Augusto Aras
Augusto Aras Roberto Jayme/ Ascom /TSE Augusto Aras

A primeira missão de Aras será pacificar o MP

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O futuro procurador-geral da República, Augusto Aras, começou a trabalhar a pacificação do Ministério Público e a montar equipe. Para a secretaria-geral da PGR, o nome cotado é o do subprocurador aposentado Eitel Santiago, que já havia sido, inclusive, anunciado por Aras em entrevista. Santiago ainda não foi oficialmente convidado, mas disse à coluna que chega a Brasília no sábado para conversar com Aras.

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“A briga interna é fruto da disputa da lista, esse foi o erro. Cabe ao Ministério Público cumprir seu dever constitucional. Está na hora de pacificar”, diz Santiago, citando dois grandes procuradores que não foram escolhidos por listas: Sepúlveda Pertence e Aristides Junqueira. “Aras, tenho certeza, defenderá a Constituição”.

CURTIDAS

A derrocada dos “Tuiuiús” I/ Tão logo o Planalto confirmou o nome de Aras como o novo procurador-geral da República, os bastidores da sede da Procuradoria decretava que os “tuiuiús” realmente terão que buscar outro pouso. As conversas reservadas se referiam ao grupo que ascendeu ao poder em 2003, quando o então presidente Lula decidiu respeitar a lista tríplice.

A derrocada dos “Tuiuiús” II/ “Tuiuiús” é o apelido do grupo de procuradores que, cansado das reconduções de Geraldo Brindeiro, decidiu criar a lista tríplice. Eles mesmos se deram esse apelido porque, consideravam que o Tuiuiú não voava alto. Em 2001, não deu certo, porque Fernando Henrique Cardoso reconduziu Brindeiro mais uma vez.

A derrocada dos Tuiuiús III/ Em 2003, funcionou, e Lula escolheu o primeiro da lista, Cláudio Fonteles. Agora, Jair Bolsonaro acaba com o grupo que chegou ao poder depois de constar nas listas.

Procurador “melancia”?/ O nome de Aras já havia sido cogitado para a PGR no governo petista, pelos baianos ligados ao senador Jaques Wagner. Porém, Bolsonaro não se incomodou com isso. Ele afirmou, num evento, que “se estou apanhando, é porque escolhi certo”.

Abuso no discurso

Os vetos à Lei de Abuso de Autoridade, dizem alguns, darão ao presidente Jair Bolsonaro a possibilidade de ter uma saída honrosa, caso os congressistas não aprovem o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Sempre poderá dizer que Eduardo não foi aprovado por causa daqueles que têm medo da Lava-Jato. Não seria o fato, mas, entre os governistas, valerá a versão.

Vai sobrar para o Congresso

A aposta dentro do próprio governo é a de que o Congresso pode conseguir os votos para derrubar os vetos. Porém, não sem desgaste político. Mais uma vez, o presidente se preservou e deixou para os congressistas o gosto amargo de derrubar vetos que são vistos pela população como forma de amenizar as amarras à Lava-Jato.

Ficou para depois

O adiamento do lançamento do Projeto Nordeste esta semana foi visto como mais uma desfeita do presidente Jair Bolsonaro aos nordestinos. A justificativa inicial tinha sido a preparação para a cirurgia que fará em breve. Porém, pela agenda cheia que se viu no Planalto nesta quinta-feira, não sobrou espaço mesmo. Agora, só no final de setembro, depois da viagem à ONU.

Enquanto isso, nos canaviais nordestinos…

Continua a novela por causa do aumento da quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa. Os americanos acenam com uma compensação, aumentando a importação de açúcar brasileiro, mas, por enquanto, os produtores não estão satisfeitos. Assim, a pressão deles sobre os parlamentares continua. E, sabe como é, quanto mais perto da eleição, mais os produtores têm influência sobre os votos no Congresso.