Onyx Lorenzoni: aula de puxa-saquismo

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Você assistiu à coletiva de imprensa de ontem no Palácio do Planalto? Então viu o ministro da Cidadania dar aula de adulação. Ao lado do ministro Luiz Mandetta, rasgou seda para o presidente Jair Bolsonaro. De graça, sem ser chamado, desqualificou o colega e endossou as teses do dono da caneta BIC. Os presentes não deixaram por menos. Chamaram-no de subserviente, bajulador, capacho. Em bom português: puxa-saco.

Pintou, então, a curiosidade. Qual a origem da palavra? Parece que ela veio ao mundo da gíria militar. Em tempos idos e vividos, os oficiais em viagem levavam sacos de roupas, que os ordenanças carregavam sem reclamar. Em 1946, uma marchinha de carnaval popularizou a expressão. Os foliões cantavam Brasil afora “o cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais”. A partir daí, puxa-saco deixou pra trás a origem e ganhou nova conotação. Ganhou, também, familiares. Entre eles, puxação, puxança, puxada, puxa-saquismo.