O triunfo do repertório do Grêmio sobre a mesmice de um Palmeiras incapaz de se reinventar

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Everton “Cebolinha” venceu o tira-teima entre os protagonistas contra Dudu. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

 

Impressionante a capacidade de Renato Gaúcho para renovar o estoque de protagonistas do Grêmio. Mesmo com Luan — Rei da América de 2017 — em má fase faz tempo, o treinador contou outra vez com exibição de gala do Everton “Cebolinha” para desbancar o Palmeiras nas quartas de final da Copa Libertadores da América. A estrela do time dá volta por cima depois de perder contra o River Plate aquele gol que teria levado o Grêmio à final do ano passado.

Impressionante a dificuldade de Luiz Felipe Scolari para renovar o estoque de protagonistas do Palmeiras. Dudu não desequilibrou nos duelos com o Grêmio. Em meio a um elenco sortido, o alviverde sentiu falta de alguém capaz de colocar a bola embaixo do braço e resolver, como fez Cebolinha.

Impressionante a capacidade do Renato Gaúcho de alternar a proposta de jogo. O Grêmio tem repertório em jogos grandes como o desta noite contra o Palmeiras. Massacrou o adversário em Porto Alegre, mas perdeu por 1 x 0. Mudou a rotação no Pacaembu, fez o Palmeiras experimentar do próprio veneno utilizado na Arena, aproveitou as chances e triunfou.

Impressionante a dificuldade de Felipão para variar a cara do Palmeiras. O Grêmio se inspirou na estratégia usada pelo Palmeiras no jogo de ida e venceu. O time alviverde se espelhou no tricolor no jogo de ida, mas o fraco repertório o elimina da competição continental. Quando bateu o desespero, Felipão apostou em um truque mais velho do que andar para a frente: colocou Deyverson em campo, apostou nos chuveirinhos para a área e consagrou a dupla de zaga do Grêmio, principalmente Pedro Geromel. Muito pouco.

Impressionante a capacidade do Grêmio de projetar crias da base em torneios de tamanha responsabilidade. Jean Pyerre cobrou a falta milimétrica no primeiro gol, Everton “Cebolinha” faz o gol que deu início à virada, Pepê desperdiçou gol feito quanto entrou. Aprimorado nas divisões de base do Grêmio, Matheus Henrique evolui rapidamente.

Impressionante como Renato Gaúcho é hoje o que Felipão foi ontem: bicho-papão na Libertadores. Está nas semifinais pela quarta vez em cinco participações. Amargou o vice em 2008 à frente do Fluminense, mas deu a volta por cima com o Grêmio em 2017. Só não figurou entre os quatro em 2011. Scolari chegou cinco vezes às semifinais em sete disputas. Campeão em 1995 e 1999; vice em 2000.

Impressionante a competitividade dos clubes gaúchos na Libertadores. É a quarta presença nas semifinais em cinco edições. O Internacional esteve nas semifinais em 2015. O Grêmio, em 2017, 2018 e 2019. Curiosamente, os colorados desbancaram o Palmeiras nas quartas de final da Copa do Brasil e os tricolores na mesma fase da Libertadores.

Impressionante a possibilidade de dois Gre-Nais do milênio no fim da temporada. Dois na final da Copa do Brasil. Ambos estão em vantagem contra Athletico-PR e Cruzeiro, respectivamente. Outros dois nas semifinais da Libertadores. O Grêmio chegou. Agora só falta você, Inter.

 

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