Inglaterra Festa da Inglaterra no velho Estádio Wembley em 30 de julho de 1966

Único título da Inglaterra faz 50 anos hoje. Bandeira da polêmica final de 1966 virou nome de estádio

Publicado em Esporte

Há exatamente 50 anos, em 30 de julho de 1966, a seleção da Inglaterra conquistava em casa de forma polêmica seu único título: a Copa de 1966. De lá para cá, chegou no máximo a uma semifinal de Copa na Itália (1990) e a duas de Eurocopa (1968 e 1996). Quinze técnicos assumiram o cargo após o fim da era Alf Ramsey, inclusive dois estrangeiros, e nenhum foi capaz de devolver a felicidade de 1966 à terra da rainha. Sam Allardyce é a bola da vez. Os inventores do futebol moderno não sabem o que é ir além das quartas de final há 20 anos, desde a Euro-1996. Na comparação entre as oito seleções campeãs do mundo, a Inglaterra tem disparado o maior jejum de títulos, exatamente 50 anos. Se levarmos em conta apenas a Copa do Mundo, o Uruguai vive a maior abstinência. A Celeste não conquista o torneio desde 1950 (66 anos).

1966 foi o Mundial da Inglaterra, dos três gols de Geoff Hurst na final, um deles, um dos mais polêmicos da história, mas também do artilheiro português Eusébio, da surpreendente Coreia do Norte e da única vez em que o Brasil deu adeus ao torneio na fase de grupos. Com Pelé e tudo! O título inédito da Inglaterra teve vários heróis. Os titulares Gordon Banks, Cohen, Wilson, Jackie Charlton, Bobby Moore, Stiles, Alan Ball, Peters, Bobby Charlton, Geoff Hurst e Hunt. O técnico Alf Ramsey. E, para muitos, o bandeirinha Tofic Bakhramov. Nascido no Azerbaijão, o homem que validou o gol de Hurst na prorrogação virou nome de estádio e ganhou até uma estátua na porta da arena inaugurada em uma partida entre Azerbaijão e… Inglaterra.

Aos 11 minutos do primeiro tempo da prorrogação em Wembley, Geoff Hurst recebe um cruzamento da direita, de Alan Ball, domina a bola e chuta forte. A bola explode no travessão e quica em cima da linha do gol defendido pelo alemão Hans Tilkowski. Os segundos seguintes são de suspense. O árbitro suíço Gottfried Dienst consulta o auxiliar soviético Tofik Bakhramov. Ele conta que os olhos viram bola dentro e o juiz valida o terceiro gol inglês. A partida, que estava empatada por 2 x 2 — placar do tempo normal — fica 3 x 2. Geoff Hurst ainda faz mais um, decreta o placar final de 4 x 2 e leva a Inglaterra ao título inédito.

 

 

Apesar de ter virado um dos personagens mais controversos da história das Copas do Mundo, o bandeirinha Tofik Bakhramov virou celebridade. Construído de 1939 a 1951 e inaugurado em 16 de setembro de 1951, o principal estádio de seu país, o Azerbaijão, foi rebatizado com seu nome. De 1951 a 1956, era chamado de Joseph Stalin Stadium. De 1956 a 1993, passou a ser Vladimir Lenin Stadium. Com a morte, em 1993, do auxiliar da final da Copa de 1966, a arena localizada em Baku, capital do Azerbaijão, passou a se chamar Tofik Bakhramov Stadium.

Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006, os administradores do estádio aproveitaram um duelo entre o Azerbaijão e a Inglaterra para inaugurar uma estátua gigante de Tofik Bakhramov na área externa. Beneficiado pelo que os olhos do bandeirinha viram, Geoff Hurst foi um dos convidados a testemunhar a homenagem.

Depois do título da Copa de 1966, a Inglaterra não ganhou mais nada. A seleção teve 15 treinadores diferentes — inclusive dois estrangeiros (Sven-Goran Eriksson e Fabio Capello) — e nenhum conseguiu devolver ao país a alegria de 1966. Na Copa de 1990, Bobby Robson levou a Inglaterra às semifinais, mas foi eliminado pela Alemanha. Sob a batuta de Terry Venables, a Inglaterra também chegou às semifinais da Eurocopa de 1996, mas novamente fracassou diante da arquirrival Alemanha. Na última edição, deu adeus diante da Islândia. Em 1968, o país caiu diante da União Soviética.