Paulinho Paulinho: o cara dos clássicos contra Uruguai, Argentina e Inglaterra. Foto: Pedro Martins/Mowa Press

Saiba quando Paulinho quase fez três gols em uma partida e confira as notas de Uruguai 1 x 4 Brasil

Publicado em Esporte

Impressionante como José Paulo Maciel Junior, o Paulinho, cresce em clássicos com a camisa da Seleção Brasileira. Pela primeira vez na carreira, fez três gols nos 4 x 1 desta quinta sobre o Uruguai. Ficou no quase no no Bragantino, no Corinthians e neste ano no Guranzhou Evergrande, da China (ler retrospecto ao fim deste texto). Tá bom, tá bom, tá bom, ele estava em campo no 7 x 1 contra a Alemanha na semifinal da Copa de 2014. Não esqueci disso, não. Foi mal porque, talvez, Luiz Felipe Scolari não sabia usá-lo. Tite o conhece desde os tempos de Corinthians. Daí a aposta nele desde a primeira convocação — embora este blogueiro, assumo, tenha criticado.

Paulinho foi decisivo em três clássicos com a amarelinha. Duas vezes contra o Uruguai. Lembram da semifinal da Copa das Confederações de 2013? Quando o jogo se encaminhava para a prorrogação lá no Mineirão, em Belo Horizonte, Paulinho usou a cabeça para fazer 2 x 1. Nesta quinta-feira, o Brasil saiu atrás no placar pela primeira vez na era Tite. E Paulinho voltou a crescer. Fez o gol do empate. Marcou o da virada. Anotou o terceiro com o peito. Classificou a Seleção para a Copa de 2018. Fala sério! Dá para duvidar?

Em um post de quarta-feira, mostrei que o Brasil poderia quebrar a tradição asiática e ser o primeiro país classificado em campo para a Copa do Mundo da Rússia. Questão de tempo. De formalidade matemática. Incrível diante de tudo o que aconteceu nos últimos três anos. Derrota por 7 x 1 para a Alemanha, por 3 x 0 para a Holanda, eliminação nas quartas de final da Copa América em 2015 diante do Paraguai, na fase de grupos em 2016 contra o Peru… Mudança de técnico no meio do caminho, de Dunga para Tite, e de Tite para um recorde: sete vitórias consecutivas nas Eliminatórias, superando as seis de João Saldanha em 1969, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970.

Mas falávamos sobre quem mesmo? Ah, de Paulinho, o personagem do jogo. O volante também foi decisivo duas vezes contra a Argentina. Em 2012, no Serra Dourada, balançou a rede dos hermanos no Superclássico das Américas. No ano passado, lá no Mineirão, em Belo Horizonte, deixou o dele nos 3 x 0 diante da Argentina, pelas Eliminatórias.

Paulinho também salvou o Brasil no jogo de abertura do Maracanã. Fred abriu o placar para a Seleção, Chamberlain e Rooney viraram a partida e quando tudo parecia perdido, quem aparece? Paulinho empatou a partida e impediu a derrota. Quer uma prova de que ele gosta de clássico? Os outros dois gols foram sobre o Japão.

Coadjuvante na noite de Paulinho, o camisa 10 Neymar fez até um golaço de cobertura (aprendeu com o reserva Dudu?) tentando roubar a cena. Que obra-prima. Pobre Martín Silva, que nada conseguiu fazer. Como mostramos na edição desta quinta do Correio, apenas três seleções sul-americanas não haviam sofrido gol de Neymar: Uruguai, Paraguai (próximo adversário) e Venezuela. A Celeste entrou no caderninho do craque. E o Paraguai pode ser a próxima vítima na terça-feira…

 

Quando Paulinho quase fez três gols…
Até esta quarta-feira, o recorde de Paulinho eram duas bolas na rede em um jogo
(2) – 05/03/2017 – Gurangzhou 2 x 1 Beijing
(2) – 10/11/2012 – Corinthians 5 x 1 Coritiba
(2) – 14/03/2010 – Bragantino 4 x 3 Ponte Preta
(2) – 23/08/2009 – Bragantino 3 x 0 ABC

 

AS NOTAS DO JOGO

Alisson
Faltou dar um passo à frente quando viu Marcelo se preparar para recuar a bola com o peito. O lateral é o principal culpado, mas cantou o lance. Foi decisivo na cobrança de falta de Cavani no segundo tempo. Nota: 6

 

Daniel Alves

Quase fez um gol de cobertura no primeiro tempo. Como o Uruguai investiu muito nas costas de Marcelo, não teve muito trabalho, a não ser quando precisou fazer falta, recebeu cartão amarelo e ficou suspenso para a partida contra o Paraguai. Nota 6,5

 

Marquinhos

Bom posicionamento com a bola nos pés, alguns sustos nas bolas aéreas. Conhece bem o companheiro Cavani e ajudou mantê-lo distante do gol de Alisson.  Nota 6

 

Miranda

Imprescindível nos momentos de pressão e sortudo no chutão pra frente que terminou com um golaço de Neymar. Nota 6,5

 

Marcelo

Falha grave na tentativa de recuar a bola com o peíto para Alisson. Cantou o lance para Cavani se antecipar ao goleiro do Brasil. Sentiu o erro, demorou a volta para o jogo, mas apareceu bem ao impedir com um carrinho uma finalização do Uruguai. Nota 5

 

Casemiro

Eficiente na marcação, bons passes e boa leitura de jogo tanto na marcação quanto na orientação aos companheiros. Praticamente não chegou atrasado nas divididas. Nota 7

 

Paulinho

Dois golaços: um de fora da área e outro com o peito. E um outro ao estilo Gabriel Jesus, como se fosse um centroavante. Livre, leve e solto no gramado do Centenário, foi carrasco do Uruguai pela segunda vez na carreira. O melhor em campo. Nota 9

 

Renato Augusto

Pela primeira vez na era Tite, uma atuação preocupante. Deu a impressão de que está sem ritmo de jogo. A leitura tática do jogo, uma das suas marcas em outras partidas, também não foi a mesma. Parecia desligado do clássico. Nota 5,5 Fernandinho Entrou para dar gás novo na marcação. Sem nota

 

Philippe Coutinho

Recebeu vigilância ostensiva da marcação uruguaia. Praticamente não teve espaço para tramar lances com Daniel Alves. Ao menos funcionou taticamente, com movimentação e a redução de espaços para o adversário. Nota 6,5 Willian Foi dele o passe para Daniel Alves, que cruzou para o gol de Paulinho. Nota 7

 

Neymar

Que golaço por cobertura. Uma obra-prima. Nota 8

 

Roberto Firmino

Que furada no primeiro tempo depois da assistência de Neymar. Finalizou bem no lance do segundo gol de Paulinho, mas Martín Silva salvou. Nota 6  Diego Souza Jogou apenas quatro minutos e teve duas tentativas de passe interceptadas. Sem nota

 

Tite

O Brasil ainda não havia começado atrás no placar sob sua direção. Daí a importância da virada. Aconteceu diante do Uruguai, dentro do Estádio Centenário. O time teve cabeça para assimilar o golpe, sofrer, reagir no primeiro tempo e atuar como se estivesse em casa na segunda etapa. Oito vitória em oito jogos. Nota 9