Fred Fred e Levir Culpi: personagens de um fim de semana tenso no Flu. Foto: Nelson Perez/FlulminenseFC

10 pitacos sobre o futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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1. Saída Bangu
O Fluminense arrumou uma “saída bangu” para ajudar a classificar o Flamengo — parceiro de protestos contra a Ferj — às semifinais do Campeonato Carioca. A vitória sobre o Volta Redonda recolocou o time rubro-negro no G-4 da Taça Guanabara. Resultado: o Flamengo só depende de si, contra o Bangu, no domingo, para se juntar a Fluminense, Vasco e Botafogo nas semifinais do Estadual. Em São Januário, o Glorioso mostrou ao Flamengo que a missão de derrotar o Bangu não vai ser tão fácil assim, não. O alvinegro sofreu horrores e ganhou três pontos em cima do Bangu graças a um gol de pênalti. Ah, sobre a guerra de vaidades entre Fred e Levir Culpi, digo o seguinte: tem final da Taça Guanabara no domingo contra o Vasco. Anota aí: acho que os dois vão comemorar abraçadinhos o primeiro título  tricolor do ano lá na Arena da Amazônia, em Manaus. Impressionante que isso aconteça no momento em que o Fluminense não perde há 11 jogos. Pode ser que eu queime a língua no domingo que vem, mas, para mim, o Vasco não joga bem há quatro partidas.  O sinal amarelo está aceso na comissão técnica de Jorginho.

2. Quartas de final S.A.
“Flamengo” do Paulistão, o Palmeiras foi o último dos quatro grandes a bater o ponto nas quartas de final do Estadual. O quarteto cumpriu seu papel. O que assusta é o baixo número de clubes tradicionais do interior no mata-mata em jogo único. Times de investidores, como Audax Osasco, criado pelo grupo Pão de Açúcar, e Red Bull, da multinacional do energético, estão no páreo pelo título. E botando banca. O Audax, por exemplo, se recusa a enfrentar o São Paulo no Pacaembu ou na Arena Barueri. Alega que precisa representar Osasco e promete não arredar os pés de lá. Acho o time do São Bento, de Sorocaba, interessante. O São Bernardo nem tanto. Parabéns ao Audax e ao Red Bull, mas gostaria muito de ver a Portuguesa, o Guarani e a Ponte Preta, por exemplo, na briga. A Lusa e o Bugre nem na primeira divisão estão, tô ligado, mas a Macaca vacilou. Nostalgia à parte, imaginem, 27 anos depois da final caipira entre Bragantino e Novorizontino, uma semifinal multimarcas entre a fabricante austríaca de bebidas energéticas e a equipe criada por uma rede de supermercados… Antes, o Red Bull precisa desbancar o Corinthians, dono da melhor campanha. E o Audax tem que superar o São Paulo. Tarefa menos difícil, pois o tricolor treme fora de casa nesta temporada.

3. Galo bipolar
Impressionante o quanto o Atlético-MG, de Diego Aguirre, é bipolar na temporada. Come a bola na Copa Libertadores da América — para mim, é um dos favoritos — e contabiliza micos no Campeonato Mineiro, como as derrotas para o Tricordiano (4 x 2) e para URT (1  x 0). Com o elenco montado pelo presidente Daniel Nepomuceno, a obrigação do Atlético era terminar a primeira fase invicto, como o Cruzeiro. Alguém precisa avisar ao uruguaio que aquele papo de que a Libertadores é o que interessa e o resto não tem pressa é papo furado. Perde o Estadual para o Cruzeiro pra ver só, sô! Para mim, o Cruzeiro sofre, mas passa pelo América-MG. E o Galo sofre, mas despacha o URT. O bom da história é que a finalíssima seria no Mineirão.

4. Rumo ao hexa?
Como diz Cláudio Carsughi, só uma clamorosa surpresa impedirá um Gre-Nal na decisão do Gaúchão. O Internacional jogou para o gasto na vitória sobre o São Paulo por 3 x 0 e caminha para decidir o título diante do Grêmio. Golaço do Vitinho, hein. Fora da Libertadores e eliminado da Primeira Liga, o time de Argel Fucks tem um sonho de consumo: conquistar o sexto título estadual consecutivo em cima do maior rival. Na série de cinco títulos seguidos, três foram em cima do Grêmio e outros dois diante do Lajeadense e do Caxias. Numa eventual decisão, aposto muito mais na trupe de Roger Machado. O colega Rafael Mano Diverio, da Zero Hora, trouxe um detalhe legal sobre o eliminado São Paulo. O time conquistou vaga para as Séries D de 2016 e de 2017 tendo um elenco com folha salarial de R$ 100 mil. Impressionante, mesmo. Foi muito além do que se esperava.

5. Grafite em dia de Oséas
Lembra do Oséas, aquele que fez gol contra a favor do Corinthians quanto atuava com a camisa do Palmeiras? Deve ter inspirado Grafite. O centroavante do Santa Cruz fez gol para o Sport no clássico pela última rodada do hexagonal. Tem nada não… O Santinha está nas semifinais do Estadual ao lado do próprio Sport, do Náutico e do Salgueiro. A maior decepção nos campeonatos estaduais do nordeste é o Ceará. Depois de evitar um rebaixamento épico na Série B do ano passado, o Vozão dispensou o técnico Lisca e não chegou sequer às semifinais do Campeonato Cearense. Pior: a derrota do Fortaleza para o Guarani de Juazeiro despachou o Ceará da competição. No Baiano, tudo indica que vai rolar Ba-Vi na decisão.

