keyla Queioz, com as filhas Beatriz e Victoria e as mascotes Charlote e Chanel: alegria em dobro.Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Sair de casa e deixar o animal de estimação sozinho pode ser um momento difícil. Dependendo da rotina do dono, isso significa um dia inteiro de isolamento. Adquirir um outro pet é uma opção para proporcionar companhia e melhorar o bem-estar dos bichos. A veterinária Gisele Cunha explica que algumas mascotes podem apresentam comportamentos ansiosos em momentos de solidão. Como exemplo, ela cita o lamber excessivo das patas, que chega a provocar lesões (a chamada dermatite acral). A destruição de objetos para chamar a atenção dos donos é também frequente. “A introdução de outro animal pode amenizar esses problemas. Os cães nasceram para conviver em grupo”, aponta Gisele. O novo membro da família precisará de um tempo para se integrar. Deixe os animais se conhecerem, sem pressa. “Quando dá errado, a culpa, geralmente, é dos humanos, que criam expectativas, geram uma tensão”, avisa a veterinária. Ela afirma que é normal existirem alguns desentendimentos. “Muitas vezes, prender o focinho e rosnar são apenas expressões de hierarquia. Sempre vai ter um que quer ser ‘chefe’.” Gisele também recomenda ter cuidado para que o pet mais velho não se sinta desprezado. “Não pode dar a impressão de que ele deixou de ser amado. Tem que continuar dando atenção exclusiva para ele em alguns momentos. Por exemplo, passeando sozinho”, recomenda. A família da dona de casa Keyle Queiroz, 39 anos, ficava apreensiva em deixar sozinha Charlote, uma shih tzu de 1 ano e meio. “Ela fazia uma cara de triste. Não sei quem ficava mais ansiosa, ela ou a gente”, descreve Keyle. Quando os pais de Charlote tiveram uma nova ninhada, a família enxergou uma oportunidade. “Não pensamos duas vezes, ficamos com uma das filhotes, a Chanel”, revela a estudante Beatriz Queiroz, 17, filha de Keyle. Ela lembra que a família até se privava um pouco de sair para não deixar Charlote isolada. Elas levavam paninhos com o cheiro da filhote para casa, a fim de que Charlote começasse a se acostumar. O resultado foi positivo: hoje, elas brincam, dormem juntas, fazem companhia uma à outra. Mas cada uma tem o seu espaço. Não dividem cama, vasilha e comida. De vez em quando, ambas visitam o restante da família. Inclusive, o aniversário de um ano da ninhada de Charlote teve direto a festa com a presença dos pais e de outras três irmãs dela. O bufê incluiu caninos. “Foi maravilhoso”, define Keyle. A próxima festa deve ser ainda maior, pois vai incluir as irmãs mais novas, da ninhada em que Chanel veio ao mundo. Além da opção de adquirir um novo amigo, o adestrador e comportamentalista canino Fernando Bosco aconselha a promover o enriquecimento ambiental: como colocar brinquedos, ossos e esconder a comida em diferentes lugares. São atividades para praticar na ausência do dono, que diminuem a ociosidade. Não é preciso gastar muito, eles se divertem com pouco. “Uma simples garrafa pet pode ser o melhor presente para um cachorro”, indica Fernando. A preocupação com espaço não é determinante, desde que haja saídas com o animal. “É preciso ter uma rotina de atividade física diária”, aponta o adestrador, que aconselha três saídas diárias — duas breves e uma mais longa, para deixar o cachorro se exercitar. Também vale se planejar financeiramente. Os gastos podem dobrar: aumenta a quantidade de vacinas, de ração etc. Segundo Fernando Bosco, os cachorros podem apresentar ansiedade quando ficam sozinhos, principalmente se o dono der “excesso de mimo”, o que deixa o animal dependente. “Eles podem ter comportamentos destrutivos, automutilação, latir muito”, enumera. “É importante tratar o animal como animal, e eles são muito bem cuidados assim. É comum a ‘humanização’ do cachorro resultar em dependência em relação ao dono”, alerta. Também não se pode exagerar nas despedidas ou no momento de retornar à casa. Aja com naturalidade. O cachorro percebe o comportamento diferente do dono e fica ansioso. A escolha do novo companheiro Especialista em comportamento canino, o adestrador Fernando Bosco recomenda adquirir animais de portes e idades compatíveis. Assim, há menos chance de eles se machucarem. “Além disso, filhotes têm muita energia”, pontua Fernando, e podem acabar incomodando um cão velhinho, que gosta de ficar quieto. O temperamento do novo morador precisa ser levado em conta. Avalie se ele é ciumento, se gosta de interagir com outros animais, se é agitado. Um profissional pode ainda realizar testes para identificar a