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Gol do Flamengo saiu dos pés de quem menos se esperava. E o do Cruzeiro, das mãos de quem mais se esperava: de um goleiro rubro-negro. A maldição não escolhe nome

Publicado em Esporte

O gol do Flamengo saiu dos pés de quem menos se esperava. Lucas Paquetá foi escalado numa fria no lugar de Guerrero, sentiu, sim, o peso do jogo, mas marcou como se fosse centroavante, com raça, oportunismo e em impedimento. O empate do Cruzeiro veio de onde se esperava, das mãos do goleiro rubro-negro. Na atual fase macabra da posição amaldiçoada, a falha poderia ter sido do inseguro Alex Muralha, mas o mundo caiu nas costas do inexperiente Thiago, cria da base, campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2016, ao lado de Lucas Paquetá. Definitivamente há uma praga no gol rubro-negro. Nem Diego Alves, o pegador de pênalti que não está inscrito na Copa do Brasil, honrou a fama construída na Europa.

O Flamengo manteve o script de não perder o jogo de ida em sete decisões de Copa do Brasil. Empate por 1 x 1, como na decisão de 2003 contra o mesmo Cruzeiro, também no Maracanã. Mas o mandante desta quinta teve mais sorte do que juízo.

Errou Reinaldo Rueda ao escalar Marcio Araújo e não Cuéllar desde o início. Viram quantas vezes o time recuou a bola para o goleiro Thiago no primeiro tempo? Estava escrito que ele poderia se queimar em algum momento. Ninguém arriscou sair jogando com Márcio Araújo. Mano escolheu posicionar o Cruzeiro à espera do contra-ataque. Proposta covarde de um ex-técnico da Seleção Brasileira.

Com Márcio Araújo em campo, Diego recuou para fazer a saída de bola. Sumiu do jogo. O homem que deveria pisar na área do Cruzeiro — assim decidiu a semifinal diante do Botafogo — ficou afastado do comando de ataque. Willian Arão passou a se projetar e teve as melhores chances do Flamengo. Fábio brilhou duas vezes em finalizações do volante. Quase impediu o gol em impedimento de Lucas Paquetá.

No segundo tempo, os dois técnicos soltaram o freio de mão. Rueda não reinventou a roda como acharam alguns. Nada demais o deslocamento de Pará da lateral esquerda para a direita. Nada demais Éverton na ala esquerda. Conhece a posição, atuou ali algumas vezes. Vinicius Junior era uma opção óbvia diante do que o colombiano tinha no banco.

Mano teve o mínimo de ousadia ao colocar Raniel em campo. Criou coragem ao acionar Arrascaeta no lugar do inoperante Thiago Neves. Um Thiago saiu de campo para outro, o xará do Flamengo, se tornar o vilão do primeiro jogo.

Para não dizer que não falei do horror antes do jogo fora do Maracanã, é simples: o Flamengo tem, sim, que ser punido pelo STJD. Provavelmente perderá mandos de campo. Acho pouco até. A conferir…