Reta final

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Domingo, os brasileiros voltam às urnas. Aécio ou Dilma? O voto dirá. Marqueteiros, candidatos, repórteres fazem contagem regressiva. “A tantos dias da eleição” é estrutura pra lá de empregada. Aí, não dá outra. Muitos tropeçam ao escrevê-la. Substituem a preposição a pelo verbo . Bobeiam.

Eles confundem os tempos. O há indica passado: O primeiro turno das eleições ocorreu há duas semanas. Dilma ocupa o Palácio do Planalto há quase quatro anos. Os candidatos chegaram há pouco para o debate na tevê. Há quanto tempo você está esperando? Estou esperando há poucos minutos.

A preposição a anuncia o porvir. Como ignoramos o que o futuro nos reserva, a leveza pede passagem. Uma letra pesa menos que duas: A uma semana do segundo turno, os candidatos estão tecnicamente empatados. Daqui a sete dias, o Brasil saberá quem recebeu o aval dos eleitores. Daqui a pouco as visitas vão chegar.   Sem desperdício

A língua é como o mineiro. Ao ver o filho se preparando pra dar uma saidinha à noite, o pai aconselha: “Meu filho, não saia. Se sair, não gaste. Se gastar, não pague. Se pagar, pague só a sua”. É por aí. Nunca junte “há…atrás”. A razão: o indica tempo passado. O atrás também. Fique com um ou outro: O primeiro turno das eleições foi há duas semanas. Duas semanas atrás, houve o primeiro turno das eleições. Há duas horas cheguei a Brasília. Duas horas atrás cheguei a Brasília.