dominância. A convivência entre dois dominantes ou dois submissos traz complicações adicionais. No primeiro caso, eles vão ter disputas e, no segundo, eles podem copiar comportamentos indevidos um do outro. “Um cão dominante ajuda a dar segurança, equilíbrio para a matilha. Dois submissos podem ser inseguros e latir muito, por exemplo”, explica Fernando. O adestrador aconselha a castrar os animais, mesmo que não seja um casal. O procedimento contribui para evitar brigas.”Não é remédio para agressividade, mas pode ajudar a diminuir. Nas fêmeas, traz estabilidade hormonal e controlar mudanças de comportamento que ocorreriam no cio”, explica Fernando. Mas não existem regras determinantes, é possível que o relacionamento dê certo apesar das diferenças. A companhia pode até ser de outra espécie, um gato, por exemplo. Nesse caso, são os felinos que “mandam” na relação. “Se o gato não se sentir à vontade, por ser uma presa, ele tende a fugir. Mas cães e gatos podem conviver em harmonia”, afirma Fernando. O vira-lata Luke se deu muito bem com dois gatinhos. Eles foram adotados pela família da servidora pública Rosana Baioco. Em janeiro, o filho mais velho dela, Estevam Silva, 25 anos, encontrou três filhotes de gato dentro de uma caixa de papelão na rua. Ele levou para o apartamento da família, que seria um lar temporário, mas virou definitivo. Eles ficaram com dois gatos, Stacey e Júnior, o terceiro foi para outra pessoa. “Acabei me apegando”, justifica Rosana. E o cachorro Luke também gostou dos novos amigos. “Eles se adaptaram; aparentam estar felizes. O Luke é muito cuidadoso com os gatos”, revela a servidora. Ela lembra que não houve tanto sucesso quando Luke teve a companhia de filhotes de cachorro, que ficaram na casa de Rosana até serem adotados. Com 11 anos, Luke prefere um ambiente tranquilo. “Ele ficou nervoso. Os filhotes ficavam em cima, perturbavam demais ele”, descreve. Rosana destaca ainda que os felinos dão pouco trabalho. “Eles mesmos se limpam e não precisam sair para passear.” Rosana recomenda que as pessoas prefiram adotar um novo pet em vez de comprá-los. “Há animais de vários portes e comportamentos para adoção. As entidades de proteção aos animais conseguem indicar a melhor opção para cada pessoa”, incentiva. Keyla Queioz, com as filhas Beatriz e Victoria e as mascotes Charlote e Chanel: alegria em dobro Dizem que ter dois pets é melhor do que um, porque eles se fazem companhia e dão menos trabalho. Será mesmo? Sair de casa e deixar o animal de estimação sozinho pode ser um momento difícil. Dependendo da rotina do dono, isso significa um dia inteiro de isolamento. Adquirir um outro pet é uma opção para proporcionar companhia e melhorar o bem-estar dos bichos. A veterinária Gisele Cunha explica que algumas mascotes podem apresentam comportamentos ansiosos em momentos de solidão. Como exemplo, ela cita o lamber excessivo das patas, que chega a provocar lesões (a chamada dermatite acral). A destruição de objetos para chamar a atenção dos donos é também frequente. “A introdução de outro animal pode amenizar esses problemas. Os cães nasceram para conviver em grupo”, aponta Gisele. O novo membro da família precisará de um tempo para se integrar. Deixe os animais se conhecerem, sem pressa. “Quando dá errado, a culpa, geralmente, é dos humanos, que criam expectativas, geram uma tensão”, avisa a veterinária. Ela afirma que é normal existirem alguns desentendimentos. “Muitas vezes, prender o focinho e rosnar são apenas expressões de hierarquia. Sempre vai ter um que quer ser ‘chefe’.” Gisele também recomenda ter cuidado para que o pet mais velho não se sinta desprezado. “Não pode dar a impressão de que ele deixou de ser amado. Tem que continuar dando atenção exclusiva para ele em alguns momentos. Por exemplo, passeando sozinho”, recomenda. A família da dona de casa Keyle Queiroz, 39 anos, ficava apreensiva em deixar sozinha Charlote, uma shih tzu de 1 ano e meio. “Ela fazia uma cara de triste. Não sei quem ficava mais ansiosa, ela ou a gente”, descreve Keyle. Quando os pais de Charlote tiveram uma nova ninhada, a família enxergou uma oportunidade. “Não pensamos duas vezes, ficamos com uma das filhotes, a Chanel”, revela a estudante Beatriz Queiroz, 17, filha de Keyle. Ela lembra que a família até se privava um pouco de sair para não deixar Charlote isolada. Elas levavam paninhos com o cheiro da filhote para casa, a fim de que Charlote começasse a se acostumar. O resultado foi positivo: hoje, elas brincam, dormem juntas, fazem companhia uma à outra. Mas cada uma tem o seu espaço. Não dividem