Greco Luxemburgo não tem Libertadores nem Mundial, que é a obsessão alviverde Foto: Cesar Grecco/Palmeiras Luxemburgo no bate-papo com o elenco em Orlando.

Florida Cup é esquenta para o ano em que Palmeiras e Luxemburgo podem subir juntos de patamar

Publicado em Esporte

Vanderlei Luxemburgo é um dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro. Ponto. Mas, inacreditavelmente, o nome dele não consta na lista dos treinadores tupiniquins campeões da Libertadores e/ou do Mundial de Clubes. O retorno ao Palmeiras endinheirado, com elenco forte, competitivo e candidato ao título em todas as competições que disputará em 2020 permite ressuscitar sonhos deixados para trás pelo senhor de 67 anos. O Palmeiras é o maior papa-títulos nacionais do país somados Taça Brasil, Robertão, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Porém, não tem Mundial. Aquele iniciado em 1960, que se chamou Copa Intercontinental, Copa Toyota e virou Mundial de Clubes da Fifa. A Florida Cup abre hoje o ano em que Luxemburgo e o Palmeiras podem mudar de patamar de mãos dadas.

É incrível que um treinador português tenha o título da Libertadores no currículo à frente de um time brasileiro e Luxemburgo, não. Ao levar o Flamengo ao bi no ano passado, Jorge Jesus entrou no seleto grupo do qual faziam parte Luís Alonso Pérez, o Lula; Zezé Moreira, Paulo César Carpegiani, Valdir Espinosa, Telê Santana, Luiz Felipe Scolari, Paulo Autuori, Antônio Lopes, Abel Braga, Celso Roth, Muricy Ramalho, Tite, Cuca e Renato Gaúcho. Todos levaram times brasileiros à glória continental pelo menos uma vez na vida. Luxemburgo (ainda) não.

Se jamais ganhou a Libertadores, o treinador mais vencedor na história do Campeonato Brasileiro também não aparece na lista dos brasileiros que conquistaram o Mundial de Clubes. A lista é mais restrita: Luis Alonso Pérez, Paulo César Carpegiani, Valdir Espinosa, Telê Santana, Oswaldo de Oliveira, Paulo Autuori, Abel Braga e Tite atingiram o feito.

O currículo de Vanderlei Luxemburgo tem apenas dois títulos internacionais — ambos à frente da Seleção Brasileira: a Copa América de 1999, no Paraguai; e o Pré-Olímpico de 2000, no Brasil. Pouquíssimo para quem liderou galácticos no Real Madrid. O treinador não tem (por enquanto) um elenco tão forte quanto o que está sendo montado pelo Flamengo, mas recebeu plantel capaz de bater de frente com o atual campeão sul-americano e quebrar o tabu pessoal.

Tabu pessoal e coletivo, diga-se de passagem. A exigente torcida do Palmeiras não aguenta mais viver da recordação do título épico na Libertadores de 1999. Cansou de virar piada dos rivais por não ter Mundial — repito, aquele inaugurado em 1960 batizado de Copa Intercontinental e chamado posteriormente de Copa Toyota e agora Mundial de Clubes Fifa.

Se trabalhar no mínimo com a mesma motivação demonstrada no Vasco, Luxemburgo começará o ano ganhando o título simbólico da Florida Cup, em Orlando, nos Estados Unidos. A “Copa Mickey”, como chamam ironicamente os torcedores, turbinou o ano mágico do Flamengo em 2019. Na sequência, viram as conquistas do Campeonato Carioca, Campeonato Brasileiro e Libertadores.

O Palmeiras e Luxemburgo têm a chance de unir a fome com a vontade de comer. O técnico jamais ganhou a Libertadores e o Mundial. O Palmeiras jamais conquistou o Mundial. Talvez, tenha chegado o ano de o técnico mais vitorioso do Campeonato Brasileiro e o clube mais vencedor da história do país subirem juntos de patamar com títulos internacionais de ponta.

 

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