Estreia da Palestina nesta segunda-feira na Copa da Ásia é um drible da paz em uma das maiores regiões de conflito do mundo

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Herói nacional: Ashraf Nu’man (C) é o craque da Palestina na Copa da Ásia

A Copa da Ásia é o primeiro torneio continental de seleções que classificará o campeão para a Copa das Confederações de 2017, na Rússia. Dos jogadores convocados para o torneio disputado na Austrália, 49 atuam na Europa. Uma prova de que, aos poucos, o intercâmbio fortalecerá a região cuja melhor campanha na Copa do Mundo foi o quarto lugar na Copa do Mundo de 2002, com a Coreia do Sul. Os Socceroos e os sul-coreanos são as principais ameaças ao favoritíssimo Japão. Os Samurais defendem o título na terra dos Cangurus.   A maior notícia do torneio, no entanto, é outra: a primeira participação da Palestina na competição. O país marcado pela guerra por pedaços de terra na Faixa de Gaza mais uma vez deixará as armas de lado para torcer por uma seleção de futebol, como foi em 30 de maio de 2014, na AFC Challenge Cup. Por 90 minutos, o homem mais importante do país não foi o saudoso Yasser Arafat ou algum outro líder político ou religioso. Um gol de falta de Ashraf Nu’man diante de Filipinas classificou a Palestina para a disputa da Copa da Ásia.   Até pouco tempo, participar de uma competição como a Copa da Ásia era uma Odisseia para a Palestina. Foi assim em 2006, nas eliminatórias para a edição de 2007. Quando a Palestina não era reprovada na bola, perdia para autoridades israelenses que não permitiam a saída de vários jogadores da equipe nascidos na Faixa de Gaza.   Neste ano, não houve nenhum contratempo na convocação do técnico Saeb Jendeya e o espírito esportivo driblou a guerra. A Palestina está no ingrato Grupo D, contra o tetra Japão (1992, 2000, 2004 e 2011), o campeão Iraque (2007) e a Jordânia. A esperança de um milagre capaz de dar ao pais uma das duas vagas da chave às oitavas está depositada nos pés de Nu’man. O jogador do Al-Faisaly, da Jordânia, é um dos maiores artilheiros da seleção com 14 gols, ao lado de Fahed Attal. Ambos são as esperanças nacionais a partir desta segunda-feira, no histórico duelo contra o Japão, no Newcastle Stadium, na Austrália.