Gum Maracanã vazio e gramado horroroso no empate sem gols entre Flu e Ceará. Foto: Lucas Merçon/FFC Maracanã vazio e gramado horroroso no empate sem gols entre Flu e Ceará.

É hora da resenha: 10 pitacos sobre o que rolou no futebol brasileiro e internacional no fim de semana

Publicado em Esporte

Velho carrasco

O mais eufórico dos torcedores do Palmeiras pode até subestimar o América-MG depois do vexame contra o Paraná Clube no domingo, e achar que uma raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas não menosprezem a capacidade de um senhor chamado Givanildo de Oliveira. Em 2002, o então técnico do Paysandu eliminou o Alviverde nas semifinais da extinta Copa dos Campeões. Na época, o time paulista era comandado por Vanderlei Luxemburgo.

 

Quando muito é pouco

Acredite se quiser: pela segunda vez, em três anos, o Flamengo deve fechar o Brasileirão com mais pontos do que o time do hexa, em 2009, e não conquistar o título. Na última conquista o rubro-negro fez 67 pontos — o pior desempenho de um campeão no atual sistema de disputa. Sob o comando de Zé Ricardo, o rubro-negro fez 71 em 2016. Se vencer Grêmio, Cruzeiro e Atlético-PR, pode chegar aos 75 e cravar a melhor campanha do clube. Repito: sem taça.

 

Robin Hood

O Internacional dificilmente conquistará o título por sofrer da Síndrome de Robin Hood, o mítico personagem inglês que roubava dos ricos e distribuía aos pobres. O Colorado foi brilhante no início do segundo turno ao tirar pontos de Palmeiras, Grêmio, Flamengo e São Paulo, mas perdeu o título ao tropeçar contra turma da parte inferior da classificação: Botafogo, Ceará, Vasco, Sport, Corinthians, Chapecoense, América-MG. Triste realidade.

 

Inadmissível

Falei do Inter, e agora vou incluir o Grêmio nos pitacos. Os estados de São Paulo, Rio e Minas Gerais conquistaram o Brasileirão pelo menos uma vez na era dos pontos corridos. O Rio Grande do Sul ainda não. É inadmissível que os clubes gaúchos não conquistem o principal título do país há 22 anos. O último foi com o Grêmio, em 1996. De 2003 para cá, Inter e Grêmio ganharam três Libertadores, entendo, porém, é preciso marcar território no Brasil.

 

Daqui ninguém me tira

Lembra-se daquela infeliz declaração do presidente do Atlético-MG, Sete Câmara, depois da eliminação precoce na Sul-Americana contra o San Lorenzo? Depois de chamar o torneio de segunda divisão da Libertadores e anunciar a conquista do Brasileirão como prioridade da temporada, o Galo não larga o sexto lugar na classificação de jeito nenhum. Virou usucapião. É lamentável que o líder do Brasileirão por duas rodadas tenha se acomodado tanto.

 

Cavalo de Troia

A contribuição é do amigo Victor Gammaro. O Palmeiras infiltrou um “vírus” no Botafogo para minar os concorrentes ao título. O atacante Erik não deixa saudade nenhuma para o torcedor alviverde. Em 2016 e 2017, foram 44 jogos com a camisa do clube e quatro gols. Emprestado pelo clube paulista ao Botafogo em 2018, fez gols decisivos contra Flamengo e Inter, rivais da equipe de Felipão na caça ao título brasileiro. É o famoso negócio bom para todo mundo.

 

Nordestão

A uma rodada do fim da Série B e a três do encerramento da A, a Região Nordeste pode ter até seis times na Série A do ano que vem. Hoje, Bahia, Sport e Ceará estão fora do Z-4. O Vitória ainda tem chance de permanecer na elite. Campeão da segundona, o Fortaleza disputará a primeira divisão em 2019. Quinto colocado, o CSA também pode subir no fim de semana. A última vez que o Nordeste teve mais de quatro representantes na elite faz 25 anos, em 1993.

 

Experiência

À exceção do novato Rogério Ceni, a reta final da Série B 2018 mostra que o acesso é assunto para técnico experiente. Ney Franco subiu o Goiás. Escrevi sobre o sucesso dele no esmeraldino em um post publicado na noite de sábado, após a classificação. Geninho comanda o terceiro colocado Avaí. Gilson Kleina é o mentor da arrancada da Ponte Preta. Campeão do torneio à frente do Atlético Goianiense na temporada de 2016, Marcelo Cabo pode levar o CSA à elite em 2019.

 

Laranja Mecânica

Bacana demais ver a Holanda se reconstruindo com cara de Holanda na Liga das Nações depois das ausências na Eurocopa-2016 e na Copa-2018. Belíssimo trabalho do técnico-ídolo Ronald Koeman numa chave contra os últimos dois campeões mundiais: França e Alemanha. Espetacular a classificação da Suíça numa virada épica sobre a Bélgica. Brilhante Inglaterra, que será forte na Euro-2020 e na Copa-2022. Que campanha de Portugal sem Cristiano Ronaldo. Porto e Guimarães receberão o Final Four em junho do ano que vem.

 

O pior melhor do mundo

Escrevi aqui outro dia com base em números. Insisto que foi um erro eleger Luka Modric melhor do mundo em 2018. Cristiano Ronaldo é número 1 moral. O croata não fez gol e só deu uma assistência depois que recebeu o Fifa The Best. Não tem superpoderes para decidir a vida do Real e muito menos evitou o rebaixamento dos vice-campeões mundiais na Nations League. É um bom jogador. Fez uma ótima Copa e ponto. Melhor do mundo? Não mesmo! Que a Bola de Ouro da revista France Football corrija o equívoco em dezembro.

 

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