Vasco Vasco, um dos três campeões invictos no fim de semana. Foto: Paulo Fernandes/Vasco

10 pitacos sobre futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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  1. Aprecie com moderação

Dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2016, sete foram campeões estaduais neste domingo: América-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Internacional, Santa Cruz, Santos e Vitória. Na era dos pontos corridos, apenas Cruzeiro (2003 e 2014), Flamengo (2009) e Fluminense (2012) conseguiram conquistar os dois títulos na mesma temporada. Portanto, parabéns pela festa, mas aí vai um conselho: não se iluda, aprecie com moderação.

 

  1. Tua fama assim se fez

Brilhante a campanha do Vasco, que se tornou neste domingo, como mostrou no sábado a matéria do colega Vitor Gammaro no Correio Braziliense, o primeiro time dos 12 grandes do país campeão estadual sem figurar na Série A do Campeonato Brasileiro. Bicampeão carioca com todos os méritos. Belíssimo trabalho do técnico Jorginho. Lembro da última entrevista que fiz com ele, pouco antes de receber o convite do Vasco. Jorginho me disse que, para a carreira decolar, só faltava um título. Ele lembrava que havia feito bons trabalhos no América-RJ, na Ponte Preta e no Goiás, mas faltava um troféu. A taça chegou. E Jorginho fez a melhor escolha ao preferir ficar no Vasco a assumir o Cruzeiro. Jorginho tem tudo, tudo mesmo, para conquistar a Série B da mesma forma como embolsou o Estadual: de forma invicta. Parabéns ao Botafogo e a Ricardo Gomes pelo belíssimo trabalho. O treinador deve acertar com o Cruzeiro. Se for para Toca da Raposa, vai fazer muita falta ao alvinegro no Brasileirão.

 

  1. Que o Santos se dê o respeito na CBF

O Santos é campeão paulista pela sétima vez desde 2006, mas não conquista a Série A há 11 anos. Nem na era Neymar o título rolou. Não adianta nada formar um time competitivo e dizer amém aos excessos da CBF. Com todo o respeito ao Dunga: é muita sacanagem tirar por um mês Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabigol para a Copa América Centenário. Dorival Júnior tem um esquema tático totalmente dependente desses jogadores. Quando o Peixe estiver caindo pelas tabelas no Brasileirão, não adianta dizer que o time está sentindo falta do trio. A torcida não dará bola. Portanto, o Santos deveria agir como o Barcelona no caso de Neymar. Dizer a Dunga para escolher apenas um dos três. Se a CBF baixou a cabeça para o Barcelona, deveria respeitar mais ainda quem lhe abasteceu com Pelé, Robinho e Neymar. O Santos não ganhou nenhum Brasileiro na era Neymar porque baixou a cabeça e cedia seus craque à CBF sempre. O Santos alcançou o Palmeiras em número de títulos e ultrapassou o São Paulo.  Quanto ao Audax Osasco, acho uma pena que um time que se propõe a jogar tenha perdido o título para um time que se propõe a contra-atacar. Um terço dos gols do time do Dorival Júnior nascem em contragolpes. O time é competitivo, mas o repertório do Dorival Júnior é pobre.

 

  1. Mais um coelho da cartola

Sou muito fã do ranzinza Givanildo Oliveira. Como era mal humorado em 2009 na passagem pelo Brasiliense. Mas o pernambucano de 67 anos é um senhor treinador. O cara tirou o América-MG de uma fila de 15 anos. Em cima do Atlético-MG, aquela que tem, hoje, o melhor elenco do país. Há quem enxergue apenas os títulos estaduais do Givanildo. Mas vou lembrar aqui uma outra conquista importantíssima da carreira dele. Lembram da extinta Copa dos Campeões de 2002? Ele era o técnico do Paysandu na conquista em cima do Cruzeiro.

 

  1. Não me engana mais

Meus parabéns ao Internacional pelo sexto título gaúcho consecutivo, mas o título não vai me induzir novamente ao erro. Alguns colegas me ligam ano após ano antes do início do Campeonato Brasileiro pedindo para apontar o favorito ao título brasileiro. Por duas vezes apostei as minhas fichas no Internacional e me dei mal. Nos últimos anos, não há um time mais propaganda enganosa do que o Internacional em Campeonato Brasileiro. Com todo o respeito aos colorados, mas é fato. Esse não me engana mais. Se encerrar o jejum que vem desde 1979 no Brasileirão que começa no próximo fim de semana, vou aplaudir de pé. Prefiro esperar. Comovente a solidão do goleiro Alisson no gramado do Beira-Rio na despedida ao Inter. Lembrou Zubizarreta após a queda da Espanha na primeira fase da Copa de 1998. O espanhol também ficou sozinho ao pé da trave em sua última participação no Mundial. Boa sorte na Roma, Alisson! Todo sucesso do mundo na Europa.

