Guerrero Guerrero, o artilheiro dos gols decisivos na campanha do Flamengo. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

10 pitacos sobre futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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  1. Tá bom, mas não se irrite…

Um dos bordões do personagem Chaves casa bem com o desabafo de Cuca depois da vitória por 2 x 1 sobre o Coritiba. O técnico se aborreceu com as críticas à quantidade de gols de cabeça do Palmeiras, combateu o “Cucabol” e pediu respeito ao líder do Campeonato Brasileiro. Contra números, há poucos argumentos. Dos 47 gols alviverdes nesta Série A, 19 foram usando a cuca. Inclusive no triunfo diante do Coritiba que manteve o time paulista merecidamente um ponto à frente do Flamengo. Entendo a irritação de Cuca, mas, na minha humilde opinião, são muitos gols de cabeça, sim. Não é vergonha, Cuca, basta assumir, levantar a cabeça e continuar marcando gols assim usando as armas que seu elenco oferece. Partir para o confronto só vai ampliar o marketing negativo (para você) do “Cucabol”.

 

  1. É o maior prazer, vê-lo virar

A torcida do Flamengo anda trocando o trecho do hino mais popular do clube a cada vitória de virada na Copa Sul-Americana ou no Brasileirão. Foi assim diante do Figueirense na competição continental, contra o Vitória, no Barradão; e neste domingo na incrível reviravolta na partida contra o Cruzeiro. Para os supersticiosos que andam sentindo o cheiro do hepta, a virada sobre o Cruzeiro foi em sete minutos.  Paolo Guerrero tem incorporado Nunes, o João Danado, o Artilheiro das Decisões. Como em pontos corridos não há final, podemos dizer que o peruano tem feito gols decisivos, aqueles que desenrosca jogos que estão de rosca. Dos 5 gols dele neste Brasileirão, três garantiram empate ou vitória. A reação rubro-negra no fim do segundo tempo foi de time que quer demais o título. O Palmeiras que se cuide!

 

  1. Eu não tenho culpa, de comer quietinho…

O Atlético é o mineirinho daquele pagode de Alexandre Pires: no seu cantinho, bota pra quebrar neste Campeonato Brasileiro. Cumpriu o dever de casa ao derrotar o Internacional no Independência e conta os dias para receber o vice-líder Flamengo e o líder Palmeiras no Horto, em dois confrontos direitos para colocar um tempero na reta final da Série A. O Galo leva a vida bem do seu jeitinho — é de fazer, não é de falar.

 

  1. Ilhado

A derrota para o Sport, no Recife, deixou o Santos ancorado na terceira posição, a nove pontos do líder Palmeiras, a oito do vice Flamengo e a quatro do terceiro Atlético-MG. Ao que parece, o Peixe está na briga, sim, pela permanência no G-4. O Fluminense começa a aparecer no retrovisor. E o Atlético-PR também. Um perigo para quem ainda está envolvido com a Copa do Brasil. Basta lembrar que, em 2015, o Santos estava bem no Brasileirão e na Copa do Brasil. Priorizou a Copa do Brasil, perdeu o título para o Palmeiras, despencou na Série A e perdeu as duas chances de conquistar vaga para a Copa Libertadores da América.

 

  1. Fascina pela sua disciplina

A torcida já pediu até a cabeça dele, mas é impressionante o trabalho de Levir Culpi à frente do Fluminense. Quem diria que com esse elenco o tricolor estaria na briga pelo G-4? Está. Quem diria que seria capaz de vencer o Corinthians lá em Itaquera? Venceu! Poderia ter vencido duas seguidas não fosse a arbitragem nas oitavas de final da Copa do Brasil. Mal acostumado a viver no G-4, o Corinthians vai conhecendo a nova realidade e despencando na classificação.

 

  1. Eu (não) nasci, há 41 anos atrás…

Não sou de 1975, mas meus almanaques de futebol contam que quem saiu da barriga da mamãe naquele ano veio ao mundo na temporada em que Internacional e Cruzeiro decidiam título de Campeonato Brasileiro. Eles foram os protagonistas da final de 1975. E com timaços. Numa boa, os jogadores colorados e celestes do presente deveriam fazer uma busca no YouTube para conhecer um pouquinho da história dos dois clubes. É uma vergonha o que ambos estão fazendo com tamanha tradição. Estão a caminho de rebaixar dois times que jamais foram rebaixados. O Cruzeiro até teve raça contra o Flamengo. O Inter virou piada.

 

  1. Tira, bota, deixa ficar

À exceção do virtual campeão Vasco e do vice Atlético-GO, a briga pelo G-4 da Série B virou aquela brincadeira Escravos de Jó. Agora, é a vez de Avaí e Londrina ocuparem o terceiro e o quarto lugares, respectivamente, com 42 e 41 pontos. Mas olha quem vem atrás com 40 ou 39 pontos: Brasil-RS, Bahia, Criciúma, CRB, Ceará e Náutico. Vai ser duro até o fim.

 

  1. Canarinhos

Já cansei de dizer… Para mim, o goleiro titular da Seleção Brasileira deveria ser Diego Alves, do Valencia. Mas Dunga nem Tite pensam assim. Respeito. Neste fim de semana, meu goleiro preferido defendeu uma cobrança de pênalti na vitória do Valencia sobre o Leganés, por 2 x 1, chegou a 17 em 39 na história do Campeonato Espanhol e quebrou o recorde de um tal de Zubizarreta (17 em 102). No fim de semana, acompanhei três jogos da Premier League. Vou destacar o papel do Philippe Coutinho no triunfo do Liverpool. Jogando muito (e fazendo gol) o moleque. Dúvida cruel a de Tite entre Willian e Coutinho para o lado direito da Seleção.  Bela partida do Neymar (sem Messi) na goleada do Barcelona sobre o Gijón. Bacana a estreia de Gabigol no Campeonato Italiano. Entrou em campo. Sem mais.

 

  1. Tem que ter coragem

Aos poucos, a cidade de Manchester vai conhecendo Pep Guardiola e José Mourinho como eles são…  Pep Guardiola deu soco na mesa e disse que, com ele, Yaya Touré só volta a jogar quando o empresário do marfinense, que andava tocando o terror revoltadinho com a barração de seu cliente, pedir desculpas ao clube. Sem Yaya, o City lidera a Premier League com 100% de aproveitamento. E o Mourinho? Tem que ser macho para mandar o ídolo do clube para o banco de reservas, reinventar o time depois de perder em casa para o arquirrival City e golear o atual campeão inglês, Leicester City, por 4 x 1: 4 x 0 só no primeiro tempo.

 

  1. Leitura obrigatória

Como as meninas do Cresspom só jogam nesta quarta-feira, às 15h, no Abadião, na partida de volta pelas quartas de final da Copa do Brasil de futebol feminino, minha dica de leitura sobre futebol candango é a matéria do amigo Vítor de Moraes na edição impressa desta segunda-feira do Correio Braziliense sobre o perrengue dos três maiores campeões de futebol masculino da cidade — Gama, Brasília e Brasiliense. Fica facinho de entender por que o futebol candango merece, no máximo, a quarta divisão, e não tem nenhum time em atividade nas quatro divisões do futebol nacional a três meses do fim da temporada. Fica a dica.