Hífen: cor-de-rosa é exceção

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Declaração da ministra Damares Alves trouxe cores ao cartaz. “Meninas usam rosa, meninos usam azul”, disse ela. Reações pintaram de todos os lados. “Xô, coisa antiga! Meninos e meninas se vestem como quiserem”, disseram mães, pais e avós. O fato virou notícia. E levantou a questão do trio cor-de-rosa. Como explicar a presença do hífen?

A reforma ortográfica cassou o hífen de palavras compostas de dois ou mais vocábulos ligados por preposição, conjunção, pronome. Pé-de-moleque, mão-de-obra, tomara-quecaia se escreviam com o tracinho. Agora estão livres e soltas — pé de moleque, mão de obra, tomara que caia.

As cores entraram na faxina. Antes, cor-de-laranja, cor-de-carne, cor-de-vinho, cor-de-abóbora, cor-de-creme se grafavam desse jeitinho. Agora, mandaram o hífen plantar batata no asfalto. Ficaram assim: cor de laranja, cor de carne, cor de vinho, cor de abóbora, cor de creme . Mas cor-de-rosa manteve o hífen. É a exceção que confirma a regra.