Pochettino Mauricio Pochettino engoliu o Borussia Dortmund em Wembley. Glyn Kirk/AFP Mauricio Pochettino engoliu o Borussia Dortmund em Wembley.

O sucesso dos técnicos argentinos na largada das oitavas de final da Uefa Champions League

Publicado em Esporte

Torço sinceramente para que um dia tenhamos novamente ao menos um técnico na Uefa Champions League. Enquanto espero sentado, permita-me admirar o trabalho dos dois técnicos argentinos responsáveis pelas vitórias do Real Madrid e do Tottenham nas partidas de ida desta quarta-feira pelas oitavas de final. Um colabora — e como — para a evolução de Vinicius Junior. O outro ressuscita Lucas Moura.

Sucessor de Julen Lopetegui, Santiago Solari reorganizou o Real Madrid. O time não encanta como nas três temporadas sob a batuta de Zinedine Zidane, mas mantém a tradição de ser forte quanto interessa: a partir de fevereiro, na fase de mata-mata da Liga dos Campeões. A coragem para bancar Vinicius Junior no time titular e barrar Marcelo para a entrada de Reguilón para dar mais segurança ao lado esquerdo da defesa impressiona. Ainda assim, acho que o treinador precisa achar um lugar para Marcelo no meio de campo. Pode tornar o time mais agressivo. Sem risco de tomar bola nas costas.

Outro mérito de Santiago Solari é ressuscitar o centroavante Benzema. Que temporada faz o francês. Para sorte dele, o time tem um garçom. Vinicius Junior está jogando para o time, principalmente para servir Benzema. Ouso arriscar que, em breve, a imprensa espanhola lançará uma nova sigla para o trio de ataque merengue: BBV, com Bale, Benzema e Vinicius. Basta o brasileiro manter o ritmo e o galês recuperar a forma da decisão da temporada passada da Champions League e do Mundial de Clubes da Fifa.

Mauricio Pochettino é um fenômeno. Trabalho espetacular no Tottenham desde 2014. Brilhou na goleada por 3 x 0 do time inglês sobre o Borussia Dortmund — líder disparado do Campeonato Alemão com cinco pontos à frente do Bayern de Munique. Triunfou usando um sistema tático que seria considerado defensivo, condenado aqui no Brasil. Montou a equipe no 3-4-1-2. Christian Eriksen fazia a ligação com o brasileiro Lucas Moura e o sul-corano Heung-Min Son. Centroavante, mesmo, só quando Llorente entrou no lugar de Lucas para marcar o terceiro gol do Tottenham. Antes, Vertonghen e Son haviam marcado.

O sucesso de Santiago Solari e Mauricio Pochettino reflete o momento dos técnicos argentinos na América do Sul. O colombiano Juan Carlos Osorio pediu demissão da seleção do Paraguai. O favorito para substituí-lo é um… argentino. Eduardo Berizzo é o favorito. Tem conversas adiantadas com o presidente Robert Harrison e deve assumir a prancheta da seleção guarani nos próximos dias.

No fim do ano passado, houve rumores de que Dunga era um dos candidatos para assumir o Paraguai. Falou-se em Luiz Felipe Scolari na Colômbia. Apenas rumores. A verdade é que o trabalho dos argentinos conquistou a América e a Europa. Temos Jorge Sampoli no Santos. Lá atrás, Edgardo Bauza e Ricardo Gareca. Enquanto isso, Santiago Solari e Mauricio Pochettino trilham o caminho dos compatriotas Luis Carniglia, bi pelo Real Madrid nas temporadas de 1958 e 1959; e Helenio Herrera, bi na Internazionale em 1964 e 1965.

 

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