Vice de Alckmin não será do DEM

Publicado em coluna Brasília-DF

Aos poucos, os nove partidos que compõem a aliança do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, vão afunilando a escolha do vice. Ficou definido, por exemplo, que o Democrata não indicará o nome para compor a chapa para dar espaço a outros partidos. É que o DEM ocupa a Presidência da Câmara com Rodrigo Maia que, de acordo com o regimento da Casa, pode disputar a reeleição. E, em relação à distribuição de poder, em caso de vitória de Alckmin, um presidente da Câmara tem muito mais influência do que um vice-presidente da República. Portanto, o DEM está fora.

Até aqui, têm mais chances de emplacar um nome para vice de Alckmin o Solidariedade e o PP de Ciro Nogueira, nesta ordem. Quanto a nomes, de Aldo Rebelo (SD) à senadora Ana Amélia Lemos, há de tudo um pouco.

Isonomia no cárcere
Desde a liminar em que o desembargador Ney Bello autorizou a condução de Luiz Estevão sem algemas, os agentes penitenciários estão com dificuldades. Já teve detento que ameaçou criar problemas, se não tiver os mesmos benefícios do empresário. “Vocês dão muita colher de chá para o Luiz Estevão e nada para nós”. Teve gente que recebeu isso como um aviso.

PT e o funil
O ex-governador Jaques Wagner já foi homologado candidato ao Senado pelo PT da Bahia. Logo, dizem alguns, está fora da lista de potenciais substitutos de Lula se o ex-presidente não conseguir registrar a candidatura.

PT e o tempo
Internamente, muitos têm certeza de que o Tribunal Superior Eleitoral não vai homologar a candidatura do ex-presidente. E há quem diga que, em 20 de setembro, último dia para a troca, de acordo com a lei eleitoral, restará um período muito curto para que o eleitor tenha conhecimento do substituto. O comando partidário, entretanto, não quer discutir isso. A ordem é viver cada dia a sua aflição. E a da hora é conseguir criar um movimento em prol da presença de Lula na eleição.

Resumo da ópera
A tendência do PSB é terminar apenas delimitando o campo das esquerdas para seus filiados, sem fechar o apoio a nenhum dos presidenciáveis. Até domingo, a pressão do PT por essa solução será grande. Os petistas sabem que não terão o apoio fechado do PSB.

Ninguém desistiu de buscar aliados
Candidato a presidente da República pelo Podemos, o senador Álvaro Dias conversará hoje com o PSC, que já homologou a candidatura de Paulo Rabelo de Castro. Se der certo, Paulo Rabelo será candidato a vice na chapa do senador, dando musculatura à campanha do Podemos e mais dor de cabeça para Geraldo Alckmin no centro-sul do país. O tucano até aqui encorpou, mas não decolou. Aliás, tirando Lula e Bolsonaro, ninguém empolgou nesse período de pré-campanha.

Prática costumeira em Brasília/
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi para a reunião dos partidos no carro oficial do Senado.
É, pois é.

Compadres/ O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (foto), hospedou o deputado Rodrigo Maia, em Miami, no recesso. Explica-se: Maia precisou sair do país porque, se ficasse, teria que assumir a Presidência da República durante a viagem de Michel Temer à África do Sul.

Faz sentido/ Já tem gente pensando em mudar a lei e desobrigar os presidentes da Câmara e do Senado a deixarem o país quando não puderem assumir a Presidência. É que, pela lei eleitoral, se Maia assume o cargo de presidente da República, não pode concorrer a outros postos.

Dia D/ Com todos de volta, o dia será de intensas reuniões, hoje, em Brasília, para a definição de alianças e vices. Está todo mundo conversando com todo mundo. Agosto, o mês da bruxa solta na política, promete.

Ari Cunha/ Admiração e saudade