image Willian Arão festeja o gol do Fla no Mané: muito dinheiro, poucas vitórias na arena. Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

10 pitacos sobre o futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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1. De tudo um pouco
Gostei do Fla-Flu no Mané Garrincha. Muricy Ramalho finalmente ousou, abriu mão de Marcio Araújo — ao menos enquanto teve 11 jogadores — e deu outra dinâmica ao meio de campo do Flamengo. A saída de bola ficou menos ruim. O lado direito foi o ponto forte rubro-negro. Marcelo Cirino e Rodinei deitaram e rolaram em cima do setor esquerdo da defesa adversária no primeiro tempo. Guerrero esteve impecável na cabeçada do segundo gol depois de quase marcar um no primeiro tempo. Quanto ao Fluminense, admirei bastante o diferenciado Gustavo Scarpa. Foi a primeira vez que o vi jogar in loco. Não só devido ao golaço de falta, mas por causa da movimentação. Vai para a Europa rapidinho, principalmente, por ser versátil. Jogou de lateral-esquerdo no segundo tempo e anulou o lado direito rubro-negro, que precisou tomar conta dele. No mais, o Fla-Flu teve três expulsões, empurra-empurra, invasão de campo para protestar contra a presidente da República, Dilma Rousseff, e uma chuva que ia e voltava na tentativa de esfriar os ânimos. O público de 33 mil pagantes foi razoável. Poderia ter sido bem melhor não fossem o preço e o amadorismo na divulgação do clássico, como mostrei em um post publicado na última quinta-feira.

2. A turma dos 100%
Enquanto os rebeldes inimigos da Federação de Futebol do Rio disputavam o clássico em Brasília, Vasco e Botafogo mantinham a invencibilidade no Estadual. O time cruz-maltino na vitória de sábado sobre o Tigres. O Glorioso no triunfo suado diante da Cabofriense. Os finalistas do último estadual estão praticamente classificados para a segunda fase. O Vasco com 100% de certeza. O Botafogo precisa esperar mais um pouquinho. Por enquanto, o time cruzmaltino vai cumprindo muito bem as ordens do presidente Eurico Miranda, ou seja, ter a melhor campanha da primeira fase para jogar os clássicos da segunda etapa em São Januário, onde o Vasco derrotou o Flamengo por 1 x 0 há duas semanas.

3. Aos trancos e barrancos…
Acredite se quiser: o Palmeiras não vence há quatro jogos no Paulistão e mesmo assim é o líder do Grupo B ao lado do São Bernardo com seis pontos. Coisas de regulamento… Cansado da viagem até o Deserto do Atacama para a estreia na Libertadores, o Corinthians tropeçou no bom time da Ferroviária. Comandada por um treinador português, a equipe de Araraquara vai dar muito trabalho. O Santos era líder, mas empatou com o Palmeiras por 0 x 0 no clássico de sábado. Em crise, o São Paulo usou a cabeça de Rodrigo Caio para garantir a vitória sobre o Rio Claro. A partida marcou a reestreia de Lugano. Começou como se esperava: recebendo um cartão amarelo. Então tá bom…

4. Domínio estrangeiro
Como escrevi no post da segunda-feira passada, três treinadores estrangeiros dominam estaduais. Um deles é o uruguaio Diego Aguirre, líder isolado do Campeonato Mineiro com 10 pontos depois da goleada por 5 x 1 diante do Boa Esporte. O Cruzeiro continua jogando no fio da navalha. Venceu o Tricordiano por 1 x 0. E só! Arrascaeta evitou o vexame.

5. Ressurgiu?
Bela exibição do meia Anderson nos 4 x 0 sobre o Cruzeiro pelo Campeonato Gaúcho. Fez o primeiro gol, deu assistência para dois e deu a entender ao técnico Argel Fucks que pode assumir o papel de D’Alessandro no Internacional. Bobô também fez a diferença na vitória do Grêmio sobre o Novo Hamburgo por 1 x 0. No entanto, nenhum dos dois lidera o Gauchão. O Juventude ocupa a dianteira. O Grêmio é o terceiro e o Inter, quinto.

6. Prêmio Puskás nele
Kleber Gladiador lançou candidatura a sucessor de Wendell Lira ao marcar um golaço na vitória do Coritiba sobre o Operário. Uma pintura. Aliás, duas. Kleber marcou dois gols. São oito em cinco jogos no ano. Interessante o desabafo do atacante depois do show. “Mudou tudo. É bom às vezes você tomar umas pancadas para aprender. Lógico que algumas são injustas, até pela situação que foi no ano passado. Eu vim parado, estava sem jogar, fiz cirurgia e você começa a tentar buscar, no meio de uma competição tão difícil como é o Brasileiro, uma regularidade, uma melhora, e é complicado. E você sabe que torcedor muitas vezes não entende isso, ele quer os resultados. Então esse ano as coisas foram diferentes, a preparação, teve uma pré-temporada. É bom para aprender, ouvir algumas coisas e tentar melhorar para dar uma volta por cima”, disse.

