As Minas, de Brasília, comemoram título do Campeonato Brasileiro A-2 2018
minas Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press O time Minas-DF faz festa com dancinha ao ser campeão do Brasileirão feminino A2

Respeita As Minas: time do DF é campeão brasileiro A2

Publicado em Futebol

Na véspera da decisão do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino A-2, Cristiane Albuquerque mal conseguiu dormir. As duas filhas dela entraram em campo com o Minas Icesp, no meio da tarde desta quinta-feira (12/7),  para decidir o título contra as rivais baianas do Vitória. Assim como todos os jogos do time brasiliense, a mãezona estava nas arquibancadas do Estádio Abadião, em Ceilândia, nervosa pelo empate sem gols no tempo normal. Mas as donas da casa se sagraram campeãs após protagonismo das filhas de Cristiane nas cobranças de pênaltis que acabou em 4 x 3. O primeiro jogo da final, em Salvador, havia terminado em 2 x 2.

Cristiane preferiu não assistir às cobranças. Assim que o árbitro apontou o fim da partida, ela e as demais mães das atletas foram para o vestiário fazer uma corrente de oração com a goleira Krishna, a filha mais velha de Cristiane. Mas quem roubou a cena primeiro foi a caçula, artilheira do Minas com oito gols e campeã sul-americana com a Seleção Brasileira Sub-20. Camisa 10 do Minas, a meia Victória perdeu a quarta cobrança de pênalti quando o placar estava empatado em 3 x 3 — o chute rasteiro no meio do gol foi defendido. Em seguida, para alívio da jogadora de 20 anos, Raquel chutou para fora pelo Vitória.

Eliúde voltou a colocar o Minas na frente. Restava a cobrança de Taiana pela equipe baiana quando uma das jogadoras do time brasiliense correu do meio de campo para dar um abraço na goleira. O gesto de apoio deu certo: Krishna defendeu a batida e revelou o segredo da proeza. Com o abraço que recebeu antes do último pênaltis, a colega levou o recado da irmã, que havia desperdiçado uma cobrança. “A última atleta delas que bateu joga com a Victória na Seleção Sub-20, então, ela me cantou o pênâlti”, disse. “Eu confiei. Quando ela me falou que a número 3 bateria no canto direito, eu só me joguei”, completou.

Enquanto As Minas, apelido dado às jogadoras do time candango, pulavam sobre a goleira, e a torcida explodia nas arquibancadas, a mãe Cristiane saia caminhando com os olhos cheios de lágrimas, sem conseguir falar direito. Ela só deixou o vestiário depois de ouvir a festa no campo. As palavras, então, ficaram por conta das filhas. “A sensação é maravilhosa. Ser coroada desse jeito, depois da trajetória que fizemos, não tem explicação”, comemorou Krishna.

Aliviada, Victória assumiu que sabia que poderia errar a cobrança, já que Tainara, adversária e colega de Seleção, conhecia o estilo dela de bater, assim como a brasiliense tinha informação privilegiada sobra a jogadora do Vitória. Dito e feito. As duas promessas do futebol brasileiro erraram e a diferença foi contar com a irmandade da equipe candanga. “Minha irmã me salvou e estamos com o título”, festejou.

Minas Icesp-DF e Vitória-BA disputam a final do Campeonato Brasileiro feminino de futebol A2, a segunda divisão do Brasileirão, no Estádio Abadião em Ceilândia
Cristiane com as filhas Victória (esq) e Krishna (dir) | Foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A

Jogo truncado e festa no meio da tarde de uma quinta-feira

Era meio de tarde em plena quinta-feira na capital federal, mas no Estádio Abadião, em Ceilândia, havia gente vendendo pipoca, cerveja, salgados e din-din. Com a entrada ao custo de 1kg de alimento não perecível, cerca de 450 pessoas acompanharam a final da segunda divisão do Brasileirão feminino. A festa estava garantida para as duas equipes. A vaga na elite da modalidade em 2019 é assegurada aos finalistas da Série B.

O Minas contratou uma bateria para embalar a torcida local. O som não parou nenhum minuto enquanto a bola rolou. O jogo foi truncado. O primeiro chute ao gol ocorreu apenas aos 23 minutos, quando a brasiliense Victória emendou de primeira uma bola levantada na área. A finalização subiu muito, mas as oportunidade começaram a aparecer.

Dois minutos depois, o Minas voltou a assustar pela lateral esquerda. As visitantes não se intimidaram e levaram perigo pelas pontas. A atacante do Vitória Lorena ficou muito perto de abrir o placar, mas finalizou por cima. O Minas voltou do intervalo pressionando e com mais posse de bola. Aos 32 minutos do segundo tempo, Victória bateu uma falta fechada, que resvalou na pequena área e passou perto do gol de Yasmin.

O Vitória respondeu com contra-ataque veloz pela direita: Dan cortou a zagueira dentro da área e chutou rasteiro cruzado. A goleira Kris se esticou toda para colocar para escanteio. Nos 10 minutos finais, as donas da casa abafaram ainda mais as Leoas, mas não conseguiram ser efetivas. As campeãs seriam decididas nos pênaltis, com festa do Minas, que venceu por 4 x 3 nas cobranças.

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