Caio Cartaz da torcida do Flamengo no jogo seguinte ao feito de Caio no Mané. Foto: Reprodução/TV Globo

O que Caio Ribeiro tem a ver com o Mané Garrincha e a final do Candangão?

Publicado em Esporte

Dezoito anos depois de ser herói do Flamengo no velho Mané Garrincha em uma partida contra o Gama diante de 36.154 pagantes, o ex-atacante Caio voltará ao novo Mané Garrincha para comentar em tevê aberta a final do Campeonato Candango entre Brasiliense e Ceilândia. Escolhido pelo técnico Carlinhos para assumir o gol do Flamengo em 11 de setembro de 1999, na nona rodada do Campeonato Brasileiro, Caio Ribeiro está escalado desta vez pelo time da Globo para analisar o confronto de volta, em 6 de maio. que apontará o campeão da capital do país. No jogo de ida o microfone é de Juninho Pernambucano.

Em 11 de setembro de 1999, Caio Ribeiro foi goleiro por um dia no velho Mané Garrincha. Titular do Flamengo, Clemer havia sido expulso depois de defender a bola com a mão fora da área. O técnico Carlinhos não podia mais fazer alterações. Coube a Caio pegar as luvas, vestir a camisa 12 e assumir as traves rubro-negras em um estádio lotado.

“Toda véspera de jogo a gente faz aquele dois toques e eu sempre gostava de brincar no gol. Era goleiro titular do rachão. Nós já tínhamos feito as três substituições e não podia mais mexer. Eu queria ficar na linha. Estava 1 x 1, queria fazer gol e garantir meu lugar de titular no Flamengo. Os caras falavam: ‘Caio, é você, vai pro gol’ e eu fingia que não ouvia”, contou Caio em 2015 no programa Corujão do Esporte da tevê Globo.

Caio resistiu até que o Baixinho baixou o decreto. “Aí veio o Romário e ele tinha aquela coisa do ídolo. Quando ele falou que era eu, fui para o gol. Peguei duas, três bolas. Pelo menos fiz a minha parte, não tomei gol”, orgulhou-se o agora comentarista de futebol.

Na saída de campo no Mané Garrincha, Caio chegou a tirar onda cheio de marra. Disse que a bola chegou pouco nele e que colocou em prática o que fazia nos rachões. Mais tarde, reconheceu que estava tenso. “Na hora em que eu fui para o gol, eu me senti uma formiga, um anão. Falei: ‘Meu Deus, o que eu tô fazendo aqui”, lembra o atacante rubro-negro. “É um dos momentos mais legais da minha carreira”.

 

 

Naquele dia, o Flamengo jogou com: Clemer; Pimentel (Leonardo Inácio), Luis Alberto, Fabão e Athirson; Jorginho (Maurinho), Leandro Ávila, Beto e Fábio Baiano; Romário e Rodrigo Mendes (Caio). Fábio Baiano marcou para o time rubro-negro. O Gama, do técnico Cláudio Duarte, tinha: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Jairo, Gerson e Rochinha; Deda, Caçapa, Alexandre Gaúcho (Juary) e Lindomar; Romualdo (Beto) e Sorato (Mazinho Loyola). O xerifão Gerson balançou a rede para o alviverde.

Na partida seguinte ao heroísmo, Caio fez o gol da vitória sobre o São Paulo no Maracanã. Entrou em campo durante a partida a pedido da “Nação”. Cartazes mandavam recado ao técnico do Brasil, Vanderlei Luxemburgo: “Fora, Dida. Caio é Seleção”, referindo-se ao dono da camisa 1 verde-amarela na conquista da Copa América do Paraguai.

Na partida de ida, a transmissão de Brasiliense x Ceilândia será de Rogério Correa, Juninho Pernambucano e Leonardo Gaciba. A partida do título contará Daniel Pereira, Caio Ribeiro e Renato Marsiglia. É a sexta vez que a final do Candangão será transmitida pela Globo em tevê aberta. As outras foram em 2001, 2012, 2013, 2015 e 2016.