cama, vasilha e comida. De vez em quando, ambas visitam o restante da família. Inclusive, o aniversário de um ano da ninhada de Charlote teve direto a festa com a presença dos pais e de outras três irmãs dela. O bufê incluiu caninos. “Foi maravilhoso”, define Keyle. A próxima festa deve ser ainda maior, pois vai incluir as irmãs mais novas, da ninhada em que Chanel veio ao mundo. Além da opção de adquirir um novo amigo, o adestrador e comportamentalista canino Fernando Bosco aconselha a promover o enriquecimento ambiental: como colocar brinquedos, ossos e esconder a comida em diferentes lugares. São atividades para praticar na ausência do dono, que diminuem a ociosidade. Não é preciso gastar muito, eles se divertem com pouco. “Uma simples garrafa pet pode ser o melhor presente para um cachorro”, indica Fernando. A preocupação com espaço não é determinante, desde que haja saídas com o animal. “É preciso ter uma rotina de atividade física diária”, aponta o adestrador, que aconselha três saídas diárias — duas breves e uma mais longa, para deixar o cachorro se exercitar. Também vale se planejar financeiramente. Os gastos podem dobrar: aumenta a quantidade de vacinas, de ração etc. Segundo Fernando Bosco, os cachorros podem apresentar ansiedade quando ficam sozinhos, principalmente se o dono der “excesso de mimo”, o que deixa o animal dependente. “Eles podem ter comportamentos destrutivos, automutilação, latir muito”, enumera. “É importante tratar o animal como animal, e eles são muito bem cuidados assim. É comum a ‘humanização’ do cachorro resultar em dependência em relação ao dono”, alerta. Também não se pode exagerar nas despedidas ou no momento de retornar à casa. Aja com naturalidade. O cachorro percebe o comportamento diferente do dono e fica ansioso. A escolha do novo companheiro Especialista em comportamento canino, o adestrador Fernando Bosco recomenda adquirir animais de portes e idades compatíveis. Assim, há menos chance de eles se machucarem. “Além disso, filhotes têm muita energia”, pontua Fernando, e podem acabar incomodando um cão velhinho, que gosta de ficar quieto. O temperamento do novo morador precisa ser levado em conta. Avalie se ele é ciumento, se gosta de interagir com outros animais, se é agitado. Um profissional pode ainda realizar testes para identificar a dominância. A convivência entre dois dominantes ou dois submissos traz complicações adicionais. No primeiro caso, eles vão ter disputas e, no segundo, eles podem copiar comportamentos indevidos um do outro. “Um cão dominante ajuda a dar segurança, equilíbrio para a matilha. Dois submissos podem ser inseguros e latir muito, por exemplo”, explica Fernando. O adestrador aconselha a castrar os animais, mesmo que não seja um casal. O procedimento contribui para evitar brigas.”Não é remédio para agressividade, mas pode ajudar a diminuir. Nas fêmeas, traz estabilidade hormonal e controlar mudanças de comportamento que ocorreriam no cio”, explica Fernando. Mas não existem regras determinantes, é possível que o relacionamento dê certo apesar das diferenças. A companhia pode até ser de outra espécie, um gato, por exemplo. Nesse caso, são os felinos que “mandam” na relação. “Se o gato não se sentir à vontade, por ser uma presa, ele tende a fugir. Mas cães e gatos podem conviver em harmonia”, afirma Fernando. O vira-lata Luke se deu muito bem com dois gatinhos. Eles foram adotados pela família da servidora pública Rosana Baioco. Em janeiro, o filho mais velho dela, Estevam Silva, 25 anos, encontrou três filhotes de gato dentro de uma caixa de papelão na rua. Ele levou para o apartamento da família, que seria um lar temporário, mas virou definitivo. Eles ficaram com dois gatos, Stacey e Júnior, o terceiro foi para outra pessoa. “Acabei me apegando”, justifica Rosana. E o cachorro Luke também gostou dos novos amigos. “Eles se adaptaram; aparentam estar felizes. O Luke é muito cuidadoso com os gatos”, revela a servidora. Ela lembra que não houve tanto sucesso quando Luke teve a companhia de filhotes de cachorro, que ficaram na casa de Rosana até serem adotados. Com 11 anos, Luke prefere um ambiente tranquilo. “Ele ficou nervoso. Os filhotes ficavam em cima, perturbavam demais ele”, descreve. Rosana destaca ainda que os felinos dão pouco trabalho. “Eles mesmos se limpam e não precisam sair para passear.” Rosana recomenda que as pessoas prefiram adotar um novo pet em vez de comprá-los. “Há animais de vários portes e comportamentos para adoção. As entidades de proteção aos animais conseguem indicar a melhor opção para cada pessoa”, incentiva.

