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Para desvincular de Dilma, governo vai mudar nome do Minha Casa, Minha Vida

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Depois das mudanças no Bolsa Família, outro programa do governo que sofrerá alterações é o Minha Casa, Minha Vida. Inclusive no nome. A ordem é extirpar do poder público os dois emblemas das administrações petistas. Em todas as pesquisas internas, esses programas são apontados como obras do PT. O Minha Casa, Minha Vida chegou, inclusive, a ser chamado de “Minha Casa, minha Dilma”, no tempo da campanha do ex-presidente.

Esse tema da reformulação dos dois programas será tratado hoje no conselho de ministros. Na avaliação do governo, a troca dos nomes ajudará os aliados do presidente Bolsonaro na disputa pelas prefeituras. Embora o PT não esteja mais no poder, ambos funcionam como um outdoor petista, pelo menos na visão de alguns governistas.

Na corda bamba

O cancelamento da visita do presidente Jair Bolsonaro à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) deixou muita gente com a certeza de que um bocado de coisas vai mudar por ali num futuro próximo.

Governo engessado

Os ministros do governo não têm muito o que comemorar em relação ao Orçamento — o primeiro elaborado pela equipe do presidente Jair Bolsonaro. É que o Congresso atrelou praticamente toda a parte de investimento à execução das emendas. Logo, não sobrará muito para as prioridades governamentais.

Só na conversa

A maneira de tentar garantir a destinação de recursos às prioridades governamentais é abrir o diálogo com os congressistas no sentido de convencê-los a canalizar parte das emendas aos projetos do Executivo. Até aqui, esse diálogo tem deixado a desejar.

Eles têm a força

Dois ministros costumam conseguir do parlamento tudo o que querem: Tereza Cristina, da Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Como ambos já foram deputados, conhecem as manhas do Congresso. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que já foi consultor, também está nesse grupo.

Ele é assim e ponto/ De nada adianta os políticos fazerem “cara feia” para o fato de o presidente Jair Bolsonaro sancionar o Fundo Eleitoral, mas criticar quem recorrer a esse dinheiro para campanha. A resposta dos mais chegados ao presidente é a de que ele não vai mudar para agradar A, B ou C. Ainda que seja parlamentar.

Eles são assim e ponto/ Da mesma forma que o presidente não pretende mudar nesse quesito, os parlamentares seguirão a velha tática: fingir que está tudo bem e, na primeira oportunidade, dar o troco a Bolsonaro.

Quem desdenha…/ Em conversas reservadas, os petistas têm dito que, se o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, não fosse de um partido pequeno e de um estado que não tem densidade eleitoral, seria o candidato do PT a presidente da República. Em outras palavras, ao colocar dificuldades, petistas indicam que não querem apoiá-lo. Dino só sai candidato pelo PT se Lula forçar a porta do próprio partido.

No embalo do Oscar/ Os partidos de esquerda querem aproveitar indicação do filme Democracia em Vertigem à estatueta de melhor documentário para tentar mostrar ao mundo que a democracia brasileira corre sério risco no governo Bolsonaro.