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Bolsonaro aposta na aproximação com as pessoas e na polarização para recuperar popularidade

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O primeiro 7 de Setembro do governo de Jair Bolsonaro veio sob encomenda para se contrapor ao primeiro da era petista. Naquele setembro de 2003, a festa sob o comando do publicitário Duda Mendonça, idealizador da transferência da festa do QG do Exército, para a Esplanada dos Ministérios, mostrou um presidente longe do público, que olhava o relógio e não se mostrava feliz. Lula até havia cogitado se aproximar das arquibancadas, mas a segurança vetou. Bolsonaro, ao contrário, seguiu feliz para perto das pessoas. Alguns amigos dele diziam: “pode pesquisar. O PT não fez nada disso, nunca”. É sinal de que o presidente apostará cada vez mais na polarização.

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Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro são unânimes em afirmar que os gestos de proximidade com as pessoas, seja nas solenidades, seja na porta do Alvorada, são hoje prioritários para levar o capitão a tentar recuperar a popularidade perdida por frases mal colocadas, indicações polêmicas para postos estratégicos, como a Embaixada do Brasil em Washington, e, de quebra, a demora na recuperação da economia.

Curva fechada à frente

A ideia do governo de só liberar emendas e cargos para deputados fiéis em todas as votações ameaça travar o fluxo dos projetos de interesse do governo. É que uma parte dos parlamentares está na linha do receber primeiro para votar depois.

Muita calma nesta hora

A indicação oficial de Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador em Washington só virá depois que baixar a poeira dos vetos à Lei do Abuso de Autoridade e, de quebra, da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República.

A guerra por recursos I

Causou estranheza na Confederação Nacional do Comércio (CNC) o corte de 20% nos recursos repassados ao Sistema S anunciado recentemente pelo governo. A CNC, que administra o Sesc e o Senac, afirma que não houve formalização de uma proposta de acordo nesse sentido até o momento. Mesmo se recuperando de uma cirurgia, o presidente da Confederação, José Roberto Tadros—com a diretoria da entidade—tem mantido negociações com o Governo para a condução do tema.

A guerra por recursos II

Há menos de uma semana, o secretário Carlos da Costa mencionou o corte de 20% como parte de um acordo com as entidades do sistema S. A CNC não foi ouvida. Da cabeça dos executivos, entretanto, não sai a frase de Paulo Guedes. Em 2018, ele disse, com todas as letras, em reunião na Firjan, que era preciso meter a faca nos recursos do Sistema S. Ao que tudo indica, assim como Bolsonaro, Guedes também gosta de cumprir o que anunciou.

CURTIDAS

Os fantasmas de cada um/ Desde que Lula disputou a reeleição, em 2006, até a reeleição de Dilma Rousseff, oito anos depois, o PT jogou a população mais pobre num dilema do tipo “ou fica com a gente, ou adeus, bolsa família”. Guardadas as devidas proporções, Bolsonaro faz o mesmo ao dizer a seus eleitores meio descontentes algo na linha de “ou vocês ficam comigo, ou o PT volta”.

Com quem Jair jogará/ A presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no 7 de Setembro, e a ausência do comandante da Câmara, Rodrigo Maia, deixou ao governo a certeza de quem contar com projetos futuros.

Por falar em DEM…/ O presidente do partido, ACM Neto, está com o pisca alerta ligado diante das divisões internas. Até aqui, trabalha com a independência formal da legenda em relação ao governo. Porém, há quem diga que, daqui a pouco, terá que tomar um rumo.

Semana de resguardo/ Os ministros planejam visitar o presidente no hospital na próxima quinta-feira, depois da cirurgia. Porém, serão desaconselhados ao gesto. A primeira-dama, d. Michele, pretende evitar muito trânsito de visitantes, por causa do risco de infecção no período pós-operatório. Afinal, cuidados nunca são demais. Hoje, uma videoconferência resolve.