Jesus Jorge Jesus retorna ao Brasil para definir a novela com o Flamengo. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo Jorge Jesus retorna ao Brasil para definir a novela com o Flamengo.

Renovação com o Flamengo torna Jorge Jesus o técnico estrangeiro mais estável do país no século

Publicado em Esporte

Um contato que acompanhou os bastidores da negociações relatou ao blog que bastaram alterações em duas cláusulas do velho contrato para o novo acordo de Jorge Jesus com o Flamengo ser atualizado até junho de 2021. Com isso, o português de 65 anos passa a ser o técnico estrangeiro mais longevo à frente de um clube brasileiro no século. Bateu o recorde de Jorge Sampaoli. O argentino havia ficado 12 meses no Santos até assumir o Atlético-MG.

Jorge Jesus disse “sim” ao Flamengo em 1º de junho do ano passado. O casamento acabou de completar um ano. Ao topar a renovação, o lusitano alcançará a marca de 24 meses no emprego. A diretoria rubro-negra queria mais. Propôs até dezembro de 2021. Porém, ficou acertado aditivo de 12 meses, abrindo a possibilidade para que ele retorne à Europa no meio do ano que vem para assumir algum clube, ou até mesmo a seleção portuguesa. O contrato de Fernando Santos expira na Eurocopa. Jesus é, sim, um dos cotados ao emprego e o novo acordo o deixa livre pra sair em caso de ofertas sedutoras.

Antes disso, ganhará um bom dinheiro por aqui. Segundo informam os colegas Cahê Mota, Eric Faria e Marcelo Hazan no globoesporte.com, o lusitano renovou por € 4 milhões de euro (R$ 23 milhões) sem direito a congelamento no valor da moeda. Além disso, engordará a conta bancária com premiações. Se a pandemia do novo coronavírus permitir, o Flamengo ainda disputará Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro nesta temporada.

O técnico estrangeiro mais longevo na história do Flamengo é Fleitas Solich. O paraguaio estreou em 11 de abril de 1953 e só deixou o cargo em 19 de dezembro de 1957 na primeira passagem pelo clube carioca. Na época, revelou dois ídolos rubro-negros: Zagallo e Dida. A primeira passagem pelo clube durou quatro anos e oito meses. A julgar pelo contrato, Jorge Jesus totalizará dois anos no cargo. Acredite se quiser: é muito tempo.

Virou moda no Brasil contratar treinador importado, mas a impaciência com a turma que vem de fora é traduzida em números. A contar de 2001, a média de permanência dos comandantes gringos em um mesmo clube da Série A do Brasileiro é de cinco meses e meio.

Duros na queda, os Jesus e Sampaoli quebraram paradigmas. Nenhum gringo havia completado um ano de trabalho em um mesmo time no Brasil neste século. O chileno Roberto Rojas ficou sete meses no São Paulo, em 2003. Em 2012, o uruguaio Juan Ramón Carrasco passou seis meses no Athletico-PR. O uruguaio Diego Aguirre aguentou oito meses no Internacional em 2015; e nove no São Paulo, em 2018. O argentino Edgardo Bauza ficou oito em 2016 até trocar o tricolor pela seleção da Argentina.

Sampaoli era o recordista até Jesus renovar com o Flamengo. Antes de assumir o Atllético-MG, o argentino foi vice-campeão brasileiro em 2019. Neste ano, o Galo demitiu Rafael Dudamel. O venezuelano tinha 48 dias no cargo, 10 jogos no ano.

Outros treinadores estrangeiros tiveram vida longa no cargo na metade do século passado. O uruguaio Ondino Viera, por exemplo, passou quatro anos no Vasco de 1942 a 1946 e três no primeiro contrato com o Fluminense no período de 1938 a 1941.

 

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