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DEM acredita que veto a Izalci no MEC por causa do suplente foi pretexto

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Empossado o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o presidente Jair Bolsonaro terá que correr para tentar apaziguar novamente o partido do seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Os demistas consideram que o veto dos evangélicos ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF) por causa do suplente, Luiz Felipe Belmonte, não passou de uma desculpa para que o ministro Onyx pudesse emplacar seu número dois no primeiro escalão do governo e, de quebra, recuperar a estrutura ideológica de Olavo de Carvalho na pasta.

As desconfianças cresceram quando os deputados do DEM souberam das mensagens trocadas por parte dos evangélicos chamando os adeptos da União do Vegetal de “maconheiros”. O Centro Espírita União do Vegetal (UDV), do qual o advogado Belmonte faz parte, não tem nada a ver com maconha. Seus rituais são feitos a partir de um chá aprovado nos Estados Unidos e no Canadá e que já passou por testes toxicológicos nos quais a presença de drogas em sua composição foi totalmente descartada. Belmonte não é, nem nunca foi “maconheiro”, como os evangélicos tentaram fazer colar na imagem do suplente de Izalci. Agora, diante disso, o climão está criado. Já tem gente dizendo que Bolsonaro pode até conseguir aprovar a reforma da Previdência. Mas montar uma base para o que der e vier vai ser difícil.

Bolsonaro 2022

Na conversa com os partidos, o presidente Jair Bolsonaro tratou de tirar de cena a história de que “não nasceu para ser presidente” e colocou uma pulga atrás da orelha dos políticos. Na reunião com o PR, por exemplo, um dos presentes perguntou “E para frente?”, referindo-se aos planos. O presidente, com o jeito simples que lhe é peculiar, foi direto: “Há muita pressão para que eu seja candidato à reeleição aí”. Para bons entendedores, o recado está dado.

#Fica adica I

O ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, embaixador Mário Vilalva, caiu porque foi falar mal do chefe, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em entrevista à Folha de S.Paulo. No governo, há quem diga que ele, detentor do apoio dos militares, apostou na queda dos dois outros diretores e do próprio chanceler Ernesto Araújo.Perdeu

#Fica a dica II

Com Bolsonaro é assim: quem desrespeita a hierarquia, passando por cima do ministro da área, ainda mais em entrevista, pode providenciar caixas para limpar as gavetas e retirar seus objetos pessoais. O ministro Ernesto Araújo mostrou que continua forte.

Por falar em Araújo…

Agora, caberá ao ministro escolher o novo presidente da Apex-Brasil. Há quem defenda que se use a vaga para fazer uma composição entre os indicados para o cargo de embaixador em Washington. Assim, nomeia-se um sem desprestigiar outros. No Itamaraty, entretanto, há pressão para que Vilalva seja substituído por um diplomata de carreira.

Previdência passa

A inversão da pauta aprovada por 39 votos na Comissão de Constituição e Justiça, votação que garantiu a leitura do relatório do deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) sobre a nova Previdência, indica que o governo terá maioria para aprovar o texto ali. E sem qualquer alteração, dentro do acordo fechado entre os partidos. A briga vai ficar para a Comissão Especial.

A professora I/ A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), conseguiu deixar o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) meio sem graça. Quando ele perguntou sobre agrotóxicos em uso no Brasil, ela foi direta, dizendo que os defensivos citados haviam sido aprovados pela Anvisa no período em que Padilha era ministro da Saúde.
A professora II/ Ao final, ela terminou aplaudida por representantes de todos os partidos. Alguns parlamentares brincaram: “Deveria dar uma aula para o Paulo Guedes”. O ministro da Economia saiu da Câmara, na semana passada, batendo boca com o deputado Zeca Dirceu (PT-SP). Ambos foram alvo de dezenas de memes nas redes.

A capa do Correio/ A publicação da foto de Arthur Weintraub, em vez de Abraham, na capa da edição de ontem, terminou por provocar uma brincadeira de Abraham em sua posse como ministro da Educação. “Às vezes, sou confundido com meu irmão, Arthur, mas é fácil saber quem é quem. Eu sou o mais bonito. Mamãe sempre falava isso”. Bolsonaro, que discursou em seguida, não deixou barato: “Não sei quem é o mais bonito, mas numa disputa do mais feio, ia ser difícil decidir por um dos dois. Tem que manter a linha. Discurso e prática”, brincou.

Colaboraram Luiz Calcagno e Rodolfo Costa