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OLY-2012-VOLLEY-USA-BRA AFP/Kirill Kudryavtsev

Dia da Consciência Negra: conheça atletas que inspiram outros talentos

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A bicampeã olímpica Fabiana Claudino usou a célebre frase de Martin Luther King para se manifestar nas redes sociais hoje, Dia da Consciência Negra: “Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos”.

A ex-capitã da Seleção Brasileira de vôlei já foi vítima de preconceito enquanto atuava em quadra, em 2015. Ativista contra o racismo, Fabiana segue travando uma luta pela igualdade de oportunidades e respeito; e usa as redes sociais para indicar o caminho: “Se não há educação, mudança de valores, respeito, não há desculpas que sejam aceitas! Racismo não é brincadeira, é uma cicatriz profunda na cultura brasileira, que há séculos não se fecha… Ainda sangra… Ainda dói…”

Para a judoca Érika Miranda, dona de quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, a consciência negra não precisaria ter um dia para ser relembrado. “Tem de ser todos os dias. Infelizmente, sabemos que as pessoas sofrem com isso. O preconceito de forma geral não tem de existir de forma alguma. É preciso que as pessoas se conscientizem que o que falta para banir a discriminação é educação e respeito”, defende, a judoca nascida em Brasília.

Nesta segunda-feira (20/11), é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data, criada em 2003, tem o objetivo de refletir sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Nesta data importante, o blog Elas no Ataque reuniu atletas negras que tiveram grandes conquistas no meio esportivo e contribuem para inspirar outros talentos, servindo inclusive para aumentar a representatividade negra no meio.

Rafaela Silva

Foto: AFP/Toshifumi Kitamura
Rafaela sofreu ofensas racistas nas redes sociais em 2012 | Foto: AFP/Toshifumi Kitamura

Rafaela é dona do primeiro ouro do Brasil nos Jogos do Rio. E quem não lembra da emoção da atleta no final da luta que a consagrou campeã olímpica? O choro de Rafaela era um desabafo por tudo que sofreu durante os quatro anos do ciclo olímpico até 2016. Após a eliminação nas oitavas de final em Londres-2012, Rafaela sofreu ofensas racistas em redes sociais e chegou a pensar em desistir do judô. Atualmente, Rafaela ocupa o quarto lugar do ranking mundial. Em março deste ano, Rafaela conquistou o resultado mais expressivo desde a Rio-2016. A lutadora foi prata no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. No Campeonato Mundial de Judô, principal disputa da temporada, a medalhista caiu na primeira fase.

 Venus e Serena Williams

Serena Williams of the US (R) celebrates with the championship trophy during the awards ceremony after her victory against Venus Williams of the US in the women's singles final on day 13 of the Australian Open tennis tournament in Melbourne on January 28, 2017. IMAGE RESTRICTED TO EDITORIAL USE - STRICTLY NO COMMERCIAL USE / AFP / WILLIAM WEST / IMAGE RESTRICTED TO EDITORIAL USE - STRICTLY NO COMMERCIAL USE
Em janeiro, Serena venceu Venus no Aberto da Austrália | Foto: AFP/William West

As irmãs são famosas do mundo do tênis. Venus e Serena Williams dividem títulos na categoria duplas femininas, mas também já se enfrentaram em jogos. Venus é a mais velha e no ranking mundial também está acima da irmã. Atualmente, Venus é a quinta colocada. Hoje, Serena ocupa o 22º lugar, mas em janeiro estava no primeiro após a vitória do Aberto da Austrália. Ao derrotar a irmã por 2 sets a 0, Serena conquistou sua 23ª vitória de Grand Slam em simples. Juntas, as americanas tem 30 títulos de Grand Slam, já que Venus foi campeã sete vezes.

Fabiana Claudino

Foto: Reuters/Toru Hanai
Fabiana jogou por 14 anos na Seleção e se aposentou em 2016 | Foto: Reuters/Toru Hanai

A jogadora que integrou a Seleção Brasileira de vôlei aos 18 anos ajudou a equipe a ganhar duas Olimpíadas seguidas: em Pequim-2008 e em Londres-2012. Nos Jogos em que o vôlei feminino brasileiro se tornou bicampeão olímpico, Fabiana era a capitã e foi eleita a melhor bloqueadora da competição. Foram 14 anos dedicados à Seleção até anunciar a aposentadoria da camisa verde-amarela, em 2016. Atual jogadora do Praia Clube, Fabiana atuou em cinco times brasileiros e um turco.

Simone Biles

Foto: AFP/Toshifumi Kitamura
Em 2016, Simone ganhou cinco medalhas de ouro nos Jogos do Rio | Foto: AFP/Toshifumi Kitamura

Apesar de estar longe das competições este ano, Simone Biles já fez história no mundo da ginástica olímpica. Em 2016, a ginasta de 20 anos fez sucesso na sua primeira primeira participação em uma Olimpíada. Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Simone ganhou cinco medalhas, sendo quatro de ouro e uma de bronze. No mesmo ano, a atleta foi incluída na lista de 100 mulheres influentes da BBC.

Érika Miranda

AFP/Toshifumi Kitamura
Érika é dona de quatro medalhas em mundiais | Foto: AFP/Toshifumi Kitamura

O mais recente feito de Érika Miranda foi a medalha de bronze no Mundial de Judô de Budapeste, na Hungria, em agosto. A judoca brasiliense derrotou a atual campeã olímpica e bicampeã do mundo Majlinda Kelmendi, atleta do Kosovo. Esta foi a quarta medalha de Érika em mundiais, tendo subido ao pódio nas quatro últimas edições da competição, em 2013, 2014, 2015 e 2017.

Francielly Pereira

Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Francielly conquistou o outro no Pan-Americano de ginástica rítmica | Foto: Ricardo Bufolin/CBG

A capixaba Francielly Pereira foi a única representante negra do conjunto brasileiro de ginástica rítmica nas Olimpíadas do Rio-2016, formado também por Emanuelle Lima, Gabrielle Moraes, Jéssica Maier e Morgana Gmach. “Nas Olimpíadas, eu fui a única atleta negra. É uma coisa que está melhorando cada vez mais, mas que antes já foi uma situação crítica”, observa Francielly. Aos 22 anos, a ginasta reconhece que sua participação pode ajudar outros talentos negros a se sentirem identificados e atraídos a praticar a modalidade.

A última conquista de Francielly com a Seleção Brasileira foi o ouro no Pan-Americano de ginástica rítmica, disputado em Daytona Beach, nos Estados Unidos, em outubro. A equipe brasileira venceu as anfitriãs. Em 2013, ela também ajudou o Brasil a conquistar a primeira medalha do país e da América Latina em uma série da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, com o bronze na rotina de 3 bolas e 2 fitas.

Por Maíra Nunes e Maria Eduarda Cardim

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