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O melhor da cozinha asiática agora na 711 Norte

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Um local feio e cheio de entulhos, como são muitos ao longo da W3 Norte, acaba de ser transformado num estacionamento limpo, com meio-fios pintados de branco servindo de moldura às nove imponentes palmeiras-imperiais que agora se sobressaem no pedaço. Fica ao lado do Bloco E da 711 Norte, onde o restaurante Varanda Gourmet deu lugar a uma construção moderna que abriga o Same Same, novo restaurante de culinária asiática, aberto há uma semana.

 

“Eu mesma limpei a área, pintei as vagas e mandei recolher o lixo, pois não poderia ter uma má imagem na porta da casa”, revela a goiana Raquel Garcia Siqueira, de 50 anos, que trouxe vasta experiência em diversas áreas para o circuito gourmet da cidade. Formada em arquitetura, Raquel é autora do projeto do restô de 50 lugares, no qual não usou tinta “porque à base de óleo é poluente” e optou por aspecto ecológico, sem qualquer presença de material plástico.

Raquel Garcia Siqueira, proprietária do restaurante tailandês Same Same, but different, na Asa Norte.

Experiência americana

 

A história começa quando a família Siqueira — Raquel, o marido, Mario, e três filhas — migraram para os Estados Unidos em 1998. Lá, Raquel fundou uma fábrica de pão de queijo, segundo receita de Dona Dalva, sua mãe, e passou a fornecer para Whole Foods, maior rede de produtos naturais do país. Não parou por aí: abriu uma churrascaria, o Amélia Café, e uma casa de massas na pequena cidade de Durham, na Carolina do Norte, onde Mario Siqueira foi professor e pesquisador da Universidade Duke.

 

Nesse meio tempo, Raquel virou exportadora do açúcar orgânico Itajá, produzido em Goianésia (GO) pela família do marido e hoje vendido para 20 países. Depois de 12 anos nos EUA, os Siqueira voltaram ao Brasil, e Raquel vendeu seus restaurantes. Tornou-se consultora da ONU Mulheres, mas uma viagem da família à Tailândia, em 2016, definiu os próximos passos. “Foi amor à primeira vista, pela cultura, pelas pessoas e principalmente pela culinária local”, informa. “Começávamos o dia comendo salada de papaya de café da manhã e terminava com pad thai de rua,” completou.

Igual, mas diferente

Daí o nome do restaurante ser Same Same but different, expressão que ouvia muito em Bangcoc e servia para evidenciar que “tudo era igual, mas diferente”. Assim, Raquel montou o menu com pratos de dois países do sudeste asiático Tailândia e Vietnã e da Coreia. Há sopas de frango e de camarão, com um toque de leite de coco de entrada, além de um caldo vietnamita cozido lentamente por mais de 10 horas com macarrão de arroz, carne, broto de feijão, cebola, ervas frescas aromatizadas com anis, canela, cravo, erva-doce e cardamomo por R$ 38. Outra entrada, que recomendo é uma couve-flor deliciosamente crocante coberta com chutney de tamarindo, cebola frita e chips de alho por R$ 18. Os pratos podem ser divididos.

 

No item salada, o destaque é a chang, que por ser tão grande ganhou esse nome que significa elefante em tailandês. Muito colorida, vem com mais de 20 ingredientes (ovo cozido, tomate, cenoura, pepino e outros vegetais) cortados sobre um fundo de duas massas: bifum e udom com molho chilli doce da casa. Você revolve tudo antes de servir, dá para três a quatro pessoas por R$ 36.

 

Pratos quentes

 

Simples, elegante e sincero são as três palavras que, para Raquel Siqueira, definem o conceito da casa, desde o menu até a construção, daí os pratos guardarem identidade com a proposta. Como o pad thai, carro-chefe que pode vir de frango (R$ 42), de carne (R$ 46), de camarão (R$ 52) e de tofu (R$ 42) salteados na panela wok, com macarrão de arroz, ovo, nabo, cebola-roxa servido com broto de feijão e cebolinha. Da cozinha coreana, tem bibimbap, que significa arroz mesclado e vem pregadinho no fundo com espinafre, cenoura, abobrinha, pepino, cogumelos, gergelim, gema de ovo curtida no saquê com carne bovina cozida em molho de pera finalizado na mesa com um toque picante por R$ 52.

 

Sanduíches são feitos em baguete com pegada francesa que lembram Indochina em quatro opções de recheio de frango grelhado, carne desfiada, barriga de porco e tofu grelhado com ervas por R$ 26. Quanto à sobremesa de rolinhos de sorvete de R$ 18 feitos na chapa, o menu promete “inventar misturas exóticas para você nunca enjoar”. Chefia a cozinha o jovem tailandês Yuji Honda, enquanto o brasiliense Mag Pereira, que trabalhou oito anos com Raquel nos EUA, gerencia a operação.

 

Funciona para almoço de terça a sábado, das 12h às 15h e, para jantar, de terça a quinta, das 19h às 22h30; e sexta e sábado, das 19h às 23h30. Fecha domingo e segunda-feira. Telefone: 3546-9125.