Os cachorros caem na água

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da Revista do Correio

Aulas de natação ou mesmo mergulhos no lago são programas aprovados para os pets, mas é preciso cuidado para garantir a segurança e a saúde dos cãezinhos 

foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Assim como os humanos, os pets sentem os desconfortos das altas temperaturas do verão e se refrescam como podem. Atividades na água são aliadas na diversão e saúde do animal. Ao contrário do que muitos pensam, o cão não nasce sabendo nadar. O hábito é adquirido com o tempo, de forma natural, a partir do movimento que ele faz com as patas. Para aprender, o ideal é que o bicho não seja muito jovem e tenha a mobilidade músculo-esquelética preparada. O uso de boias ou coletes pode incrementar a segurança dos bichinhos.

E que tal uma aula de natação para o seu pet? Além de ser saudável e divertida, a atividade na água é ideal para os cães da terceira idade. “A natação para o cão é como uma hidroginástica, excelente para animais idosos. Tem baixo impacto e faz o corpo entrar em atividade”, explica o médico- veterinário Claudio Roehsig.

A natação e outras atividades dentro aquáticas são benéficas para o bicho e podem tratar problemas nos ossos. “Cachorros que têm artrose, por exemplo, podem fazer hidroesteira”, afirma o especialista. Além do tratamento ósseo, a água favorece o fortalecimento muscular e o sistema respiratório, alivia as dores na coluna e contribui para a perda de peso. Nesses casos, é preciso acompanhamento de veterinário ou especialista.

Na aula de natação, os cães são monitorados por, no mínimo, cinco recreadores, que se revezam durante a atividade. A água também deve conter uma quantidade mínima de cloro. Bichinhos pequenos passam, em média, 25 minutos na piscina, enquanto os cães adultos podem ficar até 40. “Primeiramente, eles são submetidos a uma avaliação veterinária para sabermos se estão aptos para a natação. A atividade ajuda no emagrecimento e deixa os cães mais relaxados”, explica Bruna Borges, proprietária de uma academia que oferece essas aulas. Ainda de acordo com a ela, os cães usam um colete durante a atividade.

foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Em janeiro, a estudante Juliana Barros, 20 anos, começou a levar Barney, um yorkshire de 8 anos, para nadar. “Eu vi alguns cachorros brincando com os donos no lago e fiquei curiosa para saber como ele reagiria e se realmente conseguiria nadar”, conta.

Apesar de ter feito diversos passeios no Paranoá, o pet ainda não se adaptou à atividade e não gosta da água — principalmente a hora do banho. Juliana, no entanto, tem “planos aquáticos” para o cãozinho. “Por enquanto, só levei o Barney no fim do Lago Norte, pois lá não há restrições para a entrada de cães, mas pretendo levá-lo a outros lugares, talvez até fazer stand up paddle com ele.”

Entre os cuidados que adota para garantir a segurança da mascote, a estudante afirma estar sempre próxima ao animal e dar banhos após a atividade. “Tenho que ficar perto dele para que não se canse muito, até porque ele ainda é inexperiente”, explica.

A fotógrafa Rayssa Sereno, 26 anos, começou a levar a cadela Vida (uma mistura de dog alemão com vira-lata) há dois meses. Segundo ela, a cachorrinha amou a experiência. “Já fomos cinco vezes. Eu sou atleta e queria a companhia dela. Apesar de Vida ser grande, saio muito com ela. Em um dia de sol no lago, a levei para tomar banho e socializar com outros cachorros”, conta.

Rayssa conta que sempre coloca um colete na cadela e, depois das atividades, costuma dar banho na mascote. “Ela tem que associar aquele momento como uma coisa boa, sem traumas. Assim como nós humanos”, explica.

