Atalanta Atalanta comemora o triunfo sobre o Valencia no San Siro, em Milão. Foto: Vincenzo Pinto/AFP Atalanta comemora o triunfo sobre o Valencia no San Siro, em Milão.

Terceiro melhor ataque da Europa, Atalanta só surpreende quem insiste em ver a Itália como país da retranca

Publicado em Esporte

Há quem insista naquele discurso batido de que o futebol italiano é catenaccio, forte sistema defensivo, retranca, ferrolho, contra-ataque, blábláblá… e tenha ficado surpreso com a goleada da Atalanta sobre o Valencia no jogo de ida das oitavas de final da Uefa Champions League.

Quarta colocada no Campeonato Italiano, a Atalanta tem o melhor ataque do Calcio: 63 gols. Levantamento do blog nas sete principais ligas nacionais aponta o time italiano como terceiro melhor ataque da Europa, atrás apenas de Manchester City, Paris Saint Germaain e Ajax (veja ranking abaixo). Portanto, de retranqueiro, a trupe de Gian Piero Gasperini não tem nada.

Para quem gosta de comparações, aí vão algumas. O Barcelona fez 57 gols até agora no Espanhol. O líder Real Madrid anotou 46. Não está convencido? Primeiro colocado na Premier League, e atual campeão da Champions League, o Liverpool acumula 61 gols no Inglês. O melhor ataque é do Manchester City de Pep Guardiola com 67.

Convencido?

Isso explica, em parte, a exibição de gala da Atalanta. O ataque do time da cidade de Bérgamo não tem um trio de ataque badalado como Salah, Mané e Firmino; Suárez, Griezmann e Messi; ou Neymar, Mbappé e Cavani. A linha de frente conta com o esloveno Josip Ilicic, o argentino Papu Gómez e o croata Mario Pasalic. Duván Zapata estava no banco.

 

Melhores ataques da Europa (ligas nacionais)

  •  67 gols: Manchester City (Inglês) e Paris Saint-Germain (Francês)
  • 65 gols: Ajax (Holandês)
  • 63 gols: Atalanta (Italiano) e Borussia Dortmund (Alemão)
  • 62 gols: Bayern Munique (Alemão)
  • 61 gols: Liverpool (Inglês)

 

O ataque avassalador da Atalanta explorou muito bem o maior drama do Valencia: a ausência da dupla de zaga formada pelo argentino Ezequiel Garay e o brasileiro Gabriel Paulista e, principalmente, a baixa do goleiro holandês Jasper Cillessen. Todos contundidos. Impossível disputar um mata-mata com os zagueiros Diakhaby e Mangala, e o goleiro Doménech.

Quem considerava a Itália país de um time só, ou seja, a Juventus, pode ver os três representantes do país classificados para as quartas de final. O Valencia precisa fazer 3 x 0 em casa para avançar. Missão difícil, não impossível. Em outro jogo, a Velha Senhora é favoritaça contra o Lyon. O Barcelona anda tão irregular que não será surpresa dar adeus contra o Napoli.

Na outra partida desta quarta, o atual vice-campeão Tottenham se complicou contra o Red Bull Leipzig. O vice-líder do Alemão abriu vantagem fora de casa contra o time comandado pelo badalado português José Mourinho. Bicampeão da Champions League pelo Porto (2004) e a Internazionale (2010), o treinador virou uma espécie de “Vanderlei Luxemburgo” da Europa. Uma vitoriosa grife que vive do passado, tem dificuldade para se reinventar e acumula desgastes à própria imagem com uma sequência de trabalhos ruins ou medianos.

A largada das oitavas de final indica possibilidade de surpresas nas quartas de final. O Borussia Dortmund está em vantagem contra o PSG, e o Atlético de Madri no confronto com o Liverpool. Atalanta e Red Bull Leipzig largaram bem nesta quarta. A última final maluca aconteceu em 2004, entre Porto e Monaco. Dezesseis anos depois, a história pode se repetir lá em Istambul, na Turquia, palco da finalíssima da competição neste ano.

 

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