Orçamento de 2020
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Congresso age para ter controle total do orçamento de investimentos

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Cientes de que, na atual conjuntura, uma emenda para implantação do parlamentarismo seria um golpe num presidente eleito e com tão pouco tempo de mandato, o Congresso vai levar adiante outras medidas. A primeira delas é só votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 depois de aprovar o orçamento impositivo para emendas de bancada. A medida serviria para deixar todo o orçamento de investimentos nas mãos do Legislativo, sem muita margem de manobra para que o Executivo elencasse seus projetos prioritários na proposta orçamentária do ano da eleição de vereadores e prefeitos. Sobrará para o Poder Executivo, nesse caso, cuidar das “despesas da casa”, ou seja, salários dos empregados do poder público, aposentadorias, pensões, dívidas e fazer a “feira” com muita parcimônia.

A verdade libertará I

Em todas as conversas políticas prevalece a certeza de que, enquanto houver essa névoa sobre as transações imobiliárias do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), as dificuldades do presidente não vão cessar. Até aqui, as explicações sobre compra e venda de imóveis deixam a desejar.

A verdade libertará II

O senador será aconselhado a ir à tribuna tentar convencer seus pares de que é inocente. Só há um receio: aparecer um novo Pedro Simon (MDB-RS), que deixe 01 tão constrangido que o filho do presidente saia do plenário pior do que entrou. Simon, quando senador, era conhecido como o “derruba ministros”.

A verdade libertará III

O Ministério Público não se convenceu da explicação de Agostinho Moraes, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Agostinho recebia R$ 6 mil de salário e repassava R$ 4 mil para Fabrício Queiroz comprar e vender carros. Ficava com R$ 2 mil para passar o mês.

Haja carta

O presidente Jair Bolsonaro precisará de muito malabarismo para lotar praças e avenidas no dia 26 a seu favor. A manifestação foi convocada contra o Supremo Tribunal Federal e, entre aqueles que elegeram o presidente, há uma maioria que não aposta na derrocada das instituições. O MBL, por exemplo, já pulou fora.

“O momento é de acalmar e buscar solução, e não de derrubar medidas provisórias e convocar ministros. Agora, o presidente da República e seus ministros têm que parar de provocar. Não precisa chamar as pessoas de idiotas, tampouco dizer que aqui ninguém conhece carteira de trabalho”

Do deputado Vinícius Poit (Novo-SP), referindo-se ao clima acirrado que prepondera na política.

Quem manda/ Com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, destravando a pauta do Legislativo esta semana, os deputados e senadores vão realmente assumir o protagonismo do país e das reformas. Afinal, na semana em que ele e Davi Alcolumbre (foto) estavam fora, nada caminhou. Só a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a manifestação contra o governo.

Continha/ Um amigo do presidente Jair Bolsonaro percorreu a Câmara na semana passada para sentir o pulso. Descobriu que, em cada 10 deputados de partidos potencialmente aliados, oito estão insatisfeitos com o governo.

Motivos/ Uma das insatisfações diz respeito a nomeações de segundo e terceiro escalões. É que em muitos casos, os cargos ainda estão ocupados por petistas e emedebistas.

Só para gaúchos/ Uma roda de deputados e senadores tentava explicar na sexta-feira as dificuldades do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em construir pontes. “A gente chega lá e ele só oferece chimarrão!”, brincou um deles. Os drinks sempre foram usados na política para ajudar a aliviar a tensão e encorajar o interlocutor a dizer o que realmente pensa. Assim, muitos presidentes ouviram verdades e traçaram soluções. Agora, a coisa está tão confusa que nem à mesa surgem as saídas para a crise.

Por falar em aliviar a tensão…/ Hoje, tem o Balé da China em Brasília. Nada como a sabedoria e a arte milenar.