Os especialistas alertam que é importante não levar o pet para nadar em locais fundos, assim como ter o controle da situação. O cão, por natureza, tem o próprio senso do limite, mas é necessário não bobear. Na piscina, é necessário estar atento à quantidade de cloro para evitar intoxicação no animal. “A baixa concentração não costuma causar alterações na pele e nos pelos, mas é importante relatar que animais com pele sensível podem apresentar irritações cutâneas, desencadeando problemas mais sérios”, explica o veterinário Raphael Rocha, especializado em dermatologia veterinária.

De acordo com Rocha, é fundamental ter cuidado com comportamentos inadequados (como urinar ou defecar) que alguns bichos podem apresentar nos banhos. “As doenças zoonóticas, aquelas que podem ser transmitidas ao homem, são a maior preocupação. Assim, é fundamental manter a higiene adequada de piscina e estar certo de que o animal esteja bem de saúde e com as vacinas em dia”, afirma.

Cães de pelo longo e claro merecem atenção especial, pois podem facilitar a proliferação de fungos e bactérias. O cuidado com os ouvidos dos pets é fundamental durante a atividade. “É importante utilizar algodão hidrofóbico para prevenir otites (infecções). O algodão evitará que entre água e que o cloro da piscina dilua a cera de ouvido do cão, que funciona como protetor natural dos canais auditivos”, explica Talita Borges, dermatóloga veterinária. Após a brincadeira na água, sempre é bom verificar se o cão apresenta coceiras na região e, caso isso ocorra, é preciso levá-lo ao veterinário.

Forçar a entrada do bichinho na água está fora de cogitação, assim como empurrá-lo. Alguns cachorros ficam em pânico e correm o risco de morreram afogados. Diante de dificuldades, a adestradora Sofia Bethlem explica a melhor forma de proceder. “Faça com que ele se esqueça da água. Brinque com bolinha ou cabo de guerra até que ele se não lembre mais e, quando isso acontecer, continue a brincadeira, sempre aproximando ele da água”, detalha.

De acordo com a adestradora, esse momento é propício para fazer carinho no animalzinho (assim ele vai apreciar a experiência) e depois retomar o jogo. Quando ele estiver empolgado, aproveite para jogar os brinquedos dentro da água. “Esse exercício gradativo pode ser feito com cães que têm medo ou que estão aprendendo a entrar na água. Caso seja necessário, inicie com uma bacia”, afirma Sofia.

Fique atento

O pet deve estar com a vacinação e a vermifugação em dia para poder nadar

Verifique se a legislação local permite a presença do animal e tenha cuidado na ingestão de materiais inadequados, como pedras, madeira e areia.

Não obrigue o bichinho a entrar na água

Contraindicações

É preciso evitar os mergulhos caso o cão:

Apresente feridas no corpo;

Tenha doenças infecciosas ou demopatias;

Esteja debilitados fisicamente ou

Tenha cardiopatias graves

Para ler

Cachorros submarinos (Intrínseca, 144 páginas). O livro fotográfico, de Seth Casteel, capturou imagens divertidas de cães debaixo d’água. O trabalho se tornou sensação no mundo inteiro, com uma série de sessões com mais de 250 cachorros de diferentes raças, como yorkshire, golden retriever e buldogue.

O gato caiu!

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da Revista do Correio

Em busca de admirar a paisagem, os felinos adoram ficar em lugares altos, o que pode causar acidentes. Saiba como protegê-los e agir em caso de queda Os gatos podem não ter sete vidas, como diz a lenda. Apesar da capacidade de eles sobreviverem a quedas de grandes alturas, os donos precisam tomar alguns cuidados para evitar o acidente porque a situação é mais comum do que parece.

