Bancada é apelidada de “Maçaranduba”

Maçaranduba (Cláudio Manoel).
Publicado em Política
Coluna Brasília-DF

É assim que os parlamentares acostumados ao diálogo se referem à turma do “bate, esfola”, que inclui aqueles que quebram placas, caso de Daniel Silveira (PSL-RJ), que quebrou a placa com o nome de Marielle Franco no Rio de Janeiro, e outros mais.

Memória/ Para quem é muito jovem e não viu, Maçaranduba (assim mesmo com ç) era o personagem do extinto programa Casseta & Planeta, da Globo. Maçaranduba (foto), interpretado por Cláudio Manuel, era um marombado, que repetia sempre “vou dar porrada” e que classificava comportamentos mais cordatos como “coisa de boiola”. Com todo o respeito.

Lula quer candidato petista em todas as cidades com programa eleitoral de rádio e TV

Lula discursa no Congresso Nacional do PT
Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Provisória duradoura, comando eterno

Está tudo pronto para que os congressistas tentem votar na semana que vem um projeto de decreto legislativo para fixar em oito anos a duração das comissões provisórias dos partidos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha fixado prazo de 180 dias.

A ideia de deixar os diretórios provisórios por oito anos permite que os comandos nacionais das legendas tenham controle dos estados e dos municípios. Assim, quem não cumprir o que a Executiva Nacional partidária disser, estará sob risco de destituição e nomeação de uma nova comissão provisória.

Prende-solta-solta-prende

A semana que vem será dedicada a acertar o passo entre Câmara e Senado no quesito prisão em segunda instância. A ordem da ministra Cármen Lúcia, para que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) soltasse todos os presos nessa condição, aumenta a pressão para que os congressistas busquem uma forma de resolver esse assunto ainda este ano.

A nova guerra no MDB I

A semana vai ferver entre os emedebistas, por causa da disputa pela presidência do MDB Mulher, entre Fátima Pelaes, que está há sete anos no cargo, e Regina Perondi, que comandava o MDB Mulher no Rio Grande do Sul e já foi vice-presidente nacional. A eleição será no dia 30 e os bastidores estão fervendo.

A nova guerra no MDB II

Aliados de Regina, a desafiante, reclamam que até agora não tiveram acesso à lista de filiadas ao partido aptas a votar.  Nos últimos dois anos, a eleição foi por aplauso. Alguns adversários chegam a tratar Fátima como a “Jucá de saias”, numa referência ao ex-presidente do partido, Romero Jucá, que permaneceu no cargo enquanto pôde e responde a processos judiciais e, aos poucos, vão ganhando as causas.

Me inclua fora dessa

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, acompanha a corrida das mulheres a distância. Não quer briga com a bancada feminina. O prazo final para envio da lista das votantes terminou na semana passada, quando acabaram as reuniões estaduais para escolha de presidentes e delegadas. Fátima tem como slogan “Mais mulheres na política em 2020”. Regina assina embaixo esse slogan e acrescenta mais duas palavras: “Renovação e Transparência”.

Nem tanto

Os petistas avisam que não dá para levar ao pé da letra a intenção de Lula em lançar candidato a prefeito em todas as cidades em que houver programa eleitoral no rádio e na TV (sim, ele não menciona as redes sociais!). Em algumas cidades, a ordem é agradar aos aliados com vistas a 2022.

O corpo fala I

Fernando Haddad e Luiz Marinho foram os dois com que Lula mais conversou ao chegar para o Congresso do partido, ontem. É por ali que ele pretende fazer suas apostas eleitorais em São Paulo.

O corpo fala II

Manuela D’Ávila (PCdoB), pré-candidata a prefeita de Porto Alegre, se desdobrava em selfies com a presidente Dilma Rousseff. Quer a ajuda dela para
ter o apoio do PT na eleição da capital gaúcha.

Brics dividido, mas Bolsonaro ganhou um “vaza, Macron” do Bloco

Publicado em Política

A ausência de qualquer menção à crise da América do Sul na declaração conjunta dos BRICS é um sinal de que o grupo não está tão coeso quanto procurou parecer na tradicional foto dos presidentes dos países do bloco. Nem a Venezuela, que teve a embaixada invadida no primeiro dia das reuniões em Brasília, entrou em cena. Isso porque, dos cinco países que formam os Brics _ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul __, Juan Guaidó só tem o apoio do governo brasileiro. Os demais não estenderam tapete vermelho ao oposicionista venezuelano.

O presidente Jair Bolsonaro, entretanto, conseguiu parte do que queria. Pelo menos, em relação à Amazônia. Sem citar a Amazônia, o documento fala em desenvolvimento sustentável, com respeito à soberania e à legislação nacional. É um recado claro ao presidente da França, Emmanuel Macron, que chegou propor a internacionalização da Amazônia. Nesse sentido, a carta de Brasília foi um nem vem que não tem, um vez que o documento é claro: “A cooperação internacional nesse campo deve respeitar a soberania nacional e os regulamentos e disposições legais e institucionais nacionais, bem com práticas e procedimentos”. Na gíria popular em voga entre os jovens seria algo do tipo, “vaza, Macron”.

