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reforma Crédito: Caio Gomez/CB reforma

À medida em que a reforma avança, Centrão aumenta pressão por cargos

Publicado em Política
Coluna Brasília-DF

Paralelamente à negociação do texto da reforma da Previdência em tramitação no Congresso, os partidos já fizeram chegar ao Planalto que, a princípio, dispensam os cargos de segundo e terceiro escalões. É que quem já fez as contas considera que esses postos e nada são quase a mesma coisa. Portanto, a tendência agora é continuar a criar confusão até que o governo se convença de abrir as portas do primeiro escalão aos partidos do Centrão. A esta altura do campeonato, lembram os parlamentares desse segmento da política, só o DEM foi contemplado. E, por mais que o governo diga que não escolheu seus ministros levando em conta a coloração partidária, é assim que os deputados veem.

Moral da história: enquanto alguns vão para a Comissão Especial dispostos a mudar o mérito, o Centrão vai aproveitar para arrancar um naco do Poder Executivo. Isso dá ao presidente Jair Bolsonaro as seguintes opções: ou cai no toma lá, dá cá e tenta preservar a sua proposta, ou negocia com a ala que deseja, realmente, reformular a Previdência, de forma a manter alguns benefícios e aliviar a transição.

O que o PT quer

A perspectiva de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar a cadeia em setembro leva o PT a apostar no seguinte quadro: Lula começa a dar entrevistas, a fazer reuniões políticas e, assim, passa a servir de contraponto para forçar uma mudança de agenda no parlamento. Num país carente de líderes políticos, os petistas acham que Lula pode ressurgir das cinzas.

Falta combinar

O receio, entretanto, é de que o TRF-4, a segunda instância, corra para condenar o ex-presidente no caso do sítio de Atibaia. Uma segunda sentença evita que Lula deixe a carceragem da Polícia Federal em Curitiba ainda este ano.

Cutucou onça…

Por mais que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tente dar uma burilada no seu discurso a respeito da Zona Franca de Manaus, a bancada do Amazonas não ficou nada satisfeita. E, sem querer, Guedes mexeu justamente com aqueles que podem lhe ajudar no parlamento.

…com vara curta

No Senado, os amazonenses têm simplesmente a Presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), capitaneada pelo senador Omar Aziz; e o senador Eduardo Braga ocupa o cargo de líder do MDB, a maior bancada. Se esses dois quiserem, podem fazer um estrago danado. Até aqui, as falas do ministro foram objeto de protesto no plenário pelo senador Plínio Valério. Os outros dois ainda esperam para ver as ações do governo a respeito da Zona Franca.

Por enquanto, ficam assim/ Costura-se a paz entre o presidente Jair Bolsonaro e os militares, apesar das investidas do vereador Carlos Bolsonaro contra o vice-presidente, general Hamilton Mourão. A ordem é deixar Carlos, que vê conspiração no ar, falando sozinho.

Roubo seletivo/ A casa do ex-deputado Eduardo Jorge (foto), em São Paulo, foi invadida por bandidos no feriadão. Eles reviraram tudo, mas levaram apenas um carro da família, que estava parado à porta. Amigos do ex-parlamentar — vice de Marina Silva na última campanha presidencial — acharam tudo muito suspeito. E é.

À la Bolsonaro I/ O governador de São Paulo, João Doria, não deixa passar um mês inteiro sem fazer um afago aos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ontem, por exemplo, numa reunião com os integrantes da Frente, acenou com um espaço para promover um salão internacional do agronegócio em São Paulo. Estava acompanhado dos secretários de Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, e de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira.

À la Bolsonaro II/ Foi na FPA que Bolsonaro começou a arrematar apoios para sua campanha eleitoral no ano passado.

Educação midiática/ A Unesco e o Instituto Palavra Aberta assinam um termo de cooperação internacional em educação e mídia nesta quinta-feira, em seminário no B Hotel, a partir das 9h.