Barriguinha Mole, o gato do estudante Marcus Vieira que caiu do sexto andar.

foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Foi o que aconteceu com Barriguinha Mole, o gato do estudante Marcus Vieira, 23 anos, que caiu do sexto andar do prédio onde vive há cerca de 10 meses. O susto foi grande, mas ele sobreviveu. O estudante conta que, desde que o bichinho chegou, ele era muito agitado e sempre gostou de ficar na janela. “No começo, eu ficava apreensivo, com medo de ele cair. Depois, vi que ele sempre ficava lá e não tinha problema”, conta. Até o dia em que Marcus estava mexendo no computador e ouviu um barulho na janela. Quando olhou para o térreo, viu Barriguinha Mole no prédio. O estudante correu para resgatar o gato e conta que o bichinho miava de dor e não conseguia se levantar e andar. “A minha primeira preocupação era se ele tinha quebrado algum osso. Estava com medo de mexer e machucá-lo mais, mas ele mesmo se levantou e foi para debaixo de um banco”, conta. A irmã de Marcus levou o gato ao veterinário e, apesar da queda de seis andares, Barriguinha não tinha fratura externa, mas havia sofrido uma fissura no fêmur e uma outra no osso esterno, perto das costelas. O especialista garantiu que não seria preciso imobilização, mas explicou que o gatinho teria de ficar em repouso. Depois do acidente, Marcus conta que o bichano mudou: “Ele ficou muito mais quieto, passava o dia deitado ao lado da comida e me preocupei se nunca mais seria o mesmo”. Depois de dois meses, o gato voltou a andar mancando e, um tempo depois, se recuperou por completo. O jovem conta que, hoje, a gatinha corre como antigamente e até voltou a passear pela janela. Murilo Diniz, 22 anos, estudante de economia, passou por uma situação parecida. Ele mora no sexto andar de um prédio na Asa Sul e tem uma gata vira-lata chamada Pity. Há cerca de quatro anos, quando o apartamento ainda não tinha grades de proteção, ele deu falta da gatinha e suspeitou de que ela havia caído da janela. Depois de procurar pelo bloco, a encontrou debaixo da escada que fica do lado de fora do prédio. Ela miava muito, estava suja e com uma fratura exposta. A mascote havia quebrado a pata traseira e rompido alvéolos no pulmão e precisou usar tala por três meses. “Hoje, ela está zerada e já tem 7 anos”, conta o estudante, aliviado. Depois do trauma, Murilo providenciou a instalação de redes para que o episódio não se repita. Paraquedista A veterinária especializada em felinos Leila Sena diz que os gatos não se jogam da janela, mas escorregam. A médica conta que esse tipo de acidente pode acontecer com frequência porque muitos felinos gostam de observar a paisagem e, por isso, passam muito tempo próximo a janelas. A gravidade das consequências de um acidente depende da forma como o animal cai. A síndrome do gato paraquedista — situação em que, diante da queda iminente, o animal relaxa a musculatura para reduzir o impacto — diz que, quanto maior a altura, menor o dano. A veterinária explica que o sistema nervoso dos gatos é muito rápido, logo, bastam alguns metros para que consigam se virar. O que vai mudar são o impacto e o tipo de dano causados. “Quanto menor a distância, aumentam as chances de eles lesionarem os membros, pois caem em pé. Na queda de locais mais altos, eles tendem a cair de patas abertas e podem sofrer ruptura interna, como no tórax, o que pode levar a hemorragias e a problemas mais graves.” O tipo de superfície também pode terminar a gravidade do acidente. No asfalto, os riscos são maiores. O impacto é reduzido caso a queda seja amortecida por uma árvore ou uma lona. A veterinária conta que a gata dela caiu do apartamento duas vezes, mas, como um arbusto reduziu o impacto, não sofreu nenhuma lesão. A principal recomendação da especialista é que os donos evitem deixar os gatos em locais muito altos e sem proteção e, principalmente, utilizem grades ou telas para evitar acidentes. Leila adverte que também é preciso tomar cuidado para os felinos não fugirem depois de sofrerem uma queda. “Quando o gato machuca e tem condição de escapar, ele escapa. Por isso, muitas vezes, os acidentes são fatais, porque eles correm e ninguém consegue segurar”, explica. Na hora do resgate, a primeira atitude deve ser levar o animal a algum hospital veterinário ou a clínicas que atendam emergências. Além disso, é preciso tomar cuidado com mordidas e com a posição durante o transporte, pois eles podem ter sofrido fraturas.