7. Clássicos nordestinos
Emprestado pelo Flamengo ao Sport, Luiz Antônio desequilibrou ontem na vitória sobre o Santa Cruz ao abrir o placar para o Leão da Ilha. Túlio de Melo também fez a diferença na Ilha do Retiro. E olha que o Santinha saiu na frente com um gol de Grafite. Antes de sair de casa para o Fla-Flu, vi parte do animado empate por 1 x 1 entre CSA e CRB no Rei Pelé. Casa cheia.

8. Entrega, entrega…
Numa boa: entreguem a taça de campeão espanhol, alemão e francês, respectivamente, ao Barcelona, ao Bayern de Munique e ao Paris Saint-Germain. Não há como esses três clubes perderem os títulos nacionais. Perdeu a graça. Na Inglaterra, na Itália, em Portugal e na Holanda, sim, ainda temos campeonatos. Em tempo: a imagem do fim de semana no futebol internacional foi o árbitro de Bayer Leverkusen x Borussia Dortmund pelo Campeonato Alemão: Felix Zwayer expulsou de campo o técnico do Bayer, Roger Schmidt. No entanto, o treinador não aceitou se retirar. Zwayer solicitou ao capitão para convencer Schmidt a obedecê-lo. Não teve jeito. Para surpresa de todos, o juiz, então, resolveu se retirar e surpreendeu a todos. A partida ficou 10 minutos paralisada. O homem do apito avisou que a partida não continuaria enquanto o comandante do Bayer Leverkusen estivesse lá dentro.

9. Copa América Centenária
Pode me chamar de ranzinza, mas não vejo vida fácil para o Brasil na edição de aniversário dos 100 anos do torneio continental. Quem diz que a Seleção teve sorte no evento realizado ontem, nos Estados Unidos, precisa calçar as sandálias da humildade e deixar de ter memória curta. O Brasil não passou das quartas, repito, quartas de final em 2011 e em 2015. Eliminado duas vezes pelo Paraguai. O Equador é o líder isolado das Eliminatórias para a Copa de 2018. Inclusive com vitórias sobre a Argentina e o Uruguai. O Peru terminou as últimas duas edições entre os quatro melhores. O Haiti, que esteve na Copa do Mundo de 1974, enfrentou a Seleção pela última vez na ação humanitária do país castigado por terremotos. Numa boa: depois do 7 x 1 não duvido de mais nada e não acredito em grupo e muito menos adversários fracos. Pronto falei.

10. Terra nostra
Amedeo Mangone é um dos dois técnicos europeus que lideram campeonatos estaduais — o outro é Sergio Vieira, da Ferroviária, no Campeonato Paulista. O italiano manteve 100% de aproveitamento ao derrotar o Brasília por 1 x 0 no Bezerrão. Impecável a campanha alviverde até o momento. Tão impecável quanto a do Luziânia, líder do Candangão nos critérios de desempate. Impressionante o massacre do time do entorno por 4 x 0 sobre o Sobradinho. A derrota do Brasiliense por 2 x 0 para o Ceilândia deixou o Jacaré sem técnico. Everton Goiano pediu o boné. Luis Carlos Souza assume. O Atlético Taguatinga é a grande surpresa no G-8. Quinto colocado, o time que derrotou o Planaltina-GO por 2 x 0 na preliminar do Fla-Flu está na frente, por exemplo, do Brasília, decepção do Candangão até o momento.

Quarta rodada

Cruzeiro 1 x 2 Santa Maria
Brasiliense 0 x 2 Ceilândia
Luziânia 4 x 0 Sobradinho
Formosa 2 x 2 Paracatu
Gama 1 x 0 Brasília
Atlético Taguatinga 2 x 0 Planaltina-GO

Classificação

1. Luziânia, 12 pontos
2. Gama, 12
3. Ceilândia, 8
4. Brasiliense, 7
5. Atlético Taguatinga, 5
6. Brasília, 5
7. Santa Maria, 5
8. Sobradinho, 5
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9. Paracatu, 2
10. Formosa, 2
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11. Planaltina-GO, 1
12. Cruzeiro, 0

Artilheiro: Rafael Grampola (Gama), 5 gols