Sentença histórica condena matadora de animais a 12 anos de prisão no Brasil

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Por Fátima Chuecco (da Redação da ANDA)

A Agência de Notícias de Direitos Animais, divulgou em primeira mão uma decisão inédita no país. Dalva Lina da Silva (foto acima), que ficou conhecida como “a matadora de animais” por ter assassinado 37 animais entre cães e gatos de forma dolorosa e lenta em SP dois anos atrás, recebeu na data de 18 de junho a pena de 12 anos, seis meses e 14 dias de prisão, além de uma multa referente a cada um dos animais mortos. A sentença proferida pela juíza Patrícia Álvarez Cruz, em 87 páginas cita, inclusive, a senciência dos animais. A juíza já expediu um mandado de prisão preventiva contra Dalva e ela pode ser presa a qualquer momento. Veja trecho da sentença abaixo: “18/06/2015 Sentença Registrada 18/06/2015 Condenação à Pena Privativa de Liberdade e Multa COM Decretação da Prisão Ante o exposto, julgo parcialmente procedente a ação, para: I. Condenar DALVA LINA DA SILVA, filha de José Firmino da Silva e Dalvina Gonçalves Leite, à pena de doze anos, seis meses e quatorze dias de detenção, e ao pagamento de quatrocentos e quarenta e quatro dias-multa, cada um destes fixado em 1/10 do valor do salário mínimo vigente à época dos fatos, a ser atualizado em execução, como incursa, por trinta e sete vezes, nas penas cominadas no artigo 32, §2º, da Lei 9.605/98, na forma do artigo 69 do Código Penal; II. Absolver a mesma ré das imputações que lhe são formuladas no aditamento da denúncia, nos termos do artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal.11/06/2015 Conclusos para Sentença 27/05/2015” Diante de tantas atrocidades cometidas contra os animais no Brasil sem qualquer punição aos criminosos, a sentença de Dalva é uma grande vitória que faz história no judiciário brasileiro e na causa dos direitos animais. Dalva foi processada pelo Ministério Público pelo crime previsto no artigo 32, parágrafo 2º, da Lei Federal de Crimes Ambientais – 9605/98, por maus-tratos seguido de morte dos animais, mas na última audiência, ocorrida em 20 de maio, acrescentou-se mais uma acusação, a de uso de substância proibida – crime previsto no artigo 56 da mesma lei e cuja pena mínima é de um ano de detenção. Isso porque ela usou quetamina, um produto anestésico que só pode ser administrado por veterinários.

Mortos com alto grau de crueldade

De acordo com o perito que necropsiou os corpos dos 37 animais, eles foram assassinados de uma maneira extremamente cruel, o que provocou grande sofrimento e extrema dor em cada um deles por até 30 minutos. Dalva injetava a droga no peito dos animais por meio de várias agulhadas numa tentativa insana de tentar atingir o coração deles. Todos foram encontrados com várias perfurações no peito e morreram, por conta disso, de hemorragia interna. Uma cachorrinha entregue nas mãos de Dalva poucas horas antes de ser morta foi o caso mais chocante: tinha 18 perfurações. Vânia Tuglio, promotora de Justiça do Ministério Público/GECAP – Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento do Solo Urbano, e colunista da ANDA, que esteve à frente do caso, conta que a quetamina, ao ser administrada de forma errada por uma leiga e em animais de pequeno porte, causou efeito contrário ao invés de anestesiar: “O perito que examinou os corpos disse que os animais tiveram taquicardia e ficaram agitados. Eles sentiram agonia e dor por cerca de 20 a 30 minutos até morrerem”. Assim, a droga injetada potencializou o sofrimento dos animais. “Essa sentença é histórica porque faz justiça ao assassinato de 37 cães e gatos. Ao expedir o mandado de prisão preventiva, a juíza não apenas cumpre a lei, mas resguarda a sociedade de uma pessoa extremamente perigosa”, comenta a promotora.

