A cada convocação de Argentina e Brasil sinto uma angústia ao comparar o cardápio variado de atacantes do Gerardo Martino ao de Dunga

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Tudo bem. O Brasil venceu o último amistoso contra a Argentina com dois gols de Diego Tardelli no Superclássico das Américas, em Pequim. Ok, está dito. Mas, vou ser sincero: a cada convocação dos técnicos Dunga e Gerardo Martino eu sinto uma angústia ao ler o nome dos atacantes. Todos os relacionados dos hermanos para os duelos com El Salvador e Equador são protagonistas em times de ponta do futebol europeu. Alguns deles, artilheiros de ligas badaladas. Os nossos, bem, os nossos são o tema do post desta quarta-feira…   A bem da verdade, Dunga convocou apenas três atacantes para os amistosos contra a França, em 26 de março, em Saint-Denis; e o Chile, três dias depois, em Londres. Neymar é protagonista no Barcelona. Fato. Quanto aos outros dois, não forcemos a barra. Robinho foi chamado muito mais pelo nome e o passada sob a batuta de Dunga do que pelo presente com a camisa do Santos. Diego Tardelli está na lista graças justamente aos dois gols diante da Argentina. Usou o crédito, digamos assim. O falso 9 da Seleção trocou o Atlético-MG pelo futebol chinês. Sinceramente, não dá. Na convocação, Dunga relacionou Douglas Costa e Roberto Firmino como atacantes. Discordo. Um é volante/meia e outro meia-atacante.   Enquanto isso…   Bom, enquanto isso, Gerardo Martino contará com Lionel Messi, artilheiro do Campeonato Espanhol ao lado de Cristiano Ronaldo com 30 gols. Além disso, chamou Carlitos Tévez, um dos goleadores do Campeonato Italiano. Do Calcio foi lembrado, ainda, Gonzalo Higuaín, centroavante do Napoli. Ah, tem também o Sergio Agüero, na briga pela artilharia do Inglês.  De quebra, Ezequiel Lavezzi, do Paris Saint-Germain. Detalhe: Tata Martino se dá ao luxo de deixar fora do grupo Mauro Icardi, referência da Internazionale, e Gustavo Bou, líder na artilharia da Copa Libertadores da América. Enquanto Dunga sofre a cada convocação com a escassez de atacantes, Gerardo Martino tem opções de sobra.   E pensar que, até pouco tempo, era a Argentina quem dependia de dois camisas 9: Gabriel Batistuta e Hernán Crespo eram as alternativas. Em 2006, Jose Pekerman chegou a levar Julio Cruz (lembram dele?) para a Copa da Alemanha. Naquele Mundial, Carlos Alberto Parreira contava com Ronaldo e Adriano no time titular. Além disso, tinha Robinho e Fred sentadinhos no banco de reservas, além de Ronaldinho Gaúcho e de Kaká, meia que tinham facilidade para jogar no ataque. Quanto desperdício! Fomos eliminados nas quartas-de-final pela França.   Como diria Muricy Ramalho, a bola pune pecados como aquele de 2006. Hoje, o Brasil é carente de atacantes, de centroavantes decisivos. No país vizinho, o tempo de vacas magras passou. Resta saber se Gerardo Martino conseguirá domar tantos egos a fim de evitar que a guerra de vaidades mine um grupo favoritíssimo, sim, a conquistar a Copa América de 2015.