BDSM
BDSM Açoites de um dominador da Califórinia (EUA). Crédito: AFP

BDSM para principiantes: pequeno dicionário sadomasoquista

Publicado em Pauta quente

Os amantes das roupas de couro, das algemas e dos chicotes estão em festa hoje. Desde 2003, em 24 de julho, celebra-se o Dia Internacional do BDSM, sigla que reúne as diversas práticas relacionadas ao sadomasoquismo.

A data foi criada pelo suíço Kurt Walter Fisher, fundador da primeira casa noturna europeia voltada para as pessoas que adotam o BDSM como estilo de vida: o clube Rosas 5, localizado em Barcelona (Espanha). Fisher escolheu este dia especificamente para fazer referência ao termo 24/7, que identifica a vivência do BDSM 24 horas por dia, sete dias na semana.

Desde então, a data passou a ser mais e mais comemorada, e, hoje, eventos comemorativos acontecem em vários países. Esse universo, contudo, mesmo depois de ser popularizado pela trilogia Cinquenta tons de cinza, continua intrigando e confundindo muitas pessoas.

Para ajudar a reduzir um pouco da confusão, o Blog Daquilo preparou um glossário básico de termos relacionados ao BDSM. Como esse se trata de um universo muito amplo, os termos abaixo são apenas um pequeno conjunto das muitas palavras usadas pelos praticantes do BDSM, mas podem servir de boa introdução ao assunto. Confira:

Glossário BDSM

BDSM – Comecemos por essa sigla. Ela faz referência a uma série de práticas e formas de se relacionar. O b se refere a bondage, que vem de bond, substantivo em inglês que significa, ligação, elo, prisão, amarração. Bondage é a prática de amarrar ou restringir de alguma forma os movimentos do parceiro. Muitos dos jogos eróticos BDSM passam por dominar o parceiro por meio da imobilização.

O d tem mais de um significado. O primeiro deles é disciplina, em referência ao controle que um dos parceiros assume sobre o outro, establecendo regras e comportamentos que deve ser obedecidos, seja em uma cena, uma atividade ou o tempo todo, para aqueles que vivem o BDSM 24/7.

O d também se junta ao s para formar a dobradinha dominação e submissão (DS, ou, como muitos gostam de grafar, D/s). Um relacionamento BDSM sempre envolve alguém que domina e alguém que se submete, voluntariamente, a esse dominador. Pode envolver ou não bondage e restrição, e pode envolver ou não as práticas relacionadas à próxima combinação de letras: s e m.

SM é a dupla mais conhecida do BDSM, significando sadomasoquismo. Sádicos são aqueles que têm prazer em provocar sofrimento, seja fisicamente, seja mentalmente ou emocionalmente. Masoquistas são os que encontram satisfação em ser o alvo dos sádicos.

BDSM, portanto, significa bondage, disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo.

Baunilha – Do inglês, vanilla. A pessoa que não pratica BDSM. Vem de uma referência ao sabor mais neutro (sem graça) do sorvete. Muitos praticantes que não assumem publicamente seu envolvimento com o BDSM se referem à sua vida pública como “vida baunilha”.

Cena – Forma de se referir a uma interação BDSM. Pode ocorrer na frente de outras pessoas, como em festas e clubes noturnos. A palavra indica que há um elemento performático nos encontros BDSM, no qual os envolvidos assumem papéis de forma voluntária, em uma espécie de interação ou jogo erótico.

Coleira – Às vezes, é só um acessório usado nas cenas para marcar a submissão ao dom ou à domme, mas pode ser um símbolo equivalente à aliança de um casamento baunilha. Quando um dominador e um submisso oficializam a relação, diz-se que o submisso recebeu a coleira (e há mesmo um ritual em que a coleira é colocada no submisso). Em muitos casos, após receber a coleira, o sub passa a ser referido como escravo. Quando um dominador ou dominadora tem mais de um submisso ou submissa, os subs se chamam uns aos outros de “irmãos ou irmãs de coleira”.

Dom e domme – Formas de se referir a um dominador e a uma dominadora, respectivamente. O dom e a domme assumem o controle do submisso em uma cena, atividade ou relação, claro, sempre de forma consentida.

Escravo – Alguém que concorda em dar total controle a alguém com quem vive um relacionamento.

Master e mistress – Em português, usa-se muito frequentemente senhor e senhora. Muitas vezes, essas palavras significam o mesmo que dom e domme, mas costumam indicar que há um relacionamento mais profundo com o submisso e não apenas encontros esporádicos.

SSC – São, seguro e consensual. Essa sigla é uma espécie de mantra repetido por todos os praticantes conscientes do BDSM. Significa que nenhuma prática ou relação deve ocorrer sem levar em conta a saúde, a segurança e o consentimento dos envolvidos. BDSM não consensual não é BDSM, mas abuso, ressaltam.

Safeword – Os praticantes usam muito o termo em inglês, mas também podem usar expressões em português, como senha ou palavra de segurança. É um termo combinado entre os parceiros para que o submisso use quando quiser interromper qualquer prática. Uma vez dita, quem está dominando deve parar o que está fazendo imediatamente. É uma forma de garantir que a regra SSC seja mantida e permitir que pedidos como “pare” e “por favor, não” possam ser usados como parte do jogo erótico sem ser uma solicitação de verdade. Em inglês, uma safeword muito comum é red (vermelho). Em português, muitos parceiros usam a palavra água.

Sub – É a pessoa submissa, homem ou mulher.

Switcher – Do inglês, aquele que troca. Refere-se à pessoa que gosta tanto de exercer o papel de dominador quanto o que submisso.

Top e bottom – Top é a pessoa que, em uma cena ou atividade, exerce o papel dominante. Bottom é quem se deixa controlar.