Poder petista diluído

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A primeira atitude do presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), será criar hoje quatro sub-relatorias para auxiliar o trabalho do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ):

1) Superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil;

2) Constituição de empresas subsidiárias e de propósito específico pela Petrobras a fim de praticar atos ilícitos;

3) Superfaturamento e gestão temerária na construção de plataformas e navios; e

4) Irregularidades na Sete Brasil, venda de ativos da Petrobras na África e recuperação de ativos.

O PT não queria saber das sub-relatorias. Preferia ver Luiz Sérgio como senhor absoluto dos resultados. Agora, terá que compartilhar esse trabalho com o PSDB e com quem mais chegar. Em tempo: PT e PMDB já estão contemplados. Portanto, a tendência é colocar esses quatro cargos à disposição dos outros partidos, seguindo a mesma ordem de blocos usada para compor a Mesa Diretora.

Efeito colateral

Toda a legislação que facilitou a delação premiada usada por Sérgio Moro é resultante do pacote de junho de 2013, quando Renan Calheiros, para sair da pressão das ruas e do “fora Renan”, fez tramitar em tempo recorde o pacote anticorrupção. O plano inicial era analisar os projetos a conta-gotas.

Dilma em reprise…

A retomada do diálogo da presidente Dilma com a base aliada repete o mesmo remédio que ela usou em 2013, depois das manifestações de junho. Deu certo. O problema, avisam alguns líderes, é que a comandante só pensa em fazer política na hora do aperto.

… Renan em avant-première

O presidente do Senado, Renan Calheiros, por sua vez, está mais voltado para si mesmo e não para o conjunto do governo. “Ele vem da terra de Murici, onde fala mais alto o cada um por si. Sabe jogar e vai jogar”, avisam seus amigos.

Barrado no Planalto

O fotógrafo Ueslei Marcelino, da Reuters, teve a credencial de acesso ao Palácio do Planalto suspensa por causa de uma discussão com um dos assessores da Secretaria de Imprensa do Planalto (SIP). Para impedir que ele entrasse no prédio, estamparam uma foto do profissional de todo o tamanho na recepção com a expressão “Proibido”. A última cassação/suspensão de credencial palaciana havia ocorrido no período da ditadura militar.

Recordista/ O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (foto) é quem tem mais pedidos de convocação e quebra de sigilo na CPI. São mais de 60.

Mensalão, o retorno/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) colocou Marcos Valério como um personagem a ser chamado a depor na CPI da Petrobras.

Cid na berlinda/ Os deputados deram o troco geral ao ministro da Educação, Cid Gomes,

que se referiu aos parlamentares como “400, 300 achacadores” em entrevista ao jornalista Josias de Souza. Falavam em voz alta para quem quisesse ouvir: “Ele leva a sogra para a Europa de jatinho e os achacadores somos nós?”

Vingança maligna/ Em conversas reservadas, alguns políticos comentavam na noite de terça-feira, a fatídica noite do listão do procurador-geral, Rodrigo Janot: “Qual o troco que vamos dar no Janot?”