Futebol e língua: vocativo e hífen

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Eta semana emocionante! A quarta-feira bateu recorde. No mesmo dia, duas sensações diferentes. Uma delas: o gostinho da revanche. A história começou com a derrota da Alemanha. Os campeões do mundo voltaram pra casa na primeira fase. Brasileiros se divertiram.

Uns disseram que os germânicos são esbanjadores. Desperdiçaram todos os gols contra o Brasil. Não pensaram no futuro. Outros lembraram a falta de foco. O país investiu em educação, saúde, transporte e segurança. Esqueceu o futebol. Deu no que deu.

Vamos, Brasil

A outra sensação não poderia ser outra: o sabor da vitória. Premiou os grandalhões sérvios com dois gols. Não levou nenhum. Os brasileiros vibraram. Em coro, gritavam: “Vamos, Brasil”. Viu? Brasil é o ser a quem os torcedores se dirigem. É o vocativo. Daí a vírgula. Há exemplos pra dar, vender e emprestar: Maria, vem cá. Deus do céu, escutai a nossa prece. Pra frente, Brasil.

 Ao hexa

O Brasil conquistará a sexta estrela? Vamos torcer. Se chegar lá, estejamos preparados para lidar com a grafia do hexa. A desejada dos brasileiros pede hífen? Ou dispensa o tracinho? Ela pede o elo quando seguida de h e a. Nos demais casos, vem tudo junto: hexa-homenagem, hexa-advertência, hexacampeão, hexadecimal, hexarreator, hexassubstituto.