Tradutor é traidor

Publicado em Deixe um comentárioRegência verbal

Argentino, o papa fala espanhol. Nós traduzimos a mensagem para o português. Confirma-se, então, a velha e repetida rima — tradutor é traidor. Vale este exemplo: “Peço-vos para não cairdes na estagnação de dar velhas respostas às novas questões”. O profissional que passou o texto de uma língua para outra tropeçou no jeitinho de pedir. Pedir que ou pedir para? Depende. Pedir para esconde a […]

Vírgula e ambiguidade

Publicado em 1 Comentáriovírgula

O e pode ser precedido por vírgula? Em geral, a conjunção e dispensa a vírgula. Ela só é obrigatória quando permite, numa leitura rápida, dupla interpretação: Os Estados Unidos invadiram o Iraque, e a Rússia reagiu. Deu pra perceber? Sem a vírgula, temos a impressão de que os Estados Unidos invadiram o Iraque e a Rússia. O sinalzinho evita a ambiguidade.

Junto ou separado?

Publicado em Deixe um comentárioGrafia, numeral, pronome indefinido

Nenhum ou nem um? Depende. Nenhum se opõe a algum. Nem um quer dizer nem um sequer, nem um ao menos: Nenhum folião chegou na hora marcada. Estava tão despreparado que não conseguiu nem um ponto na prova. Pôs anúncio no jornal, mas não recebeu nem uma ligação sequer. Olho vivo, marinheiro distraído. Concordância é coisa séria mas pra lá de ardilosa. O pronome nenhum […]

Cada macaco no seu galho

Publicado em Deixe um comentáriopronome indefinido

“Não vamos tirar qualquer direito adquirido”, dizem deputados, senadores & cia. Ninguém acredita. A razão: em frases negativas, o pronome qualquer não tem vez. O lugar é de nenhum. Assim: Não disse nenhuma palavra ao chegar. Não tem nenhuma ideia das consequências do aumento de impostos. Não há nenhum risco de reprovação. Não vamos tirar nenhum direito adquirido.    

Leitor pergunta

Publicado em Deixe um comentárioconcordância verbal

Dez reais é suficiente? Dez reais são suficientes? Vejo as duas concordâncias. Mas sei que apenas uma é correta. Não sei qual. Pode me ajudar? (Salomão Gonzaga) As locuções é muito, é pouco, é mais de, é menos de, é suficiente, acompanhadas de especificação de quantidade, medida, preço, peso, tempo e valor são invariáveis. No singular ou plural, é tudo igual: Dez reais é suficiente. […]

Olho na gripe

Publicado em Deixe um comentárioregência nominal

A gripe chegou antes do tempo. E veio furiosa. A vacina será antecipada? Ninguém tem certeza. Pelo sim, pelo não, vale a dica. Ao falar nela, a preposição faz a diferença. Tome vacina contra a gripe. O contra combate o vírus que causa estragos. Dizer “vacina para a gripe”? Nãoooooooooo! O para o torna fortão.  

A presidenta

Publicado em Deixe um comentárioflexão, grafia

A caminhada do impeachment trouxe à tona velha questão que poucos engolem. Desde que Dilma Rousseff ganhou assento no Planalto e pouso no Alvorada, o gênero mereceu páginas de explicações, sem-número de entrevistas e montões de palpites. Nunca antes na história deste país, uma mulher havia chegado lá. Daí a dúvida. Ela é presidente ou presidenta? Ninguém melhor pra responder que o dicionário. O pai […]