Tropeção no Planalto: verbo haver

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Surpresa! Na hora da tradicional entrevista do ministro da Saúde e equipe, apareceu uma turma de excelências. A certa altura, a mestre de cerimônias avisou: “Não haverão perguntas”. Bobeou. Sem piedade, espancou o verbo haver. Ele, coitado, está gemendo até agora.

O verbo haver joga em dois times:

Pessoal = conjuga-se em todas as pessoas (hei de estudar, hás de estudar, há de estudar, havemos de estudar, haveis de estudar, hão de estudar).

Impessoal = na acepção de existir e ocorrer, só se flexiona na 3ª pessoa do singular: Não haverá perguntas. Há cinco alunos na sala. Houve distúrbios durante as manifestações. Houve tempos de paz no Oriente Médio?

No caso, perguntas, alunos, distúrbios e tempos funcionam como objeto direto. Muitos pensam que são sujeito. E lá vem o plural.  Valha-nos, Deus!