 

  1. Tríplice coroa

O Santa Cruz ganhou a Copa do Nordeste e o Campeonato Pernambucano. Agora, é hora de colocar os pés no chão e conquistar a tríplice coroa, ou seja, a permanência na primeira divisão do Brasileirão. Ou o torcedor colorado acredita em título? Se repetir o quarto lugar de 1969 e 1975 pode soltar fogos, porque vai ter gosto de título. E vaga para a Libertadores de 2017.

 

  1. Cada um no seu cada um

Parabéns ao Luziânia, um dos três campeões estaduais invictos do país, ao lado do Vasco e do Paysandu. Isso dito, aí vai a minha opinião: acho um absurdo Luziânia, Formosa e Paracatu disputarem o Campeonato Candango. Um absurdo. Bom, mesmo, seria cada “macaco no seu galho”. Luziânia e Formosa no Goiano e o Paracatu no Mineiro. Ponto. Quanto ao título do Luziânia, não chega a ser surpresa. Na pré-temporada do Candangão, alertei em um dos posts para o baixíssimo nível técnico dos times que disputariam o torneio local. Motivo: a quantidade de derrotas em amistosos para vizinhos goianos como Anápolis, Aparecidense, Vila Nova, Atlético-GO… Simplesmente uma vergonha. E um dirigente ainda ficou bravo comigo quando alertei para o excesso de derrotas para os goianos. Quem foi campeão? Um goiano!

 

  1. Duas finais em 24 horas

Pode isso, Arnaldo? O árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva conseguiu a proeza de apitar duas finais de Estadual em menos de 24 horas. No sábado, às 18h, arbitrou a decisão do Pará, que deu o título ao Paysandu. De Belém, embarcou às pressas para Maceió a fim de apitar a decisão do Alagoano, entre CSA e CRB. Vinte horas depois ele estava em campo de novo depois de 4h30 de viagem. O pior é que a final terminou mal. Não por culpa de Dewson, mas devido às cenas de violência protagonizadas por torcedores dentro do gramado e nas arquibancadas depois da conquista do 29º título do CRB em cima do CSA.

 

  1. Antes de falar de encerrar com futebol internacional…

Meus parabéns aos 18 campeões estaduais neste fim de semana…

Alagoano: CRB

Baiano: Vitória

Brasiliense: Luziânia

Capixaba: Desportiva

Carioca: Vasco

Catarinense: Chapecoense

Cearense: Fortaleza

Gaúcho: Internacional

Goiano: Goiás

Mato-grossense: Luverdense

Mineiro: América

Paraense: Paysandu

Paranaense: Atlético

Paulista: Santos

Pernambucano: Santa Cruz

Potiguar: ABC

Sergipano: Sergipe

Sul-mato-grossense: Sete de Setembro

 

  1. Foi tri, mas fracassou

Pep Guardiola deu ao Bayern de Munique três títulos alemães que um treinador minimamente capacitado ganharia à frente do belo elenco do time bávaro. O fora de série Guardiola foi contratado pelo clube por dois motivos: revolucionar a mentalidade do clube e, principalmente, conquistar a Liga dos Campeões. O legado do catalão é questionado pela cúpula do Bayern. Principalmente porque ele foi incapaz de fazer o que seu antecessor, Jupp Heynckes conseguiu: o título europeu. Pep Guardiola não deu conta. Para o ego dele, valia muito mais uma Champions League do que três Campeonatos Alemães, uma Copa da Alemanha, uma Supercopa da Uefa e um Mundial de Clubes. Por isso, para mim, Guardiola fracassou, sim. O Manchester City será um belo desafio. E contra técnicos à sua altura na competitiva — muito mais do que o Alemão — Premier League. No Inglês, linda festa do Leicester. Para mim, a história do ano até agora, ao lado do Prêmio Puskás de Wendell Lira. No Espanhol, só a última rodada apontará o campeão. Título nas mãos do Barcelona.