Os animais sabiam que estavam sendo mortos

Presente na última audiência, o perito Paulo Cesar Mayorca, professor do departamento de patologia da faculdade de medicina veterinária da USP, fez pelo menos duas declarações estarrecedoras. Disse que para matar os animais daquela forma sozinha, Dalva teria que amarrá-los em provável posição de crucificação, com pernas juntas e braços abertos. E, além disso, eles sabiam que estavam morrendo. A juíza do caso, segundo a promotora Vânia, se interessou por esse aspecto do julgamento e quis saber mais: “Ela perguntou se os animais tinham consciência que estavam sendo mortos e o perito respondeu que sim, que o tempo todo eles estiveram conscientes do que estava acontecendo”. Mayorca constatou também que nenhum dos animais apresentava doença terminal ou lesão que comprometesse a saúde deles. Eram saudáveis e alguns, inclusive, castrados e prontos para adoção. O laudo cadavérico, portanto, desmentiu a alegação de Dalva que dizia ter matado apenas seis dos 37 animais por estarem em “estado terminal”. Dalva disse que adquiria a droga de um veterinário amigo da família que já morreu. Também alegou que todas as centenas de animais que recebeu ao longo de anos foram doados, mas ela não fez nenhum registro das adoções e não se lembra para quem doou. Os seis gatos encontrados vivos em sua casa na noite do flagrante foram entregues à ONG Adote um Gatinho que teve autorização judicial para doá-los.

Em frente à casa de Dalva ativistas deixaram homenagem aos animais assassinados

Atitude suspeita

O comportamento de Dalva causava estranheza entre alguns moradores da rua. Segundo relato de uma vizinha, que preferiu não se identificar, ela descartava entre 6 e 7 sacos de 100 litros, três vezes por semana (às terças, quintas e sábados), exatamente na hora em que o caminhão de lixo passava. “Era muito lixo para uma casa só”, disse ela. “Uma casa com três pessoas adultas e uma criança descartar cerca de 2 mil litros de lixo por semana é algo inconcebível. Isto só comprova a prática cruel que ela vinha exercendo todos esses anos”, afirma a ativista Marli Delucca. “Sabendo que ela recebia centenas de gatos e cães por mês e com base nessas informações, estimamos que cerca de 30 mil animais possam ter sido mortos pelas mãos de Dalva nos últimos oito anos”, contabiliza Marli Delucca. “A Dalva recebia animais para encaminhar para adoção há cerca de 8, 10 anos. É só fazer as contas”, reforça a protetora Raquel Rignani. Suspeita-se ainda que ela descartasse mais corpos de animais por caçambas espalhadas pela cidade.

Assassinos cruéis

Indignada com um caso tão bárbaro, a promotora pediu à juíza que Dalva fosse condenada pela morte de todos os 37 animais somando-se as penas de cada um – como se faz no caso de assassinato de várias pessoas por um mesmo criminoso. Ela lamenta que as leis brasileiras ainda não permitam punições condizentes com a gravidade dos crimes praticados contra animais, mas está confiante que o cenário deve mudar a partir da condenação de Dalva. Em muitos países crueldade animal leva os criminosos para a cadeia e sem que sejam necessários longos processos. Além disso, em alguns países se entende que deter pessoas que torturam e matam animais é uma maneira eficaz de proteger também a população humana já que esses indivíduos são naturalmente violentos e, muitas vezes, psicopatas. À propósito, estudos feitos pelo FBI apontam que uma esmagadora parcela de psicopatas começa sua trajetória torturando e matando animais, às vezes na adolescência ou até mesmo na infância. Por isso, a partir do próximo ano, quem maltratar e matar animais nos EUA terá um julgamento igual ao de qualquer outro criminoso. Pesquisa que consta do livro “Maus tratos aos animais e violência contra as pessoas”, de Marcelo Robis Nassaro, capitão do Comando de Policiamento Ambiental de SP, chegou à mesma conclusão do FBI. Indivíduos autuados por maus-tratos em SP, em geral, já tinham outras acusações criminais, especialmente de lesão corporal contra pessoas. Em todo o Brasil chovem denúncias de atrocidades cometidas contra animais e a população se sente cada vez mais impotente. Juntam-se provas, a comunidade se une, protesta, exige justiça, mas as leis brasileiras ainda não enxergam que quem maltrata e mata animais é um criminoso em potencial, capaz de matar também pessoas.

Quem ajudou Dalva a cometer os crimes?

Fica aqui um alerta para quem “doa” animais. É preciso acompanhar as adoções. Ter endereço e telefone dessas pessoas, pedir fotos recentes e até fazer visitas esporádicas. De que adianta resgatar, gastar com medicamentos, veterinários, cirurgias, castrações e, por fim, jogar o animal nas mãos de uma assassina? Dalva conseguiu matar muitos animais graças a irresponsabilidade de muitas pessoas que apenas descartaram os animais nas mãos dela e nunca mais quiseram saber dos bichos. Embora ela própria pegasse animais nas ruas, também recebeu dezenas de animais, principalmente gatos, cujo paradeiro ela não quis informar. Inclusive, entre os 37 animais mortos descobertos pelo detetive do caso, a maioria era filhotes de gatos.

