As boas e más notícias do quebra-cabeça de Dunga na montagem da Seleção Brasileira para encarar a França, Chile e Copa América

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O técnico da Seleção Brasileira fará a primeira convocação em 3 de março. E não será para qualquer amistoso. Vinte e seis dias depois, os chamados por ele terão pela frente a França, em Saint-Denis. Na sequência, o Chile, anfitrião da Copa América no meio do ano. Invicto nas seis partidas disputadas desde o retorno ao cargo, Dunga começa 2015 com muita sorte.   Há boas opções na Europa e no Brasil para a convocação. Para o gol, Jefferson é um nome indiscutível. Continua pegando muito com a camisa do Botafogo no Campeonato Carioca. Na Espanha, Diego Alves desponta como uma sombra à altura. É um paredão com a camisa do Valencia. A minha terceira opção – não sei a do Dunga – seria apostar em um jovem arqueiro. E aí, daria uma chance para Paulo Victor, do Flamengo, conhecer o ambiente da Seleção. O prata da casa rubro-negro mantém o padrão de qualidade desde o ano passado, é regular.

O ano também começa bem nas laterais. Disputado por Real Madrid e Barcelona, Danilo está com moral no Porto. É o cobrador de pênalti oficial do time lusitano. Aos poucos, ganha experiência para não repetir papelões como aquele na final do Mundial de Clubes contra o Barcelona, quando foi engolido pela máquina catalã. Está difícil achar um reserva para ele. Daniel Alves e Maicon são passado. Mario Fernandes ainda é uma incógnita. Talvez, seja a hora de investir em um dos dois alas dos clubes mineiros: Marcos Rocha ou Myke.   Na lateral-esquerda, Dunga tem mais soluções do que problemas. Se deixar de implicância, convocará Marcelo. No meio de semana, o titular do Real Madrid fez gol até de perna direita. Dunga deixou claro nas últimas listas que prefere laterais defensivos, mas uma convocação precisa ter equilíbrio. Se Filipe Luís é nome certo, Marcelo pode ser o contraponto do setor. Por enquanto, Dunga tem preferido investir em Alex Sandro, parceiro de Danilo no Porto.   Um setor em que Dunga pode convocar de olhos fechados é a defesa. David Luiz, Thiago Silva e Marquinhos vão bem no Paris-Saint Germain. Miranda também no Atlético de Madri. No Brasil, tenho gostado das atuações de Samir pelo Flamengo. Tudo bem, Campeonato Carioca não testa ninguém, é verdade, mas acho que ele será observado de perto logo, logo…   Quem sou eu para falar de volantes, posição que o Dunga conhece como poucos, mas até nessa função ele está com uma baita sorte. Lucas Silva evoluirá muito treinando com feras como Toni Kroos, Khedira e Modric. Para mim, é nome certo nas próximas listas. Discreto, Luiz Gustavo já virou o Mauro Silva do Dunga. Fernandinho tem atuado bem no Manchester City. Vale olhar com carinho alguns nomes do Shakhtar Donetsk.  No Brasil, Elias tem sido um jogador moderno sob o comando de Tite.   Do meio de campo para a frente , Dunga não tem do que reclamar. Aliás, tem sim. Perdeu Ricardo Goulart e Everton Ribeiro para campeonatos inexpressivos do mundo da bola. Com todo o respeito aos dois desertores, sou contra a convocação de quem atua na China ou no chamado mundo árabe. Vale o mesmo para Diego Tardelli. Na ausência deles, nós temos Philippe Coutinho comendo a bola no Liverpool. Willian e Oscar alternando bons momentos no Chelsea. Felipe Anderson se destacando na Lazio. No Brasil, Ganso continua precisando de um choque elétrico para funcionar, mas, na minha opinião, deveria ser chamado por Dunga nem que seja para sentar no banco e dar a Dunga a oportunidade de uma conversa olho no olho. É obrigação de Dunga tentar fazer Ganso funcionar nem que seja só na Seleção. Se Muricy Ramalho insiste no São Paulo, Dunga ambém precisa trabalhar um pouco para enquadrar Ganso. Renato Augusto, do Corinthians, é uma outra aposta que eu faria. Versátil, pode acrescentar muito, assim como o jovem Talisca, em alta no Benfica, de Portugal.   No ataque, Neymar é indiscutível. Lucas, do PSG, merece voltar e sentir a pressão de ser titular. Ao contrário da maioria, não sou contra o retorno de Fred. Continua matador com a camisa do Fluminense e pode ser útil tanto nos amistosos quanto na Copa América.  Alexandre Pato é outro nome forte.  Por sinal, Dunga foi o primeiro a chamá-lo na primeira passagem do técnico pelo cargo. Tem ainda o Vágner Love. O Artilheiro do Amor chegou a ser titular no início da primeira era Dunga na Seleção. Hoje, ele precisa primeiro conquistar espaço no Corinthians para depois pensar na amarelinha. Ainda assim, não pode ser descartado. Diego Tardelli, ao menos enquanto estiver escondido na China, é passado. Pode ter aberto de vez as portas para Luiz Adriano, do Shakhtar.   Ao contrário do que disse Mario Jorge Lobo Zagallo uma vez, não temos “opções mis”, mas o ano começa com alguns ovos capazes de render um bom omelete para Dunga. Só depende dele vencer algumas resistências como a mágoa de Marcelo e a preguiça de convocar Ganso. Se  abrir mão do orgulho e da vaidade, o capitão do tetra tem tudo para montar uma Seleção Brasileira minimamente respeitada para os desafios da temporada de 2015.