6. Apodi em dia de Josimar
Era criança, mas lembro muito bem dos dois golaços do Josimar pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Pois o Apodi, ex-Vitória e Avaí, algo parecido lá na Rússia no fim de semana. Guardadas as devidas proporções, lembrou um pouquinho o gol em cima do lendário Pat Jennings diante da Irlanda do Norte na vitória por 3 x 0. Que pintura o golaço com a camisa do Kuban Krasnodar no empate por 2 x 2 com o Spartak Moscou.

7. Qué pasa?
E não é que o Barcelona perdeu duas partidas consecutivas e a briga pelo título do Campeonato Espanhol está reaberta! E não é que o Lionel Messi está com 499 gols há três jogos seguidos e não consegue emplacar o de número 500 na carreira! E não é que o Neymar não balança a rede há quatro jogos consecutivos! Pronto, você vai dizer que tô doidão, que estou querendo dizer que o trio MSN não funciona mais. Não, não, não, longe disso. Mas há algo de podre no reino do melhor time do mundo… Vejamos como será diante do Atlético de Madri nesta quarta-feira na partida de volta das quartas de final da Uefa Champions League…

8. Vou ao banheiro e volto já…
Uma das grandes histórias do fim de semana foi protagonizada pelo técnico argentino Maurício Pochettino na goleada por 3 x 0 do Tottenham sobre o Manchester United. Lá pelas tantas, durante a partida, o treinador sentiu vontade de ir ao banheiro para fazer xixi. Ou estaria com dor de barriga? Não interessa! Bom, a verdade é que, enquanto estava fazendo suas necessidades, o treinador ouviu um estrondo. Era a torcida comemorando o gol do meia Lamela. Ele deixou o banheiro correndo, deu um pulinho no vestiário e foi conferir na tevê se havia sido gol do Tottenham. Relaxou ao saber que sim e voltou ao box para completar o serviço. Que figura!

9. Se essa rua, se essa rua fosse minha…
O prefeito da cidade de Leicester promete trocar os nomes das ruas pelo dos heróis do time da cidade caso a trupe de Cláudio Ranieri confirme o título inédito do Campeonato Inglês. É bom preparar o serviço… Com a vitória deste fim de semana, o Leicester engatou a quinta vitória consecutiva e antecipou uma proeza: está matematicamente classificado para disputar a Liga dos Campeões da Europa na temporada de 2016/2017. O Leicester soma 72 pontos na tabela de classificação, enquanto o Manchester United, primeiro time fora da zona de classificação para a competição continental, tem 53. São 19 pontos de diferença de um para o outro. Porém, restam apenas cinco rodadas para o término do Inglês, totalizando 15 pontos em disputa.

10. A diferença de ter torcida
O Gama não era o mandante no jogo de ida das quartas de final contra o Santa Maria, mas, como jogou no Bezerrão e o adversário não tem torcida, podemos dizer que o alviverde levou 2.233 pagantes ao estádio. Mais do que o Botafogo na vitória sobre o Bangu, em São Januário, que teve 1.509 pagantes. mais do que o Fluminense na vitória sobre o Volta Redonda, diante de 2.101. A presença de público nos demais jogos das quartas de final — repito, quartas de final — foi pífia. O Sobradinho enfrentou o Luziânia diante de 597 torcedores. O Brasília levou 138 testemunhas ao Diogão, em Formosa (GO). Admiro o esforço financeiro do presidente Luis Felipe Belmonte para reerguer o Brasília, mas acho que a diretoria cometeu um erro de avaliação. Em vez de ficar dando murro em ponta de faca para jogar no Mané Garrincha, o Colorado poderia ter apostado na reforma de uma estádio como o Cave, por exemplo, para mandar seus jogos no DF em vez de ficar perambulando por Luziânia, Formosa… E pensado em ações de marketing que levassem o torcedor colorado ao estádio. É possível. O título da Copa Verde em 2014 mostrou isso quando o Brasília levou um excelente público à final contra o Paysandu. Mas antes de encher um Mané, é preciso pensar em lotar um Cave, por exemplo. Não adianta pensar no Elefante Vermelho sem enxergar primeiro as formiguinhas…

Público à parte, todos os jogos de ida das quartas de final terminaram empatadas. Não acho que isso significa equilíbrio no mata-mata. Noto, sim, uma falha no regulamento. Os quatro melhores da primeira fase — Luziânia, Brasiliense, Gama e Ceilândia — deveriam ter algum tipo de vantagem que obrigasse os seus adversários a vencê-los no primeiro confronto. Não há. Paracatu, Brasília, Santa Maria e Sobradinho não estão pressionados para os duelos de volta. E não se engane. Os confrontos de volta têm tudo para ser do mesmo jeito, com os mais fracos especulando o resultado para, quem sabe, tentar a sorte na loteria dos pênaltis.