Os benefícios da castração

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da Revista do Correio,

Nova técnica de cirurgia e recuperação mais rápida são um incentivo à realização do procedimento, que, além de evitar filhotes, faz o pet ficar menos agressivo e suscetível a doenças

A cadelinha Teca precisou  passar por um procedimento de   emergência por causa de um câncer: solução para o problema. Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

O procedimento cirúrgico mais comum do mundo veterinário passou por reformulações. Novos modos de cirurgia e acessórios de recuperação estão disponíveis. Atualmente, existem dois métodos de castração: o convencional e o feito por meio de videolaparoscopia. “A cirurgia tradicional é realizada por meio de uma incisão na linha mediana (no caso das fêmeas), em que acesso a cavidade abdominal é total”, explica a veterinária Juliana de Camargos Ribeiro Rosito.

Já a segunda técnica é feita a partir de um pequeno corte na cavidade abdominal sem a necessidade de realizar um procedimento muito invasivo. O acesso se dá por pequenas incisões na lateral do abdômen. “Esse método exige uma equipe mais treinada e consegue remover o útero e ovário por vídeo”, explica o veterinário Rafael Souza.

Além de mudanças no procedimento, outra novidade é a roupinha pós-cirúrgica. O colar elizabetano (ou cone) não é mais tão recomendado quanto antes. A nova opção roupa é mais eficiente na maioria dos casos. “A roupa cobre o local da cirurgia e não impede o animal de fazer nada. O colar deixa o bicho estressado e, muitas vezes, ele consegue driblar o acessório”, afirma o médico-veterinário Emanuel Quintela.

Ainda de acordo com o profissional, a roupa pode evitar infecções de bactérias. “As bactérias podem vir do ambiente e também pela lambedura do animal. Os pontos também podem abrir, o que vai gerar outro transtorno”, explica. Mas o colar ainda não foi totalmente abolido. “Ainda usamos em casos de lesão nas patinhas”, afirma Quintela.

Quem pretende castrar o pet deve ficar atento, pois existe um período ideal realizar o procedimento: depois de completo o ciclo vacinal. “Antes, não é recomendado, pois o animal ainda é filhote e está suscetível a alguns problemas. Além disso, a cirurgia afeta a imunidade e eles ainda não têm um sistema de defesa tão eficiente”, explica o médico-veterinário Rafael Souza. Ainda segundo o especialista, as fêmeas não devem ser submetidas ao processo durante o cio, pois a cirurgia pode aumentar ainda mais o sangramento.

O bicho também não deve ser muito velho. O ideal é chegar na fase geriátrica (a partir dos 8 anos) castrado. O animal pode tentar cruzar e desenvolver doenças na próstata e baixa contagem de espermatozoides. AS cadelas idosas têm tendência a desenvolver problemas na contração uterina, pouco leite e prolapso uterino, condição em que parte do útero fica exposta para fora da vagina, devido à flacidez da musculatura. Também são situações as comuns a gravidez psicológica e o câncer de mama.

Os cuidados pré-cirurgicos são fundamentais. Primeiramente, o tutor deve procurar um médico-veterinário para fazer um exame físico detalhado, repassar o histórico da saúde e esclarecer dúvidas sobre o procedimento. No dia do procedimento, é importante a mascote fazer jejum de oito horas (cães adultos) ou quatro horas (filhotes e idosos) e, de preferência, devem estar tosada

Exames de sangue são obrigatórios. “Recomendado hemograma, perfil hepático e renal. Exames de imagem, como ecografia abdominal e radiografias, podem ser solicitados dependendo do caso. Além disso, é recomendado fazer eletrocardiograma por causa da anestesia”, explica a veterinária Juliana de Camargos Ribeiro Rosito.

O dono deve ter informações do profissional que vai cuidar do animal. “Também é necessário conversar com o anestesista para saber o tipo de medicamento que será usado e observar as condições higiênicas do local”, afirma Rafael Souza, veterinário.

Obesidade e vida mais longa?

Os especialistas alertam para um outro incômodo relativo à castração: o animal pode engordar. A baixa produção de hormônios diminui o metabolismo e, consequentemente, o animal fica com tendência  ao ganho de peso. Para esses casos, opte por rações específicas para cães castrados.

