Bem-me-quer, mal-me-quer: 5 argumentos de Del Nero para se livrar de Dunga e 5 para “morrer abraçado” com o técnico da Seleção

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O maior argumento de Del Nero: foi Marin quem escolheu Dunga

Crédito da imagem: Divulgação/CBF

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, tem cinco motivos para demitir Dunga depois da eliminação vexatória da Seleção nas quartas de final da Copa América e outros cinco argumentos na ponta da língua para manter o capitão do tetra à frente do Brasil para o início das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, Copa América Centenária de 2016, nos Estados Unidos, e Jogos Olímpicos Rio-2016.. São muitas variáveis a serem analisadas a partir desta segunda-feira em reuniões a portas fechadas na sede da entidade máxima, na Barra da Tijuca. Ao blog, uma fonte disse que Del Nero pensa até mesmo em oferecer a Seleção Olímpica a Dunga e entregar a principal nas mãos de um outro comandante. Dificilmente Dunga aceitaria o rebaixamento. Neste caso, poderia considerar uma espécie de fritura ou desrespeito e ele mesmo pediria para sair, ou seja, a CBF não ficaria tão mal na fita. A seguir, o tento destrinchar o que anda passando pela cabeça de Marco Polo Del Nero, os argumentos que ele pode utilizar tanto para anunciar a saída de Dunga quanto para comprar briga com o povo brasileiro e confirmar a permanência do escolhido do prisioneiro José Maria Marin no cargo.

  » Cinco motivos para Del Nero desistir de Dunga   1. Quem escolheu foi o Marin Dunga foi uma escolha de José Maria Marin, antecessor de Marco Polo Del Nero. Logo, o presidente que assumiu em abril pode perfeitamente demitir o atual treinador e dar a sua cara à Seleção Brasileira. Alexandre Gallo, por exemplo, era outro nome da era José Maria Marin e perdeu o emprego nas seleções Sub-20 e Sub-23 quando Del Nero assumiu.   2. Um problema a menos Marco Polo Del Nero vive um momento de instabilidade desde o início da Operação CSI Fifa, que levou à prisão sete dirigentes, entre eles, José Maria Marin. Del Nero abandonou a eleição da entidade máxima do futebol na véspera do processo seletivo e voltou às pressas ao Brasil. Alvo das investigações, o mandatário não deve estar nada disposto a arrumar mais problemas para tumultuada administração. Uma forma de se livrar rápido ao menos de um problemas seria dispensar Dunga, contratar um outro técnico e desviar o foco de si mesmo.   3. Isso não é comportamento de técnico de Seleção A segunda era Dunga é marcada por ao menos dois atos que repercutiram muito mal dentro e fora do Brasil. No Superclássico das América, insinuou que membros do banco de reservas da Argentina usavam drogas ao ser flagrado falando: “Tu é igual o outro”, gesticulando com o nariz em referência a Diego Armando Maradona. Na véspera das quartas de final diante do Paraguai, fez um comentário de teor racista e depois pediu desculpas no site da CBF. “Às vezes eu acho até que sou afrodescendente de tanto que eu apanhei e gosto de apanhar”. Além disso, Dunga tripudiou da geração de 1982/1986 ao compará-la com a de 1990/1994. No mínimo deselegante. “Simples. Nós éramos ruins com sorte. Os outros eram bons com azar”, disparou.   4. Seleção não é lugar de ressentimento Por mera questão de falta de tato, Dunga deixou de convocar alguns jogadores que poderiam ter sido úteis nesse momento de vacas magras da Seleção Brasileira. Hulk, por exemplo, teria sido esquecido pelo técnico da Seleção por alegar cansaço na primeira lista depois da Copa do Mundo.  Melhor lateral-esquerdo do país, Marcelo, do Real Madrid, ficou um tempo na geladeira. Nos primeiros amistosos pós-Copa, por exemplo, foi aos Estados Unidos e não participou das partidas contra o Equador e a Colômbia.   5. Técnico vive de resultado Em tese, o maior argumento para a mudança imediata. Dunga ficou 11 jogos sem perder depois da Mundial de 2014. Venceu, por exemplo, Argentina e França. No entanto, o retrospecto se mostrou uma farsa na Copa América. Em três partidas oficiais, sofreu para derrotar o Peru por 2 x 1, perdeu para a Colômbia por 1 x 0, derrotou a Venezuela tomando sufoco até o fim por 2 x 1 e empatou com o Paraguai por 1 x 1, perdendo nos pênaltis por 4 x 3. Em nenhuma das partidas o Brasil arrancou suspiros da torcida.   » Cinco argumentos para Del Nero deixar tudo como está   1. É o início de um trabalho O presidente da CBF pode passar a mão na cabeça de Dunga argumentando que o foco do trabalho iniciado após o vexame, em casa, na Copa sãos Eliminatórias para o Mundial da Rússia, em 2018, e a Copa América Centenária nos Estados Unidos, no meio do ano que vem, quando aí, sim, fará cobranças por um trabalho consolidado. Para variar, pode se apegar aos números, alegando que Dunga só perdeu dois dos dois dos 15 jogos na volta ao cargo: um para a Colômbia e outro diante do Paraguai, nos pênaltis. Aproveitamento de 88%.   2. Perdeu metade do time Marco Polo Del Nero pode ponderar que Dunga não estava com a força máxima na Copa América. O treinador perdeu ao menos cinco jogadores antes do início do torneio: os laterais Danilo e Marcelo, o volante Luiz Gustavo e o meia Oscar. Para completar, viu Neymar deixar a competição depois da segunda rodada devido ao dia de fúria diante da Colômbia.   3. Temos (?) um “projeto olímpico” Quando demitiu Alexandre Gallo, o presidente Marco Polo Del Nero nomeou Dunga para ser o técnico da Seleção Brasileira nas Olimpíadas do Rio-2016. O técnico acumulará as funções de técnico das seleções principal e olímpica, na qual sequer estreou depois da saída de Gallo. Aparentemente, um risco. Dunga não tem dado conta do time A e agora terá de quebrar a cabeça com a escolha de jogadores para a esquadra Sub-23.   4. Ruim com ele, pior sem ele Depois da Copa do Mundo de 2014 havia um sentimento popular de que Tite deveria herdar o cargo de Luiz Felipe Scolari. O próprio treinador esperava assumir o cargo. Quase um ano depois, o cenário é outro. Não há um técnico brilhando no Brasil e muito menos no exterior. Há falta de opções. Vanderlei Luxemburgo não é campeão brasileiro desde 2004. Muricy Ramalho está cuidando da saúde. Uma opção seria a contratação de um treinador estrangeiro, mas há resistência por parte de Marco Polo Del Nero e dos seus pares.   5.  Deixa o homem trabalhar Marco Polo Del Nero pode simplesmente dizer que Seleção não é clube para trocar de técnico toda hora e pode empurrar Dunga goela abaixo prestigiando o treinador ao menos até o início das Eliminatórias para a Copa de 2018. Afinal, serão quatro partidas oficiais neste ano. A partir dos resultados, pode ou não fazer as mudanças necessárias na virada do ano. Resta saber, diante de tantas investigações, se Marco Polo Del Nero estará no cargo até o Réveillon.