O ponto alto desses dois dias foi mesmo a perspectiva comercial, a aproximação com a China, considerada parceria estratégica para um Brasil que não está conseguindo muita coisa com os Estados Unidos, ainda mais agora com Donald Trump dedicado a salvar a própria pele dentro do processo de impeachment. Quanto às cobranças de ampliação do poder dos países que buscam maior protagonismo na ONU, o documento praticamente repete o que Brasil, Índia e África do Sul pedem há tempos e os países com mais protagonismo na ONU nunca dão: Reforma das Nações Unidas pra reforçar o multilateralismo, inclusive no Conselho de Segurança. Algo que o Brics incluiu em seu documento de 2005. Lá se vão 14 anos e, a contar pela disposição real de quem manda na ONU, ano que vem tem dá para fazer festa de 15 anos para esse pedido.

Lula solto, a hora da revanche

Publicado em Política

As primeiras declarações de Lula indicam que o petista chegou disposto a chamar o presidente Jair Bolsonaro para a arena da política. Criticou o Ministério Público, a Justiça, o governo, disse que o Brasil piorou depois que ele foi preso. A sinalização é clara: O ex-presidente não vai ficar quieto em casa, esperando a banda passar cantando coisas de amo, nem tampouco o desfecho dos processos a que responde. Ou seja, nesse primeiro momento, o ex-presidente dá sinais de que vai atender á parcela petista que deseja lhe ver discursando quase que diariamente, a fim de empolgar os militantes.

Bolsonaro, por sua vez, preferiu se recolher nesse primeiro momento de Lula solto. Assim, tem condições de saber o que vem lá e se preparar para responder com mais calma. O presidente sabe que para chegar competitivo lá na frente a economia tem que dar certo. Afinal, ele está no poder e essa posição requer apresentação de resultados.

Os dois agora, Lula e Bolsonaro, ocupam a cena principal da politica. Aos demais personagens nesse momento, resta esperar essa soltura decantar para ver como é que fica.

O Congresso é reformista

Publicado em Governo Bolsonaro, Política

Este governo não tem muito do que reclamar em termos de apoio congressual para as medidas eco^nômicas. E não é por causa dos olhos do presidente Jair Bolsonaro que o Congresso ficou “encantado”. E sim por uma certeza de que o país precisa de reformas. Bolsonaro tem muto menos trabalho em lidar com o Parlamento do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, na década de 90 sugeriu um robusto pacote de reformas que deixou pela metade. E com habilidade politica conseguiu fazer muito em sua época, por exemplo, a abertura dos setores de comunicações e petróleo.

Em 2019, o Congresso já votou a reforma da Previdência, discute seriamente a tributária, e hoje recebe o elenco de medidas do governo de braços abertos e com disposição de aprovar boa parte dele. Em especial, a PEC Emergencial, que determinará a economia de R$ 27 bilhões em incentivos fiscais já no ano que vem, se for votada logo. Obviamente, mudanças nos projetos virão, emenda constitucional tem tramitação mais lenta e nem tudo sairá do jeito que o governo deseja. Mas os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e o da Câmara, Rodrigo Maia, estão dispostos a promover as reformas, assim como uma grande parcela do Parlamento, o que já é um passo pra lá de importante. Até aqui, os congressistas separaram as desavenças politicas das medidas que consideram necessárias. E assim pretendem permanecer. Agora, a eleição de 2022 é outra história. O Congresso não dá sinais de colocar esse carro na frente dos bois. Melhor assim.

Pedido de Aras deixa Joesley sob tensão

Joesley Batista
Publicado em Política
Coluna Brasília-DF

Desde ontem, o empresário Joesley Batista, da J&F, é o pai e a mãe da preocupação, só de pensar que o ministro Edson Fachin pode cancelar seu acordo de delação premiada, atendendo a pedido do novo procurador-geral, Augusto Aras. Se tudo correr do jeito que deseja o procurador, o desfecho pode ser até mesmo um pedido de prisão no futuro. Porém, ainda há um longo caminho pela frente. A trupe de Joesley volta hoje a viver sob suspense. Porém, ainda há muita água pela frente e os advogados não acreditam que será decidido nada este ano. 2020 promete muitas emoções nessa seara para os irmãos Batista.

Depois de fala de Eduardo, deputados mandarão recado à família Bolsonaro

Publicado em Política

Coluna Brasília – DF

O puxão de orelhas que Eduardo Bolsonaro recebeu do presidente Jair Bolsonaro por cogitar um novo AI-5, no caso de uma hipotética radicalização da esquerda, não será suficiente para resolver sua situação na Câmara dos Deputados. A ideia de muitos no Congresso é aproveitar o episódio para mandar um recado à família, de que não pode haver retrocessos no sistema democrático brasileiro e qualquer flerte com o autoritarismo deve ser repudiado. O grau dessa punição, entretanto, deve cair para uma advertência.

