10 pitacos sobre o futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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Barcelona campeão espanhol: primeiro título de Neymar em um Nacional

Crédito da imagem: Miguel Ruiz-FCB

1. Menos gente do que nas finais do Candangão Como disse o colega Roberto Assaf na crônica do jogo do Lance!, na internet, parecia o duelo de um time da Série A – o Atlético-MG – contra um de outra divisão. Péssima exibição do Fluminense depois da estreia enganosa diante do Joinville. O 4 x 1 do Galo não é exagero. É cedo para dizer que o tricolor brigará contra o rebaixamento, mas a torcida saiu da vazia arena candanga assustada com o que viu. O público pagante no Mané não chegou a 12 mil pagantes. Era de se esperar ou o Elefante Vermelho é grande demais e só descobriram isso agora? Nem Gama e Brasília deixaram o estádio tão vazio. No segundo jogo da decisão,quase 30 mil pessoas  viram a final o Campeonato Candango.   2. Rio abaixo O Fluminense apanhou por 4 x 1 do Atlético-MG. O Flamengo sofreu para empatar com um Sport sem goleiro e ainda saiu chorando um minuto a mais de acréscimo. O Vasco não passou do 0 x 0 com o Figueirense. Tá explicado o motivo de tanta briga nos bastidores pelo título do Carioca. Era a Série A deles, que neste Brasileirão disputaram 18 pontos e só ganharam 6.   3. A falta de fair play Dramático e revoltante para a torcida do Sport o desfecho da partida contra o Flamengo, no Maracanã. O Leão foi superior ao Flamengo na maior parte do jogo. Quanto ao lance do fair play, Diego Souza agiu, no mínimo, com ingenuidade ao imaginar que o rubro-negro devolveria a bola. Lembro do Edmundo pagando sapo para o Rivaldo na final da Copa de 1998 por causa disso. Fair play é lindo em amistoso, em jogo de compadres. À vera, rolam polêmicas como essa, deixemos de ser hipócritas. Na hora do sangue quente não há fair play nem na várzea.  4. E o fair play que não paga um Diego Souza O cara faz gol e corre para ser goleiro. Apesar da lambança no lance em que reivindicou fair play, Diego Souza é o artilheiro isolado do Campeonato Brasileiro com três gols. Aplausos. O mais impressionante é o fair play financeiro do Flamengo não ter condições de contratar e pagar o salário de Diego Souza e colocá-lo à disposição do cada vez mais desanimado Vanderlei Luxemburgo. O meia-goleiro-artilheiro cairia bem com a 10 do time da Gávea, mas, acredite se quiser, é o Sport que tem caixa para bancar o salário dele.   5. Pauliceia desvairada A liderança do Corinthians não é novidade para mim. Apesar das turbulências na temporada, o Corinthians mostrou regularidade na maior parte do ano até agora e tem um bom elenco — com salários atrasados, é verdade. O São Paulo continua refém da indecisão do seu presidente Carlos Miguel Aidar. Deslumbrado, sonhou com André Villas Boas, Alejandro Sabella e Jorge Sampaoli e efetivou Milton Cruz sem nenhuma confiança no taco do treinador. Não sabe se fica com Com ele ou contrata logo nem que seja Vanderlei Luxemburgo. A decepção continua sendo o Palmeiras. Contratou muito e rende pouco. Em compensação, olho na Ponte Preta. O time do Guto Ferreira é bom.   6. Entre o Brasil e a América O Internacional vai brigar pelo título brasileiro e a vitória sobre o Avaí foi importante para a recuperação da derrota diante do Atlético-PR. O desafio de Diego Aguirre é convencer o bom elenco a manter o foco em duas competições – o Brasileiro e a Libertadores. O Cruzeiro não está conseguindo e amargou a segunda derrota consecutiva, desta vez para o Santos.   7. Segundas intenções O Botafogo poderia ter conquistado o Campeonato Carioca e pode, sim, ganhar o título inédito da Série B. René Simões e Antônio Lopes realizam um belo trabalho de reconstrução do time rebaixado no ano passado e largou muito bem na Série B. As vitórias sobre o Paysandu e o CRB dão moral para os duelos mais difíceis, contra Bahia, Vitória, Santa Cruz e outros concorrentes.   8. You’ll never walk alone Emocionante a despedida de Steven Gerrard da torcida do Liverpool, no sábado, diante do Crystal Palace, pela penúltima rodada do Campeonato Inglês. Na coluna Máquinas do Tempo, que escrevo às sextas no Correio Braziliense, fiz um paralelo entre a carreira do meia inglês, ídolo dos Reds, e do Rogério Ceni, ídolo do São Paulo que, na quarta-feira passada, deu adeus à Libertadores. Há 10 anos, ambos travaram um duelo à parte na final do Mundial de Clubes da Fifa, no auge das carreiras. Dois caras fantásticos, apaixonados por futebol e sobretudo gamados em duas marcas do futebol mundial que defenderam ao longo de toda a carreira — o Liverpool e o São Paulo.   9. A turma do 7 x 1 Parabéns ao goleiro Julio César, campeão portugûes pelo Benfica. Felicitações a David Luiz, Thiago Silva e Maxwell, tri no Campeonato Francês.  Antes deles, Willian, Ramires e Oscar haviam levantado a taça no Inglês pelo Chelsea, e Dante, no Alemão, com o Bayern de Munique. Neymar, que não esteve em campo no fatídico 8 de julho de 2014, faturou o Campeonato Espanhol com o Barcelona, primeiro nacional da carreira dele. Daniel Alves, outra vítima da Alemanha, também festejou a conquista. Na Rússia sede da Copa de 2018, Hulk levou o Zenit ao título. Não ameniza o vexame do 7 x 1 nem mudará a história, mas, no caso de cada um eles, faz bem para a alma.   10. E outro “gol da Alemanha” Parabéns ao colega Jamil Chade, correspondente do Estado de S. Paulo, na Suíça, pela reportagem sobre a influência das empresas parceiras da CBF nas convocações da Seleção Brasileira. Sempre houve desconfiança sobre o tema, mas uma investigação precisa de provas. Ele apresentou as que tinha, a CBF rebateu, mas, a verdade, é que a denúncia é mais um “gol da Alemanha” em um futebol brasileiro que vê seus clubes de pires nas mãos, como mendigos, na porta do Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, enquanto a CBF nada em dinheiro com negociatas usando, como diria Zagallo, a amarelinha — um patrimônio nacional que tem cinco estrelas muito maiores do que as três siglas que estão abaixo delas no escudo. A denúncia pode até não dar em nada, mas, no mínimo, pressiona a CBF, agora sob o comando de Marco Polo Del Nero, a ser bem mais transparente na divulgação dos seus atos.