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Fernanda Mathis Dumas/Red Bull Content Pool

Conheça a única brasileira que subiu no pódio da ultramaratona mais difícil do mundo

Publicado em Corrida

Temperaturas extremas, terrenos instáveis e altitudes que dificultam a respiração. Nenhuma das características citadas é ideal no cenário de uma ultramaratona, mas é justamente isso que Fernanda Maciel vai enfrentar na Ultra Trail du Mont, prova de ultramaratona de montanhas, a partir desta sexta-feira (31/8). A atleta é a única ultramaratonista brasileira e sul-americana que já conquistou o pódio da prova e busca ficar no top 3 novamente este ano.

Aos 38 anos, Fernanda se prepara para encarar a sexta prova da carreira na Ultra Trail du Mont. A primeira participação, em 2009, foi a única na qual ela correu a prova na categoria TDS, que tem um percurso menor do que a categoria principal. Foram 120 km percorridos em 17 horas e o primeiro lugar do pódio conquistado.

O bom resultado a encorajou para subir de nível e correr na categoria principal, a UTMB. O percurso da prova é considerado um dos mais difíceis do mundo. A rota de 171 km passa por três países: França, Itália e Suíça. Além dos adversários naturais presentes na prova, Fernanda compete com cerca de 2300 competidores.

Para isso, é necessário preparo do corpo e da mente. A rotina de exercícios envolve ciclismo, corrida em montanha, alpinismo e yoga. No entanto, Fernanda destaca a mente como principal aliada em provas extremas. “O principal é ter foco e cuidar da sua mente. Se a gente fica pensando muito, viajando, acaba perdendo muita energia em cada passada”, explica em entrevista ao blog Elas no Ataque.

Além disso, ela ressalta que é importante ficar atenta para não se perder nas trilhas. “Muitas vezes estamos sozinhos na montanha. É preciso manter nossa cabeça ali, presente, para conseguir chegar onde esperamos”, comenta. O maior desafio é saber dosar a energia. “Não posso gastar todo meu corpo no início, preciso saber dosar, porque tenho montanhas gigantescas para cruzar. São sete montanhas altíssimas e mais outras menores ao longo do percurso”, ressalta.

Como o nível dos competidores é alto, um minuto que ela perde influencia o resultado geral. Fernanda explica que 15 minutos podem significar quatro posições perdidas no ranking.

Dificuldades extremas

Quando as dificuldades viram o assunto, Fernanda se lembra facilmente de várias que já enfrentou durante as provas. Algumas são comuns nas competições de ultramaratona em montanhas, como a mudança de temperaturas. “Na Marathon des Sables, prova que acontece no deserto do Saara, passava calor enquanto corria e frio durante as noites”, relembra.

Na prova de 257 km, Fernanda carregou uma mochila de 6,5kg, não tomava banho e usou a mesma roupa durante os sete dias da corrida. “Não foi fácil. Tive que vencer meu desgaste físico e empurrar meu corpo com minha motivação”, comenta a atleta, que costuma conviver as bolhas no pé e já correu uma prova com o fêmur deslocado.

O início na ultramaratona

A mineira vive há 10 anos na Espanha e largou a carreira de advogada ambiental para se dedicar completamente ao esporte. Atualmente, também é nutricionista esportiva. Há 9 anos, o foco são os treinamentos e provas de corrida em montanhas.

No entanto, o esporte sempre foi muito presente na vida da ultramaratonista. A ginástica olímpica foi a primeira modalidade praticada aos oito anos. Depois, a atleta passou pela capoeira, jiu-jitsu e parou na corrida. O começo foi como qualquer outro, em provas de 5 km, 10 km e meia maratona.

O rumo mudou quando ela teve a chance de competir em uma prova na montanha na Nova Zelândia. Desde então, nunca mais voltou ao asfalto. “Amei a experiência de passar horas correndo, curtindo paisagens incríveis, descobrindo novas sensações e emoções novas no meu corpo e cabeça. De lá, não parei mais”, afirma. Veja fotos do caminho que Fernanda vai percorrer:

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2 thoughts on “Conheça a única brasileira que subiu no pódio da ultramaratona mais difícil do mundo

  1. Bom dia. Estou treinando para o meu primeiro 226 km, sinto muito incomodado com dor nos tornozelos e minha velocidade é muito baixa. O que devo fazer?

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