A aposta de Dilma na Casa Civil

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A presidente Dilma Rousseff será a estrela do show hoje, mas, nos bastidores, os próprios petistas indicam um homem como aquele que merecerá mais atenção neste segundo mandato: Aloizio Mercadante, 60 anos, ministro da Casa Civil. Dentro de um governo de continuidade, em que todos já partem da posse fazendo apostas para a sucessão, Mercadante desponta como favorito para ser candidato no futuro. Há quem diga que ele começa a ocupar espaço nesse sentido. Aliados e adversários do ministro dentro do governo têm convicção das digitais de Mercadante na escolha de vários colegas na Esplanada. De dentro e de fora do PT. Na avaliação de muitos, os dedos do ministro ajudaram especialmente a acomodar o PRB de George Hilton no Esporte e Pepe Vargas na Secretaria de Relações Institucionais. Isso sem contar Valdir Simão, que deixa a secretaria da Casa Civil para ocupar a Controladoria-Geral da União (CGU).

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A leitura dos petistas com a ascensão de Pepe Vargas foi a de que Mercadante jogou para ocupar espaço. Pepe é considerado um parlamentar de menor expressão entre os aliados do governo. Portanto, será natural que todos os políticos do alto clero interessados em maior diálogo com o governo procurem diretamente a Casa Civil.

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No caso de Hilton — que, até aqui, alega que vem sendo “perseguido” no Esporte —, será Mercadante quem cuidará das Olimpíadas de 2016. As Olimpíadas tendem a dar certo e têm tudo para deixar o ministro da Casa Civil em evidência. Para completar, na CGU está alguém que liga direto para o celular de Mercadante ou entra na sala dele sem pedir licença. Significa que qualquer malfeito detectado no governo será prontamente comunicado à Casa Civil. A sucessão de Dilma começa hoje com Mercadante jogando as fichas rumo a 2018.

Cargo não falta

O PCdoB saiu do Esporte porque, na versão dos bastidores, tem apenas 10 deputados, enquanto o PRB é um partido maior. Mas, na Ciência e Tecnologia, se brincar, há cargos para abrigar todo o partido e ainda sobra. Só de empresas na área nuclear, são quatro. Isso sem contar a agência espacial.

O corpo fala

Deputados vão para a posse hoje de olho nos trejeitos de Dilma para cumprimentar o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Se deixar transparecer a preferência pelo petista, aí é que Eduardo Cunha terá mais votos.

Eles estão em paz

Há tempos, as tendências do PT não têm um período de lua de mel tão intensa com governadores eleitos pelo partido. Os novos (Fernando Pimentel, em Minas Gerais; Rui Costa, na Bahia; e Camilo Santana, no Ceará) conseguiram fazer uma reforma que deixou todas as tendências petistas pra lá de satisfeitas. Dilma não conseguiu esse feito.

CURTIDAS   

Recesso / Desta vez, a maioria dos salões de beleza da capital da República estará fechada hoje. É o inverso do que ocorreu em todas as posses anteriores. Muitos concluíram que não compensaria abrir porque a cidade votou majoritariamente na oposição. Obviamente, ninguém faz cabelo e maquiagem para ir a um protesto. Num badalado salão da cidade, até 30 de dezembro, apenas duas pessoas tinham telefonado para marcar horário. Essa já foi / A crítica da senadora Marta Suplicy (foto) no Twitter sobre a escolha de Juca Ferreira para a Cultura tirou dos palacianos qualquer esperança de que a ex-ministra retome os laços com a presidente Dilma. Em algumas rodas, Marta é vista como oposicionista.

Reza forte / Os governistas rezam por tempo bom hoje em Brasília. Se vier uma chuva daquelas de fechar aeroportos, muitos ministros não conseguirão tomar posse. Vários deles desembarcam em Brasília apenas hoje pela manhã.

Enquanto isso, na segurança… / Os meninos Gabriel, neto de Dilma, e Michelzinho, filho de Michel Temer, formam hoje a dupla preocupação extra daqueles que cuidarão da segurança de Dilma e Michel Temer na posse. Ambos eram bebês há 4 anos. Agora, estão na idade de adorar correr para todos os lados. Se saírem de perto das mães, serão prontamente “interceptados”.  

A primeira vítima

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Aliados da presidente Dilma Rousseff já viram uma vítima potencial do fato de a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB) ficar fora dos ministérios palacianos: o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Sem espaço no núcleo de poder do governo, esse setor petista não pretende se empenhar por Chinaglia, outro aliado de Dilma. Preferem que ela dependa do PMDB e do próprio CNB, que terá 36 deputados, quase a metade da bancada petista. E Dilma certamente precisará desse grupo mais à frente, especialmente se Arlindo não conseguir vencer a presidência da Câmara. É esse o raciocínio predominante no grupamento CNB.

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Dilma, entretanto, não escolheu os ministros petistas apenas por desejo pessoal. É que, depois de expoentes da CNB terem aparecido no escândalo do mensalão e, posteriormente, no petrolão, há quem, de dentro do governo, observe que todo o cuidado é pouco.

Triunvirato petista

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, almoçou ontem em um restaurante japonês em Brasília com os colegas palacianos Ricardo Berzoini, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais a ser transferido para Comunicações; e o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Pepe Vargas, futuro ministro da SRI, não estava.

 

Não vingou

Os integrantes do CNB foram os primeiros que, no início deste mês, apostaram no fim das tendências dentro do partido. Agora, entretanto, conhecidos os nomes da maioria dos ministros do segundo mandato, o grupo se apega ao antigo jogo da disputa interna. Moral da história: a lógica das tendências não terminará tão cedo.

Vingou

Aliados e petistas de todas as tendências alinhados ao governo Dilma Rousseff repetiam ontem aos quatro ventos a voz oficial de que as mudanças na Previdência significam a correção de distorções no sistema. Sinal de que, até aqui, a base e o PT continuam afiados. Pelo menos no discurso.

Tensão no ar

Nunca um esquema de segurança de posse foi tão forte. Tudo por causa das perspectivas de manifestações de protesto convocadas pelas redes sociais. Em todos os locais, foram ampliados os números de detectores de metais. E, novidade no Congresso: placas em português e inglês indicam o caminho dos convidados. A Copa 2014 fez escola.

Rio, 40 graus/ O futuro ministro de Minas e Energia e atual líder do governo no Senado, Eduardo Braga (foto), passa o réveillon no Rio de Janeiro. E pode apostar, leitor, que não é apenas pelo fato de ser a maior festa brasileira dessa época do ano. Lá, está a sede da Petrobras e também os filhos do ministro Edison Lobão, que deixará o cargo amanhã para voltar ao Senado. Braga voltará para Brasília amanhã e espera chegar a tempo da posse.

Enquanto isso, na oposição…/ Em meio ao quase feriadão, os oposicionistas não desligaram o telefone. Estavam a postos para dar declarações criticando as novas medidas da Previdência Social. A maioria do governo, entretanto, fez cara de paisagem.

Sobrou para ele/ Todo-poderoso deste e do próximo mandato de Dilma, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ficou como a voz das más notícias na Previdência. Quem esteve com ele, jura que Mercadante não ficou muito feliz em ser o porta-voz das medidas impopulares que maltratam o discurso do “nem que a vaca tussa”.

De volta!/ Fim das férias… Diante de um novo ano que se anuncia tão tenso, a melhor coisa para nós, brasileiros, é se agarrar no serviço e brindar com temperança! Feliz 2015 para todos!