A castração, em si, não aumenta a longevidade do animal, mas certos hábitos podem fazer com que o bicho tenha uma qualidade de vida melhor e, consequentemente, aumente a longevidade. “Um gato castrado sai menos de casa e, assim, não pega doenças na rua e corre menos riscos de sofrer acidentes”, explica Emanuel Quintela, veterinário.

Atenção

Veja quais cuidados pós-cirúrgicos devem ser adotados:

Verificar sempre o local dos cortes

Observar com atenção os pontos da cirurgia

Verificar se existe alteração no odor do animal

Passar os medicamentos no horário indicado

Manter o local limpo

Evitar que o animal sofra qualquer tipo de impacto

Garantir o repouso do pet nos primeiros dias

Levar o bicho ao veterinário imediatamente caso ele sofra alguma alteração durante a recuperação

Nos gatos

A castração é realizada, geralmente, a partir dos seis meses de vida, embora ainda estejam em fase de crescimento. Essa medida pode ter impactos na saúde e no comportamento ao longo da vida deles. “O gato deve ficar mais caseiro. Com isso, evitamos que ele se perca ou sofra acidentes”, explica o médico-veterinário Emanuel Quintela.

Depois da cirurgia

O tempo médio para a recuperação do animal é de 10 a 15 dias. Após esse período, o pet pode tirar os pontos, desde que não tenha acontecido nenhum “acidente”. O dono deve alimentar bem a mascote e seguir com um tratamento à base de antibióticos e anti-inflamatórios. O cuidado com a limpeza também é fundamental. O local deve ser higienizado pelo menos duas vezes ao dia, já que o acúmulo de  sujeira pode aumentar a proliferação de bactérias e invadir o corpo do animal. Além de evitar a procriação, a castração também reduz a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, pois o bicho passa a ter menos contato com outros animais.

Depois de passar pelo procedimento, o animal pode mostrar alterações no comportamento. O pet tende a sair menos de casa, mostra-se menos agitado e adota um comportamento mais tranquilo.

A castração  também pode servir como tratamento para cães mais agressivos. “Um cachorro muito nervoso tende a ficar mais calmo, pois haverá redução dos hormônios”, explica o veterinário Emanuel Quintela. Para as fêmeas, o processo é feito por meio da retirada dos ovários e do útero. Teca, uma cadelinha sem raça definida de 2 anos teve uma infecção uterina. Doente, precisou de um procedimento de urgência. “O problema foi grave e ela precisou fazer uma cirurgia às pressas”, conta  analista de sistemas Mônica Ferrari, 53 anos, dona de Teca.

A operação acabou funcionando como uma castração. Apesar de ter sido submetida ao procedimento tradicional, a dona do animal optou por não usar a moderna roupa pós-cirúrgica. “Preferi o cone. Ela estava com um bom curativo e decidimos comprar somente esse colar elizabetano, pois a Teca não gosta de roupas”, afirma. A cadela ainda está se recuperando, toma remédios e recebe muitos mimos da família.

A cadela Margot, uma pastor-alemã de 10 anos nunca teve nenhum problema de saúde e nem tinha passado por nenhuma cirurgia. Mas, no último de mês, apresentou um caroço na região das mamas.  “Elas começaram a ficar inchadas. Um caroço apareceu e começou a inflamar”, conta o dono de Margot, o analista de sistemas Giovanni Ferreira, 39 anos.

O câncer foi confirmado e a cirurgia de castração foi fundamental. “O tumor mamário depende do hormônio para se desenvolver. Nós tiramos o útero e ovários para evitar que não nasçam mais nódulos”, explica o veterinário Emanuel Quintela.

Galinha resgatada de indústria de ovos ganha festa com direito a bolo

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da ANDA

foto: Vimeo

O sofrimento que as galinhas exploradas pela indústria enfrentam é frequentemente ignorado pelos consumidores. Alguns ainda têm a imagem de que as galinhas produzem ovos em fazendas idilicas onde são livres para ciscar pela grama e que põem ovos conforme a sua vontade, mas a realidade está muito distante deste ideal. As informações são do One Green Planet. Essas galinhas vivem em pequenas gaiolas de arame que não são maiores que uma folha de papel, amontoadas com outras cinco a dez. Para tornar as coisas ainda piores, elas são mantidas em gigantes galpões escuros que podem conter aproximadamente 10.000 galinhas de uma só vez, nos quais são forçadas a enfrentar estresse sem fim, sujeira e negligência. Às galinhas criadas no sistema chamado “free-range” seria teoricamente permitido acessar um recinto ao ar livre durante parte do tempo, porém devido à superlotação e acessos limitados às “saídas”, a maioria delas nunca consegue experienciar o ar fresco ou a grama. A galinha Little Miss Sunshine, apresentada neste vídeo, foi resgatada de uma vida em um sistema de baterias onde vivia com outras mais de 1.000 galinhas, pelo Edgar’s Mission Farm Sanctuary. Agora, Little Miss Sunshine tem a chance de aproveitar todas as maravilhas da vida das quais era privada na fazenda produtora de ovos, o que lhe dá muitos motivos para celebrar o seu aniversário – no caso, a comemoração de 2 anos de seu “re-nascimento”, a data em que fora resgatada.  

