124216102SZ Crônicas saxônicas: o destino é tudo

Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell

Publicado em Literatura

O destino é tudo

Todo mundo tem aquela coisa querida que é mencionada na primeira oportunidade, ou fora dela. Todo mundo é o chato de alguma coisa. Eu sou a chata de Crônicas saxônicas. Se conversarmos por mais de alguns minutos, você provavelmente vai saber que eu amo essa série. E, como todo bom pregador, vim aqui hoje falar com você sobre a minha fé.

Crônicas saxônicas é uma série, não concluída (ainda bem), que já conta com dez livros, nove deles traduzidos. Eu sei, DEZ livros. Eu tenho preguiça de coisas intermináveis e essa é a única série literária que li até hoje. Um livro de mais de seiscentas páginas eu acho ok, mas três de duzentas? Ah nem…

Tem história para tanto livro? Tem. Sabe aquela série que já teve dez temporadas e você ainda acompanha? É muitas vezes mais do mesmo, mas é exatamente essa a graça da coisa. Teve um momento que uma mudança de perspectiva se insinuou na trama e eu quase tive um infarto.

A história acompanha a vida de Uhtred, de Nortúmbria, um reino no norte da Inglaterra antes de existir Inglaterra. Isso mesmo, o pano de fundo histórico são as invasões nórdicas e a formação da Inglaterra. É ficção histórica no seu melhor. Uhtred pode ser fictício, mas tudo o que acontece ao seu redor não é. Os livros são povoados por personagens históricos. E a maneira como Cornwell consegue tecer fatos com história é simplesmente genial. Ele possui a primazia no meu panteão literário (com menção honrosa a Neil Gaiman).

Eu queria levar o Uhtred para casa

Na verdade, não. Mas fica a força da afirmação. Uhtred é um guerreiro. Por causa disso, você tem as mais deliciosas descriçōes de batalhas, espadas, lanças, escudos, paredes de escudos, emboscadas, combates corpo a corpo, o que seu coração desejar. É como Vikings em texto (eu sou a louca de Vikings também).

Vou falar sobre mais duas coisas que acho importante sobre os livros:

  1. Sensação de realidade: Gosto de ficção fantástica. Dois excelentes exemplos são Tolkien e Gaiman. Mas você está o tempo todo consciente do fictício. Isso não é ruim, e muitas pessoas até preferem, mas eu acho mais emocionante quando a história que estou lendo poderia ter acontecido. Acho a realidade, ou a pretensão de realidade, mais interessante. Mesma coisa com ficção científica: quanto menos ficção e mais ciência, mais legal para mim (como Interestelar, tirando aquela coisa meio riponga de que o amor levou eles até lá. Mas isso é outra história). Então, se você gosta das coisas mais realistas, vai gostar bastante do Cornwell.
  2. Riqueza de conteúdo: O conhecimento de Cornwell é surreal. Não apenas do aspecto já mencionado (guerra), mas também cultural. A maneira como ele expõe as duas visōes de mundo (saxōes e nórdicos) e o confronto não só de armas, mas de religiões, valores e costumes é bem construído.

Eu poderia falar de muita coisa boa sobre esse livro. Mas aqui é a internet, e você certamente já está desfocando para outro assunto. Por isso, está na hora do apelo: dê seu coração a Cornwell!

 

Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell – Editora Record

 

O Último Reino (Vol. 1)

O Cavaleiro da Morte (Vol. 2)

Os Senhores do Norte (Vol. 3)

A Canção da Espada (Vol. 4)

Terra em Chamas (Vol. 5)

Morte dos Reis (Vol. 6)

O Guerreiro Pagão (Vol.7)

O Trono vazio (Vol. 8)

Guerreiros da Tempestade (Vol. 9)

 

Texto escrito por:

DnTereza

 

Dona Tereza –

  “Saia do meu gramado!”

@dnatereza