Saiba quanto as federações do Rio e do DF já faturaram com jogos no Mané Garrincha

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Levantamento publicado nesta terça no Correio Braziliense
Levantamento publicado nesta terça no Correio Braziliense

Ao fazer birra com a dupla Fla-Flu e trabalhar nos bastidores para impedir o Mané Garrincha de ser a casa dos dois clubes sem-teto no Campeonato Brasileiro, a Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) dá um tiro no próprio pé e abre mão de uma receita que poderia ajudá-la a se livrar das dívidas. É o que mostra um levantamento do blog com base nos boletins financeiros de todas as partidas com mando carioca na nova arena candanga.

A contar de 2013, os times do Rio de Janeiro mandaram 18 jogos no Mané Garrincha. A Ferj faturou quase R$ 3,2 milhões com a cobrança de taxas de 10% nos campeonatos Brasileiro e Carioca. Contrária à Primeira Liga, a entidade presidida por Rubens Lopes não terá direito a um centavo da arrecadação do jogo desta quarta-feira entre Flamengo e Figueirense, às 19h30, pela terceira rodada da fase de grupos da popular Copa Sul-Minas-Rio. O regulamento da Primeira Liga prevê apenas o abatimento de 5% relativo ao INSS. A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) conseguiu convencer os clubes e a Feito Eventos, dona da partida, a recompensá-la com 3% da renda bruta.

Há duas semanas, a Ferj e a CBF impediram o Flamengo de mandar a maioria dos seus jogos do Brasileirão neste ano no Mané Garrincha. O presidente Eduardo Bandeira de Mello fechava o pacote de partidas no gabinete do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, quando foi surpreendido, por telefone, com o veto do secretário-geral da CBF, Walter Feldman. De lá para cá, a CBF largou mão do triangular entre Fla, Flu e a Ferj. Desgastada no episódio, exigiu diálogo. O blog apurou que a tendência é a liberação dos mandos no Mané. As diretorias rubro-negra e tricolor enviaram ofícios aos 19 adversários na Série A e têm a concordância da maioria para jogar no DF. Além disso, pretendem negociar as autorizações dos mandos fora do Rio jogo a jogo.

Ao desembarcar ontem no aeroporto Juscelino Kubitscheck com a delegação, o presidente Eduardo Bandeira de Mello afirmou ao Correio que as negociações com o Governo do Distrito Federal estão acertadas para o Mané Garrincha ser a casa do Flamengo no Brasileirão. Ainda há chance de o time carioca jogar as finais do Estadual e da Primeira Liga na capital, caso consiga as classificações. “Brasília sempre será uma excelente opção, mas primeiro temos que chegar nas decisões para depois pensarmos nisso”, brincou o presidente.

Com uma dívida estimada em mais de R$ 20 milhões com o governo federal devido ao não recolhimento de impostos, a federação carioca teve de aderir ao Programa de modernização da gestão e de responsabilidade fiscal do futebol brasileiro (Profut) para tirar o nome do “SPC”. O montante do débito só perde para o tamanho do débito da Federação do Rio Grande do Sul (R$ 28,2 milhões). O blog tentou contanto com o presidente da Ferj, Rubes Lopes, mas o dirigente não atendeu nenhuma ligação.

Beneficiada com taxas de, no mínimo, 5%, em todos os 18 jogos de clubes cariocas no Mané Garrincha, a Federação de Futebol do Distrito Federal também poderia usar o tributo cobrado nas partidas realizadas no Mané para abater a dívida de mais de R$ 1 milhão. A contar da inauguração do estádio em 2013, a FFDF faturou quase R$ 1,6 milhão. O valor vai aumentar com o pagamento de 3% da arrecadação desta quarta-feira.

A expectativa de público não é das melhores. Ao ameaçar vetar os cariocas de jogarem pela Primeira Liga sob alegação de que haveria confronto de datas com o Estadual neste meio de semana, a Ferj conseguiu deixar os torcedores em dúvida quanto à realização do jogo. O martelo foi batido no último sábado com a transferência de todas as partidas da primeira rodada da Taça Guanabara para o fim de semana.