Borja Artilheiro isolado do Paulistão, Borja está com seleção da Colômbia. Foto: César Grecco/Palmeiras Artilheiro isolado do Paulistão, Borja está com seleção da Colômbia. Foto: César Grecco/Palmeiras

Borja pode ser o primeiro artilheiro estrangeiro do Paulistão em mais de 100 anos, mas precisa secar colegas do Palmeiras e rivais do Santos neste sábado

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A Colômbia passa por  um momento mágico. A seleção comandada por José Pekermann acaba de vencer a França por 3 x 2, no Stade de France O país terá dois técnicos entre os 32 na Copa da Rússia: Juan Carlos Osorio à frente do México; e Hernan Dario Goméz no Panamá. Se o Chile não tivesse fracassado nas Eliminatórias, Reinaldo Rueda seria mais um. James Rodríguez tornou-se o primeiro colombiano a defender o Bayern Munique desde Adolfo Valencia, na temporada de 1993/1994. Mina fez história ao acertar com o Barcelona. Sem contar o título recente do Atlético Nacional na Libertadores e na Recopa Sul-Americana e o vice na Sul-Americana. No Brasil, Miguel Borja tem tudo para quebrar um senhor tabu, mas a convocação para defender a Colômbia nos amistosos da data Fifa podem atrapalhá-lo. Ele não enfrentará o Santos neste sábado, por exemplo, no início das semifinais do Estadual. Concentrado para o amistoso de terça-feira contra a Austrália, resta a Borja secar.

Artilheiro isolado do Campeonato Paulista com seis gols, Borja tem a chance de se tornar o primeiro artilheiro estrangeiro do torneio desde 1905, quando se tem certeza de que Herman Friese, era seguramente alemão. Nascido em Hamburgo, Friese fez 14 gols pelo Sport Club Germânia. Pode ter havido outros artilheiros estrangeiros nos primórdios do Paulistão, mas não há certeza. Segundo o historiador Celso Unzelte, com quem o blog trocou informações, são suspeitos de serem gringos: Whathley (Mackenzie), um dos artilheiros de 1913; Boyes (São Paulo Athletic), 1903, 1904 e 1910; e Fuller (Germânia), 1906.

Portanto, o Paulistão não tem um artilheiro reconhecidamente estrangeiro, pelo menos, desde 1905. Autor de um gol contra o Santos e outro diante do São Paulo na fase classificatória, Borja caminha para encerrar um tabu de 113 anos. No entanto, para continuar na liderança, precisa secar colegas de time e rivais.

Os principais concorrentes de Borja nesta reta final do Paulistão jogam com ele ou contra ele. Matheus Peixoto, do Santos, tem cinco gols. Dudu, Keno e Gabriel Barbosa aparecem logo atrás com quatro cada um. Portanto, se o Palmeiras eliminar o Santos, Borja praticamente abrirá caminho para tornar-se o primeiro artilheiro estrangeiro do Paulistão em mais de 100 anos. Mais um feito e tanto para o futebol colombiano.

Contestado na primeira temporada com a camisa do Palmeiras, Borja pode ser artilheiro pela quarta vez na carreira como profissional. Foi o goleador isolado do Torneio Apertura de 2016 com 19 gols; da Copa Colômbia no mesmo ano, com oito; e da Copa Sul-Americana de 2016, com seis. Outros colombianos tentaram ser artilheiros do Paulistão, mas nomes como Aristizábal, Asprilla e Muñoz, por exemplo, não atingiram o feito. Borja tem tudo para ser o primeiro. Basta retomar a regularidade de quem já estufou as redes do Botafogo de Ribeirão Preto, do Santos, do Mirassol, do Linense duas vezes e do São Paulo.