Eleitor começa a migrar para o voto útil

Publicado em coluna Brasília-DF

O movimento que geralmente ocorre a poucos dias da eleição, desta vez, parece mais acelerado e, pelo andar da carruagem, aponta para transformar Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) em maiores apostas para as próximas semanas. Em São Paulo — onde o Ibope mostrou Alckmin e Ciro em ascensão, enquanto Jair Bolsonaro subiu apenas um ponto, de 22% para 23% —, há quem assegure que já está em curso a migração: o eleitor tem deixado de lado seu candidato preferido para apostar em alguém com capacidade de derrotar quem ele mais rejeita.

No quartel-general bolsonarista, a subida do candidato nas pesquisas em todo o país, depois do atentado, era considerada fava contada. Porém, não se esperava tão pouco em São Paulo. Por isso, há quem esteja disposto a mudar a imagem do postulante ao Planalto, tornando-o mais “paz e amor”. E, conforme a coluna publicou em primeira mão na quarta-feira, os apoiadores do candidato do PSL vão pregar ainda o voto branco e o nulo, a fim de reduzir a quantidade de votos válidos e tentar assegurar a vitória logo na primeira rodada. Pesquisa não decide eleição, mas dita movimentos. E, enquanto uns seguem para o voto útil, outros pregam o nulo e o branco.

Queda de braço no PT I
Fernando Haddad foi a Curitiba, ontem, certo de que, à noite, ele e Manuela D’Ávila estariam num ato em São Paulo prontos para virarem a chapa de Lula. O novo parecer do escritório das Nações Unidas jogou um balde de água fria.

Queda de braço no PT II
Os sinais ontem eram os de que um grupo do partido ainda pretende jogar no sentido de manter a pressão para que o ministro Celso de Mello libere a candidatura, ainda que seja por liminar, até que o STF julgue o mérito. Porém, essa ala perde força diariamente. O PT não quer passar as próximas semanas, cruciais da campanha, nessa novela, ainda mais depois que Haddad cresceu na pesquisa do Datafolha.

O que eles temem
Bastou o presidente Michel Temer passar a atacar os candidatos a presidente da República para que, em menos de uma semana, voltassem as notícias sobre pagamento de propina. Desta vez, com direito a áudios que o delator apresentou para mostrar que combinava horários de pagamento com o coronel Lima, fiel aliado de Temer.

Calendário
O prazo de 15 dias solicitado pela Polícia Federal para conclusão do inquérito em que o presidente
é citado foi visto como mais um agravante para o candidato do MDB, Henrique Meirelles. É que, embora o ex-ministro da Fazenda não tenha a ver com o caso, o partido segue na roda das notícias negativas.

Sem boca livre I/ As autoridades em Brasília começam a se adequar aos novos tempos de orçamentos mais modestos. Os convidados para o coquetel de comemoração da posse do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli (foto), e do vice, Luiz Fux, terão de desembolsar R$ 250 por cabeça.

Sem boca livre II/ A entrada será mediante um código fornecido ao convidado apenas depois do envio do comprovante de pagamento ao cerimonial. O mesmo sistema foi adotado para o jantar no dia da posse
do presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha.

Menos, general!/ A turma mais ligada a Jair Bolsonaro não gostou de Hamilton Mourão ter dito em alto e bom som, durante entrevista à Globonews, que era a primeira opção de Jair Bolsonaro para a vaga de vice na chapa. Afinal, fez parecer que os movimentos anteriores não passaram de teatro. E não é bom um candidato passar a imagem de que não
é sincero em suas conversas políticas.

O adeus a Ubirajara Timm/ Referência na aquicultura no país e responsável pela introdução de trutas no Brasil, Ubirajara Timm dedicou a vida a transformar o setor pesqueiro num segmento mais profissional e moderno. Uma das frases preferidas dele, segundo amigos, era “tendência não é destino”.
O corpo será velado hoje, das 8h às 11h, na capela 10 do Campo da Esperança. De lá, seguirá para o crematório em Valparaíso.