Atletico Ribamar fez o gol do Atlético-PR sobre o Vasco no jogo que encerrou a rodada. Foto: Fabio Wosniak/CAP

10 pitacos do fim de semana sobre futebol candango, brasileiro e internacional

Publicado em Esporte
  1. Lá se vão 31 anos! E contando…

O Brasil não emplaca um árbitro na final da Copa do Mundo desde a decisão entre Argentina e Alemanha na Copa do Mundo de 1986. Amigos, faz 31 anos! Não conseguimos ter um juiz na final nem mesmo na Copa de 2014, um Mundial disputado dentro da nossa casa. O italiano Nicola Rizzoli mediou a o tetra da Alemanha no Maracanã. É no mínimo para refletir. A julgar pela coleção de lambanças nesta temporada — e aí incluo estaduais, regionais, competições nacionais… —, nós vamos continuar lembrando de Arnaldo Cezar Coelho na decisão da Copa de 1982 e de Romualdo Arppi Filho na finalíssima de 1986 durante muito tempo. Vale lembrar que a Fifa não selecionou nenhum homem de preto brasileiro para apitar na Copa das Confederações da Rússia neste ano. Vale lembrar também que a Seleção Brasileira não participou. Haveria neutralidade.

A 17ª rodada foi uma lástima. Erro grave do bandeira contra o Corinthians no empate por 1 x 1 com o Flamengo.  Pênaltis não marcados para Coritiba e Vitória. Gol mal anulado do Atlético-MG. Arbitragem confusa em um duelo cheio de catimba entre Grêmio e Santos. É muita arbitragem ruim em uma só rodada. O erro no gol de Jô é algo pavoroso. Sem mais.

 

  1. Confira comigo no replay…

Impressionante a capacidade do Flamengo para sofrer gols repetidos. No ano passado, as falhas eram em jogadas de bola aérea. Lembram? Em 2017, as bolas enfiadas em diagonal ou pelo meio, entre o lateral e o zagueiro, explorando uma defesa que se posiciona em linha — como no gol válido de Jô — virou moda. Ao menos um gol sofrido foi assim contra Cruzeiro, Palmeiras, Coritiba, Santos e o Corinthians. Se a culpa não é do Zé Ricardo, seria de quem?

 

  1. Meio título

Escrevi aqui na semana passada e repito: na era dos pontos corridos, apenas três campeões do primeiro turno não terminaram com a taça nas mãos: Grêmio (2008), Internacional (2009) e Atlético-MG (2012). São Paulo, Flamengo e Fluminense deram a volta olímpica, respectivamente. Não é impossível, mas é pouco provável o Corinthians perder o título. O excelente time de Fabio Carille precisa fazer muito esforço para reabrir o campeonato. O Corinthians é tetracampeão de inverno. Também levou o título simbólico em 2005, 2011, 2015 e 2017. O Timão foi campeão todas as vezes em que virou o turno na frente. Apesar da belíssima campanha, é bom o Timão ficar de olhos abertos no arquirrival Palmeiras. Apesar da crise na saída de Felipe Melo, o time de Cuca vem crescendo, subiu uma posição e vai virar o turno com espírito de porco para estragar a festa alvinegra. O aproveitamento alviverde no Allianz Parque (79,2%) é melhor até que o do Corinthians em Itaquera (77,8%). Isso pode fazer a diferença lá na frente. Por sinal, o Palmeiras foi o único mandante que venceu na rodada.

 

  1. A falta que São Januário faz

O Vasco jamais perdeu para o Atlético-PR em São Januário, onde deveria ter sido realizada a partida desta segunda-feira. Com a punição do STJD, o confronto foi para Volta Redonda. O que aconteceu? Derrota cruz-maltina por 1 x 0. Boa parte da culpa é dos vândalos que conseguiram tirar o Vasco da casa própria na rebelião após a derrota para o Flamengo. Aí vai um dado para os valentões que prejudicaram o clube: em São Januário, o Vasco tem 71,4% de aproveitamento. No Nilton Santos e no Raulino de Oliveira, 16,7%. Parabéns aos envolvidos.

