Foi um bom ou um mau negócio para o Fluminense? Dez impressões sobre a badalada contratação de Ronaldinho Gaúcho

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Ronaldinho Gaúcho agora é Fluzão

Crédito da imagem: Divulgação/Fluminense

A contratação de Ronaldinho Gaúcho, 35 anos, pelo Fluminense levanta velhas discussões no futebol brasileiro e principalmente no carioca. Até que ponto a chegada do novo camisa 10 tricolor será bom para o clube das Laranjeiras. É o que tento analisar a seguir no post deste sábado…

1. Marketing
O barulho da contratação de Ronaldinho Gaúcho é o mesmo aqui ou na China. É impossível dizer que a chegada de um jogador carismático, eleito duas vezes melhor do mundo, multicampeao, não causa alvoroço dentro e fora do clube. O Fluminense venderá camisa a rodo e estará muito mais vezes na mídia, principalmente na imprensa internacional. É o óbvio ululante.
2. Idolatria
Não era a questão no Fluminense. Fred conseguiu se transformar em um ícone tricolor. Há quem diga que ele manda no time e tem influência para sugerir contratações de técnicos e jogadores. Ronaldinho Gaúcho é jogador de grupo. Dificilmente disputará espaço com Fred.  A questão não é a parceria dentro de campo, é como será o comportamento dos dois fora das quatro linhas…
3. Modelo
Do ponto de vista da influência de Ronaldinho Gaúcho no desenvolvimento dos meninos de Xerém, a contratação é um risco. R10 não é um exemplo de profissional há muito tempo. Pisou na bola no Flamengo, no Atlético-MG, no Querétaro e até na Seleção Brasileira, quando se apresentou atrasado e alterado na concentração em Belo Horizonte. No Flamengo houve o episódio no hotel.
4. Técnica
Ronaldinho Gaúcho nunca desaprendeu o que mais sabe fazer: jogar bola. Focado, não há dúvida de que ele se tornará o dono do meio de campo do Fluminense, ou seja, assumirá o papel que, até pouco tempo, pertencia ao argentino Conca. Os principais lances de falta e de escanteio surgirão dos pés dele, assim como os lançamentos na cara do gol para Fred e companhia.
5. Tática
É um problema para Enderson Moreira. Montar um time com dois jogadores preguiçosos para marcar é praticamente um suicídio no futebol moderno. Fred e Ronaldinho Gaúcho atuam em outra rotação, em um ritmo totalmente diferente da intensidade cobrada pelo futebol moderno. Não será novidade um debate intenso em breve sobre a escalação dos dois juntos ou de apenas um deles.
6. Rivalidade
O Fluminense conseguiu com uma contratação alfinetar dois rivais. Deixou a torcida do Flamengo com dor de cotovelo e jogou no lixo o slogan do presidente Eurico Miranda. O cartola do “respeito voltou” perdeu Ronaldinho Gaúcho para o Fluminense depois de encher a boca para dizer que o acordo estava 90% garantido. O astro fechou 100% com o tricolor.
7. Motivação
Uma das razões para Ronaldinho Gaúcho fechar com o Fluminense e não com o Vasco é a possibilidade de conquistar um dos poucos títulos que ele não tem no currículo — o de campeão brasileiro. R10 e o irmão olharam os elencos e compararam a posição na tabela de classificação. Outro sonho a longo prazo é ganhar o inédito Mundial de Clubes da Fifa, mas ele tem de jogar bola até 2016.
8. Cabo eleitoral
Ronaldinho Gaúcho sabe que a continuidade do presidente Peter Siemsen ou de seu grupo na presidência do Fluminense depende do sucesso de sua contratação. O presidente da Unimed, Celso Barros, é um potencial adversário nas eleições de 2017. Provar que o Fluminense caminhou sem o reforço financeiro da Unimed e até contratou R10 éuma questão de honra para o cartola.
9. Escudo
A chegada de Ronaldinho Gaúcho pode blindar a diretoria em uma possível venda precoce do garoto Gerson. O menino de Xerém é disputado pelos dois finalistas da última Liga dos Campeões, Barcelona e Juventus. O clube dificilmente suportará o assédio ao meia até o fechamento do mercado europeu e precisa equilibrar as contas para manter Fred e R10.
10. Legado
Ronaldinho Gaúcho só será eternizado no Fluminense caso repita, no mínimo, o que fez com a camisa do Atlético-MG, ou seja, campeão da Copa Linertadores da América. Dos 12 clubes mais tradicionais do país, apenas Fluminense e Botafogo ainda não conquistaram o título continental. O tricolor faturou dois Brasileiros, em 2010 e 2012, sem a necessidade de um Ronaldinho Gaúcho entre os titulares.