Da parte das esquerdas, a frase despertou a vontade de testar as forças nas ruas, com a convocação de uma manifestação “Basta de Bolsonaro”, para 5 de novembro, por parte da União Nacional dos Estudantes (UNE). A aposta dos mais experientes é de que não terá apelo. Afinal, a economia começa a dar sinais de melhora, e muitos consideram que ainda não é o momento para protestos.

O que vem por aí

Em conversas reservadas, partidos de centro olham com uma certa desconfiança para a reforma administrativa que o governo enviará ao Congresso. O Planalto pretende incluir o fim da estabilidade e da licença-capacitação para quem ingressar no serviço público. Há quem se preocupe com a possibilidade de a grita dos servidores ser usada pela oposição como massa de manobra para inflar manifestações.

Durou pouco

O PSL voltou a se unir a Jair Bolsonaro no meio da semana, quando se verificou que a casa do presidente, na Barra da Tijuca, havia sido citada de forma equivocada como um dos locais visitados por um suspeito do assassinato de Marielle Franco. Agora, depois da frase infeliz de Eduardo Bolsonaro, a turma que se aproximava desistiu de seguir nesse caminho. Se 03 for levado ao Conselho de Ética, não contará com esse grupo.

Por falar em PSL…

O grupo bivarista se reuniu e decidiu reduzir as falas e as manobras contra os aliados do presidente da República. No ritmo que vai, diz a turma de Bivar, o grupo ficará isolado no Parlamento.

Veja bem

O pedido de desculpas de Eduardo vai dar discurso aos poucos aliados que ele tem na Casa, no sentido de evitar uma punição. É nessa direção que todos vão trabalhar nas próximas horas, a fim de chegar à segunda-feira com o episódio no rol dos resolvidos.

Não é com eles/ Os militares não soltaram qualquer nota a respeito da fala do deputado Eduardo Bolsonaro.

Muda o enredo/ O líder do governo, Eduardo Gomes, trabalhará nos próximos dias para tentar virar a página das crises e evitar maiores estragos depois da fala: “Ressaca eleitoral já deu. Vamos para frente. A reforma da Previdência está aprovada. O ambiente tem que ser de trabalho e crescimento”.

Sigam o primogênito/ O recado do líder vale também para 02 (Carlos Bolsonaro), que vive de provocações na internet, e para 03 (Eduardo). O senador Flávio Bolsonaro, o 01, tem centrado sua energia na pauta do Senado.

Cola neles!/ Luciano Huck foi aconselhado a ouvir os políticos mais experientes que, mesmo sem mandato, se mantêm atentos a tudo o que acontece no cenário político. No topo da lista, o ex-senador e ex-deputado ulyssista Heráclito Fortes

Quem o defenderá? Declaração sobre AI-5 deixa Eduardo Bolsonaro vulnerável

Eduardo Bolsonaro
Publicado em Política

O presidente do PSL, Luciano Bivar, acaba de divulgar uma nota em repúdio à declaração do líder do partido, Eduardo Bolsonaro, acentuando a crise interna do partido. Bivar diz que a democracia não é “negociável”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em entrevista a Leda Nagle, mencionou a hipótese de um novo AI-5 como resposta a um cenário, também hipotético, de radicalização da esquerda.

A nota do próprio partido de Eduardo, somada a todas as outras que repreenderam a declaração do filho do presidente da República, indicam que, se vier alguma proposta de punição contra o deputado, ele pode ter dificuldade de arregimentar um número expressivo de parlamentares em sua defesa.

A oposição já anunciou que pedirá a cassação do mandato, e o presidente da Casa, Rodrigo Maia, afirmou que a fala é passível de punição. Desta vez, dizem alguns, as hipóteses de 03 romperam os limites.

 

A nota do PSL sobre Eduardo Bolsonaro:

“NOTA DE REPÚDIO

O Diretório Nacional do Partido Social Liberal, com veemência, repudia integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários.
A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável.
O Brasil demorou anos para voltar a respirar democracia e a eleger diretamente seus representantes, a um custo altíssimo, tanto para o Estado quanto para as vítimas do regime transitório.
Não podemos permitir que sejam abalados pilares democráticos caros, como a tolerância, a prática de aceitar o contraditório, as críticas e o trabalho importante da imprensa, que deve ser livre, sem amarras de qualquer tipo.
O PSL é contra qualquer iniciativa que resulte em retirada de direitos e garantias constitucionais.
Em nosso partido, a democracia não é negociável.
Fica aqui nossa manifestação de repúdio a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro.

Executiva Nacional do PSL

Luciano Bivar
Presidente”