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Tragédia em Suzano reacenderá debate sobre venda de armas

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Nos Estados Unidos, todos os tiroteios, em escolas, shows, cinemas, reacendem o debate sobre a venda de armas. Aqui, não será diferente. Já tem deputado pensando em sustar parte da proposta do governo sobre a venda de armas e colocar esse tema na “geladeira”, diante da tragédia do colégio em Suzano. É o recado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por exemplo, mais claro impossível, ao dizer que o dever da segurança pública cabe ao Estado.

Pelo andar da carruagem, caso o governo insista nesse assunto, só contará mesmo com a “bancada da bala”, se esse tema for colocado em pauta diante da comoção que tomou conta do país desde ontem pela manhã, com as notícias do massacre na escola paulista.

Chamou?

Não? Então, espera sentado. O DEM reuniu sua Executiva ontem e fechou que só anunciará um apoio formal ao governo quando o presidente Jair Bolsonaro pedir. Até aqui, todos os ministérios do partido foram obra de Onyx Lorenzoni e das bancadas temáticas, sem a menor consulta às instâncias do partido. Se continuar nessa batida, não haverá o “sim” institucional por parte do Democratas.

Idade mínima, único consenso

O alerta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que se a reforma for desidratada estará condenando futuras gerações ao não recebimento de aposentadorias, ainda não surtiu o menor efeito entre os congressistas. Líderes partidários são praticamente unânimes em afirmar que o único ponto pacífico do texto é a idade mínima para aposentadorias. E apenas urbanas.

É melhor já ir se acostumando

Quanto à aposentadoria dos trabalhadores rurais, a regra de transição e a ideia de desconstitucionalizar o tema para futuras mudanças não contam com o apoio fechado de nenhuma bancada. Isso, somado à falta de uma base de governo ampla, indica que o texto será desidratado.

Por falar em rurais…

A ideia das oposições é cerrar fileiras em defesa de não promover alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) pago a idosos carentes nem nas aposentadorias rurais. A ordem é aproveitar esses temas para se colocarem na defesa dos mais pobres.

Se abrir uma vaga…

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit). É por aí que moram os objetos dos desejos dos parlamentares em relação a cargos no governo.

Melhor de três / Conforme o blog registrou, o embaixador Pedro Henrique Borio, cônsul em San Francisco, entrou na lista dos indicados para a Embaixada do Brasil em Washington. Começa a ganhar apoio nas bancadas. Estão no páreo Murillo de Aragão, que tem a simpatia de investidores, e o diplomata Nestor Forster, o preferido do chanceler Ernesto Araújo.

Acordo não sai / Ao chamar Gleisi Hoffmann de chefe de organização criminosa na entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) afastou de vez seu partido do PT.

Por falar em divisão das esquerdas… / A relação entre os partidos está um pandemônio, a começar pela ausência de consenso entre a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e o líder da oposição, Alessandro Molon (foto, PSB-RJ).

Juíza de futebol / A deputada Carla Zambeli (PSL-SP) inovou, ontem, ao presidir a sessão solene da Câmara: incomodada com o burburinho enquanto um orador estava na tribuna, ela levou os dedos à boca e soltou um assovio bem alto. A turma do futebol brincou: “Pode ser a juíza da nossa pelada!”

Suzano, 13 de março, e outras datas / O que está acontecendo com nossa sociedade? Candidato a presidente esfaqueado em plena campanha, vereadora assassinada, estudantes massacrados. Vale refletir. Aos familiares das vítimas, nossa solidariedade.