 

  1. A farra das estreias

Fala sério! Pode um campeonato ter 14 estreantes na mesma rodada? Acredite se quiser: rolou isso neste fim de semana segundo dados do amigo Rodolfo Rodrigues, da Placar. É simplesmente um absurdo. Alguns debutantes foram decisivos. Quero destacar Hernanes. O profeta desembarcou no Brasil bancando que o tricolor paulista não será rebaixado para a segunda divisão. Falou e fez a sua parte. Balançou a rede na virada espetacular por 4 x 3 sobre o Botafogo, no Nilton Santos. A farra das estreias só vai acabar quando a CBF unificar o calendário do futebol brasileiro ao europeu. Não há saída. Os times do Brasileirão são uma metamorfose ambulante.

 

  1. Ultrapassamos a Europa

Com a demissão de Jorginho do Bahia, o Brasileirão tem 14 trocas de técnico em 17 rodadas. Pronto. Mais do que qualquer uma das principais ligas nacionais da Europa na temporada passada. O recorde por lá era dos campeonatos Espanhol e Italiano. Conseguimos ultrapassá-los em menos de um turno. Algo precisa ser feito para combater essa péssima cultura do futebol brasileiro.

Anota aí

Trocas de técnico nas 5 principais ligas da Europa em 2017/2018

Campeonato Italiano: 12

Campeonato Espanhol: 12

Campeonato Alemão: 9

Campeonato Francês: 7

Campeonato Inglês: 6

 

  1. Sorte do Guto…

A rodada da Série B foi na medida para o técnico Guto Ferreira recolocar o Internacional na zona de classificação para o acesso à primeira divisão e para ganhar sobrevida no cargo de técnico colorado. O quarto lugar ainda é uma vergonha se levarmos em conta o preço do elenco mais caro da Série B, mas, no fim das contas, a torcida colorada quer mesmo é colecionar pontos e voltar rapidinho para a elite. O América-MG continua de vento em popa na liderança; e o Vila Nova e o Guarani continuam se superando. Vamos ver até quando.

 

  1. Cadê os nordestinos?

Uma triste constatação: não há clube nordestino no G-4 da Série B. Em compensação, eles dominam a classificação da Série C. CSA, Fortaleza e Sampaio Corrêa comandam o Grupo A. No B, seguidos por um clube da Região Norte, o Remo. Vale ponderar que os nordestinos são maioria na chave. No Grupo B, o domínio de mineiros e paulistas. Botafogo-SP e São Bento representando São Paulo; Tupi e Tombense por Minas Gerais.

 

  1. Sabe o Romarinho, Ceilândia?

Dispensado pelo Ceilândia por ter assinado um pré-contrato com o Brasiliense, Romarinho segue fazendo a diferença. Foi dele o passe para o gol de Guilherme na vitória da Portuguesa sobre o Taubaté na sexta-feira, pela Copa Paulista. Foi a estreia de Romarinho na Lusa. No mesmo dia, o Ceilândia era eliminado pelo América na Arena das Dunas nas oitavas de final da Série D. Numa boa. A diretoria do Ceilândia deveria ter deixado para dispensar o Romarinho depois a Série D. A trapalhada tem seu preço. Nosso repórter Victor Gammaro mostrou em uma matéria que o Distrito Federal é uma das seis unidades federativas que não tem mais representantes em nenhuma das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Sinal de que está tudo certo no futebol da capital do país… Quanto aos classificados para as quartas de final da Série D, três clubes estão a dois jogos de disputar a Série C pela primeira vez na vida em 2018: Juazeirense, URT e Globo. Sim, o futebol candango tem times piores do que Juazeirense, URT, Globo, Atlético do Acre…

Quartas de final

Juazeirense x América-RN

URT x Globo

Maranhão x Operário-PR

São José x Atlético-AC

 

  1. Vai ser pé quente lá na França…

Impressionante o tal do Daniel Alves. Mal vestiu a camisa do Paris Saint-Germain e já ganhou título. O Paris Saint-Germain derrotou o Monaco lá em Marrocos, na final da Supercopa da França. O lateral-direito do PSG e da Seleção Brasileira chegou a 35 títulos na carreira, igualando o recorde do escocês Kenny Dalglish e do galês Ryan Giggs. Tem que respeitar o baiano de Juazeiro. Vai ser pé quente lá no Paris Saint-Germain…