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da Revista do Correio

Da disciplina às despesas com alimentação e veterinário, alguns casais dividem a tarefa de criar um pet

Há quase um ano, Sami e Gabriela dividem os cuidados com Pituxa

foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Ter um pet em casa é muita responsabilidade. Alguns casais  de namorados dividem os animais como se fossem pai e mãe. Antes de tudo, é preciso ter responsabilidade para criar e separar as tarefas. Os estudantes Sami Sternberge e Gabriela Moreira, ambos de 22 anos, entendem bem esse conceito e, juntos, criam a pequena Pituxa.

A cadelinha sem raça definida tem 1 ano e divide as atenções do casal. Ela foi adotada com 2 meses de idade, por decisão conjunta. “Já tínhamos conversado sobre ter um pet. Um dia, vi a foto da Pituxa e falei com a Gabriela. Ela concordou e fomos buscá-la”, conta Sami Sternberg.

De acordo com ele, a cachorrinha obedece aos dois da mesma forma. “A Gabriela é como se fosse a mãe e eu, o pai. Mas acredito que a a Pituxa é mais afetiva comigo e mais obediente com ela”, afirma. Os dois dividem a responsabilidade igualmente. Pituxa mora com o “pai”. “Na casa do Sami tem mais espaço, mas sempre estou por perto. A gente divide as despesas com brinquedos, ração e veterinário”, conta a estudante.

Sami afirma que há muita parceria entre eles. “A gente mora perto. Sempre que preciso de alguma ajuda vou até lá. Quando viajo, a Pituxa fica na casa da Gabriela”, diz Sternberg. O casal se desdobra pelo bem da cadela. “A gente se organiza muito para cuidar dela. Quando eu não posso passear, ele vai e vice-versa. É como se fosse um filho para gente”, afirma.

Pituxa também é um sucesso no Instagram. Sami criou um perfil para a mascote e já conta com 250 seguidores. O @vidadepituxa é atualizado quase todos os dias. “Ele adora tirar fotos, postava coisas sobre a Pituxa todos os dias, então eu dei a ideia de ele fazer um perfil somente para ela”, conta Gabriela.

Juntos há dois anos, eles não pretendem adotar mais pets por falta de espaço. De acordo com o casal, a pequena tem um comportamento calmo. “Ela aprontava muito quando era filhote. Comia os móveis e e bagunçava bastante. Mas, hoje,  é calma e alegre”, afirma Sami.

É possível um cão ter vários donos e obedecer todos da mesma forma? De acordo com o adestrador Carlos Júnior, o desafio é viável. A principal questão é estabelecer um padrão de comportamento para o pet. “Um casal deve sempre manter a ordem e estabelecer o que deve ser feito para o bicho. Nada de um tirar a autoridade do outro, é como se fosse uma criança mesmo”, explica.

Para garantir isso, é preciso o casal participar junto da construção do comportamento. Esse investimento pode valer à pena, já que os animais podem até mesmo melhorar a vida a dois. Em 2013, um estudo da Universidade de Buffalo (Nova York, Estados Unidos) afirmou que a presença dos pets torna a vida a dois mais feliz. A pesquisa entrevistou 240 casais e descobriu que aqueles com cão ou gato têm “um relacionamento mais próximo, estão mais satisfeitos no casamento e respondem melhor ao estresse”.

Alguns bichinhos têm o perfil de cães de família, outros, de um dono só. Os que vivem com apenas uma pessoa — geralmente os de origem oriental (akita e chow-chow, por exemplo) — adotam comportamento diferente. “Esse tipo de cão pode até ter uma convivência amigável com outras pessoas, mas sempre vai obedecer o ‘preferido’”, explica o adestrador Carlos Júnior.

Os cachorros “de família” (labrador, box, pastor-alemão, por exemplo) tendem a respeitar todos os moradores da casa. “A questão da autoridade está ligada com o jeito de se relacionar com o pet”, afirma o adestrador. É importante ressaltar que esse é o padrão de comportamento mais comum, mas existem exceções em todas as raças.