Feminismo linguístico 2

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Tudo começou com o movimento feminista. Nos anos 60, as mulheres foram à luta. Queriam os mesmos direitos dos homens. Abusaram dos trajes masculinos. Desfilaram barrigas grávidas. Queimaram sutiãs em praças públicas. Valeu. Chegaram lá. Insatisfeitas, partiram pra outra. O alvo foi a língua. “O português é machista”, disseram elas. Por quê? Ao englobar os gêneros, a palavra fica no masculino plural. “Meus filhos”, por […]

Feminismo linguístico

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Arroba José Sarney lançou a moda. “Brasileiras e brasileiros”, saudava ele. As mulheres acharam a novidade simpática. O SBT aproveitou a onda. Pôs no ar a novela com o mesmo bordão. A partir daí, distinguir o gênero deixou de ser gesto de simpatia. Virou obrigação. “Meus amigos e minhas amigas”, dizia FHC. “Senhoras deputadas e senhores deputados”, cumprimentam Suas Excelências. De obrigação, passou a obsessão. […]

Segredo da ortografia

Publicado em Deixe um comentárioGrafia

Ortografia quase não tem regras. Aprendemos as manhas da escrita com a experiência. Quanto maior a familiaridade com a língua escrita, mais corretamente escrevemos. Uma criança em fase de alfabetização troca ll e uu (carnavau), dispensa hh (ospital), ignora acentos (lampada). Com o tempo, aprende. É natural. O autor do aviso conhece uma das poucas regras da língua nossa de todos os dias. Depois de […]

#ZIKAZERO

Publicado em 3 ComentáriosGrafia, hífen, pleonasmo

Folheto anda rolando por aí. Nele, o governo dá uma série de dicas para combater o mosquito que faz estragos de norte a sul do país. Entre elas, está esta: “Lonas usadas para cobrir objetos ou entulhos devem ser bem esticadas para evitar poças-d´água”. Viu o desperdício? O texto deixa escorrer pelo ralo palavras e sinal gráfico. Olho vivo! Poças d´água se escreve assim — […]

Tradutor é traidor

Publicado em Deixe um comentárioRegência verbal

Argentino, o papa fala espanhol. Nós traduzimos a mensagem para o português. Confirma-se, então, a velha e repetida rima — tradutor é traidor. Vale este exemplo: “Peço-vos para não cairdes na estagnação de dar velhas respostas às novas questões”. O profissional que passou o texto de uma língua para outra tropeçou no jeitinho de pedir. Pedir que ou pedir para? Depende. Pedir para esconde a […]

Vírgula e ambiguidade

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O e pode ser precedido por vírgula? Em geral, a conjunção e dispensa a vírgula. Ela só é obrigatória quando permite, numa leitura rápida, dupla interpretação: Os Estados Unidos invadiram o Iraque, e a Rússia reagiu. Deu pra perceber? Sem a vírgula, temos a impressão de que os Estados Unidos invadiram o Iraque e a Rússia. O sinalzinho evita a ambiguidade.

Junto ou separado?

Publicado em Deixe um comentárioGrafia, numeral, pronome indefinido

Nenhum ou nem um? Depende. Nenhum se opõe a algum. Nem um quer dizer nem um sequer, nem um ao menos: Nenhum folião chegou na hora marcada. Estava tão despreparado que não conseguiu nem um ponto na prova. Pôs anúncio no jornal, mas não recebeu nem uma ligação sequer. Olho vivo, marinheiro distraído. Concordância é coisa séria mas pra lá de ardilosa. O pronome nenhum […]

Cada macaco no seu galho

Publicado em Deixe um comentáriopronome indefinido

“Não vamos tirar qualquer direito adquirido”, dizem deputados, senadores & cia. Ninguém acredita. A razão: em frases negativas, o pronome qualquer não tem vez. O lugar é de nenhum. Assim: Não disse nenhuma palavra ao chegar. Não tem nenhuma ideia das consequências do aumento de impostos. Não há nenhum risco de reprovação. Não vamos tirar nenhum direito adquirido.